02 dezembro 2012

Momento vibrante

A arte sinusal


As artistas russa Victoria Romanova e americana Kira Ayn Varszegi chamam atenção no mundo das artes por pintarem seus quadros de uma forma incomum. As duas usam os seios como pincéis para dar vida às suas telas.
Em 2010, Victoria contou que decidiu usar a técnica após um sonho. “Eu tive um sonho que estava fazendo isso e resolvi experimentar de verdade. Eu não deixei ninguém me ver, mas fiquei orgulhosa dos resultados”, afirmou ela.
Kira, que mora no estado do Connecticut (EUA), destacou que gosta de trabalhar com novas formas de pintura. “Minha intenção é provocar emoção através da minha arte e fazer as pessoas sorrirem”, afirmou ela.

Fonte: Planeta Bizarro

Obscenatório
obscenatorio.wordpress.com

Teste vocacional


Não, Senhor Doutor, não fui para nenhum resort da Tailândia que me lembrei dos tsunamis e em boa verdade, nunca fui muito gaja de ir nas ondas. Não que faltasse motivo já que desde aí a pirâmide demográfica se inverteu e agora, há homens por todos os lados, tanto que até, vá se lá saber porque carga de água, continuam a viver de tenda armada.

Fiquei mesmo a comer o bacalhau natalício com toda a família à minha beira. E a matutar na pena que foi trocar a alegria e o convívio das fogueiras a céu aberto das festas do solstício de Inverno, para rapazes e raparigas se catrapiscarem, por uma mesa de Natal com jejum de carne, ali atracadinhos a um peixe seco que outrora era barato e fácil de conservar pela salga.

Mas já que assim é, até poderíamos aproveitar a ocasião para testar a heterossexualidade das futuras vocações já que o Vaticano parece empenhado nisso. É que a sensualidade de uma posta de bacalhau tem lá tudo. De faca em punho, penetra-se a posta para conseguir as lasquinhas de carne para mastigar demoradamente. O paladar salgado a entranhar-se em cada poro da língua. O fiozinho de azeite para lubrificar cada pedacinho e facilitar a absorção. As couves para dar uma outra textura mais pilosa no céu da boca. Não lhe parece, Senhor Doutor que quem comesse tudo já poderia cantar de galo?...



Conversar com uma mulher peituda é difícil demais



Via Testosterona

01 dezembro 2012

Homens, aprendam a desmontar e a limpar uma espingarda AR-15

«pensamentos catatónicos (278)» - bagaço amarelo

Balão

Uma criança de cerca de quatro anos de idade pisou-me hoje, no metro do porto, enquanto saltava sozinha num jogo qualquer próprio da infância. Ao seu lado ia a sua família, tão numerosa quanto silenciosa. O pai pegou-lhe delicadamente num dos braços e mandou-a pedir-me desculpa. A mãe gritou com o pai logo a seguir. "Não faças isso à menina", disse.
A criança ficou perdida, talvez com algum receio de vir pedir desculpa a um monstro de um metro e oitenta e quatro com um capacete de ciclista na cabeça. Olhava para mim de lado, com a mão pequena quase toda dentro da própria boca. Pisquei-lhe um olho. Ela voltou a sorrir.
Saíram algumas estações antes de mim e fiquei a vê-los pela vidraça. Lá fora as crianças dispersaram dentro dum certo limite, como se orbitassem num caos à volta dos dois adultos, que deram um beijo e se abraçaram num gesto notoriamente reconciliador.
Os gritos são sempre surpreendentes numa relação, porque o são entre quem supostamente se Ama. São, assim, uma contradição em si mesmos. Quando aqueles dois pais começaram a namorar, suponho que há muitos anos atrás, ela não gritava com ele assim. De certeza. No princípio de qualquer relação, o próprio Amor trata de afogar esse tipo de impulsos. É com o tempo que eles vão emergindo de novo e passam a boiar entre beijos, doces trocas de olhares, abraços e sexo.
Os gritos por impulso são como pregos nesse grande balão de hidrogénio que é o Amor entre duas pessoas. Às vezes o balão acaba por cair. Outras vezes não. Por qualquer motivo olhei para aquele pai e para aquela mãe e, só em pensamento, desejei-lhes sorte. Que o balão não caia.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Dois desenhos da Maria João Careto...

... desde 2006 na minha colecção.


Um sábado qualquer... - «Pescaria (1, 2 e 3)»









Um sábado qualquer...

30 novembro 2012

Postalinho automóvel

"Só com um Renault se pode fazer isto!"
Lourencinho


Quem não quer morrer num caixão desses?


A empresa polonesa Lindner vem com uma proposta ousada para vender seus caixões: um calendário sexy. A foto acima é de um dos meses do calendário. É bem possível que muita gente morra antes da hora.

Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/

Incendiários



Tudo o que resta são cinzas
que serpenteiam nas encostas das montanhas,
outrora verdejantes e abrigo de lobos e raposas...
Copas e ramos que escondiam ninhos de cucos e perdizes
são apenas fotografias do que o fogo já consumiu,
memórias esmagadas pelo horizonte queimado
e a cortina de fumo que nos enclausura
numa terra sem estrelas e lua.

Aqui as fontes secaram,
mas as lágrimas vão escorrendo lentamente lá em cima,
pelas encostas cada vez menos geladas da Gronelândia,
empurrando o mar que vai engolindo o cimento do litoral,
tomando de assalto o espaço roubado à Vida Natural!

Parecemos suicidas,
porque insistimos em destruir a nossa casa...
Ou seremos loucos masoquistas
que se regozijam com o sofrimento da incerteza?

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt/

Naturismo... natural... natureza...



Via Special Nudes

29 novembro 2012

Elevador


Jean François Gaté

[...] Às vezes pasmo, Melanie, com a exactidão com que estes momentos me vêm à memória. Estou a ver o elevador, é como se tivesse sido ontem. O portão de grades trabalhadas em cobre, o guarda-vento de vidros foscos com umas flores lavradas que pareciam jarros do oriente. E os espelhos aos lados? E o banquinho de veludo na parede do fundo, tão virginal, tão romântico? Oh, era uma cestinha de arcanjos, aquele elevador, todo em ouros e brancos esmaltados. Mas o inesquecível era a máscara do diabo que havia no tecto a olhar cá para baixo! Assustava e enternecia. Tinha uns corninhos de fauno, saídos do conjunto da figura que era em relevo dourado e com uma mascarilha vermelha. Tantas minúcias, eu bem digo…Não te parece estranho?
E todavia todo se passou fora do tempo e do espaço! Tudo, ma chèrie, Tudo! Ainda mal tínhamos fechado a porta já o Gaston-Philippe se colava a mim a percorrer-me desvairadamente com as mãos. Contornava-me, cingia-me com um braço e procurava-me as coxas e as nádegas por baixo da roupa. Eu própria levantei o vestido, colando-me mais a ele, e imagina a surpresa que o tomou quando sentiu nos dedos a verdade do meu ventre!
Sim, minha Melanie, eu estava nua por baixo do vestido! Não me perguntes porquê, mas no bar, por um impulso inexplicável, tinha ido ao toilette com esse propósito. Um presságio? Só sei que estava feliz com o meu instinto, felicíssima. O assombro e o deslumbramento do Gaston-Philippe por aquela surpresa não tiveram limites e eu sentia isso através da sua mão que era grata e ardente. E que hábil, que mão! Que imaginativa e que extensa, Melanie! Penetrava com tais segredos que me levava para lá da ascensão do próprio elevador e logo me esgotava e me fazia afundar à medida que voltávamos a descer.
Impossível calcular as vezes que percorremos para baixo e para cima aqueles cinco andares. Uma verdadeira escalada do paraíso! Subíamos e mergulhávamos, e tornávamos a subir…a nossa viagem parecia não ter fim, pois o Gaston-Philippe era daqueles amantes afortunados nos quais l’amour fou é servido por um talento prático ajustado às circunstâncias e, assim, manobrava o manípulo do elevador no momento exacto em que ele se ia a deter.
Mas entoncededor ainda foi que dei por ele de joelhos, abraçado às minhas pernas e abrindo-me toda ao mesmo tempo, nem sei, com o rosto mergulhado nas minhas coxas! Então senti-me trespassada por algo muito vivo e voraz, por uma espessura revolvente e arguta que me descobria por dentro e me dilatava, sugando-me. E eram mais coisas, minha querida, os dentes percorrendo os pelos e os músculos , o calor do rosto contra o meu ventre, as mãos explorando-me as nádegas, tanta coisa!
Eu, de pé, uma perna em cima do ombro dele, via-me ao espelho e não me reconhecia. Esquecida, esquecida, liberta pelo espaço…»

excerto de A Balada da Praia dos Cães, de José Cardoso Pires

blog A Pérola