19 abril 2013

O assalto...

... a um bordel foi repelido graças à intervenção
de algumas das suas funcionárias… que socorrendo-se dos
 respectivos vibradores puseram em fuga o assaltante
Raim on Facebook

«O-Faces» - as caras do orgasmo

Prostituição - a minha história (IX)

Verão de 1997... (...) Ganhava dinheiro à velocidade da luz e gastava-o a igual velocidade. Aliás, tudo ali era à velocidade da luz e aquele dinheiro todo causava-me uma espécie de estado de "embriaguez fascinada", uma espécie de liberdade do Mundo, liberdade de mim porque mantinha aquele estado de espectadora do meu filme com o suficiente na carteira para pagar o bilhete de qualquer sessão por mim protagonizada, alterei o "horário de trabalho" por um ainda mais rentável, desde depois de almoço até ao fecho da casa, atendi homens embriagados, um deles deu-me tanto prazer como eu nunca tinha imaginado apesar de me encher de nojo porque cambaleava e escorria ranho do nariz quando virava a cabeça para baixo, atendi um casal com a descontracção de quem sempre tinha feito aquilo, queria rapidamente trocar-me por outra, por um eu mais igual ao daquelas mulheres, todas mais espertas, mais bem vestidas e maquilhadas, todas mais livres que eu, todas com uma dramática história que justificava o que faziam ali, uma história que fazia da minha um conto de fadas. Tinham passado cerca de duas semanas, apresentaçãããão, dizia alguém e eu marchava para a sala, nos meus bonitos vestidos novos, era um homem com cara de parvo que me apalpou o peito assim que entrei para o cumprimentar. Sorri-lhe e disse-lhe o meu nome, ainda ninguém me tinha explicado que não era suposto apalparem-me na sala, o homem percebeu-me tolinha e escolheu-me. Saí de mala e chave, cheguei ao apartamento e abri a porta quando ele bateu. Despiu-se imediatamente e, já de pénis erecto, verificou-me os dentes e meteu o pénis debaixo da minha saia porque achava que eu ficaria muito linda com um pénis. Era um homem muito forte, agarrou na minha cabeça e na garrafa do Vat69 e insistiu que eu tinha de beber com ele. Mais, mais, mais, dizia, isto faz bem, estás muito tensa. Tinha ligado o aquecedor do wc no máximo e posto a banheira a encher com água fria. A minha inexperiência e a distância de mim não me permitiram uma avaliação correcta do que estava a acontecer, aquilo até podia ser normal, ele agia como se assim fosse e era um cliente habitual da casa. Levou-me para o wc depois de me despir, sentou-se na sanita e mandou-me entrar na água. Continuou a dar-me o Vat69 pela garrafa enquanto fazia as suas necessidades. Quando saí da água estava entorpecida pelo frio e embriagada. Sem me enxugar, levou-me para a cama e tentou penetrar-me sem preservativo, eu estava demasiado entorpecida para me mexer mas estava tão contraída que não conseguiu penetrar-me, tentou várias vezes mas, quanto mais forçava, mais contraída eu ficava. Foi-se embora, furioso, eu consegui vestir-me e arrastar-me até ao escritório. Dormi até à hora de fecho. A bebedeira parecia intermitente, tão depressa estava bem como completamente embriagada, vomitei, já em casa, a noite toda. No dia seguinte, levei uma repreensão pelo estado do quarto, por ter permitido aquilo, para ter cuidado com os clientes que nos querem fazer beber. (Continua)

Por arrasto

A espontaneidade ingénua de uma pila
pode deixar o seu dono em maus lençóis.

Comparações

18 abril 2013

«Flamingo Pride» - um flamingo heterossexual que tenta desesperadamente encontrar o amor


Flamingo Pride from Talking Animals on Vimeo.

WTF?


blog A Pérola

Primeira lição

Fico surpreendida quando constato que ainda há mulheres que não sabem que a vagina é servida por uma quantidade substancial de músculos que, se treinados, podem transformar uma noite em mil, mais aquela em que é conveniente despachar o parceiro.
É evidente que treinar a vagina exige, sobretudo no início, concentração, persistência, algum esforço e sobretudo um homem pacífico, colaborador, resistente, jovem e seguro, controlado, tranquilo ou virgem – os virgens não sabem se o que estamos a fazer é o que imaginam ser o habitual. Em alternativa, não é de todo afastada a possibilidade de os amarrarmos à cama de modo a que não consigam mexer um pêlo, esteja ele onde estiver.
Convém, para início do processo, enfiarmos na vagina, até à base, o pénis colocado estrategicamente por baixo de nós. Pode causar algum incómodo, depressa esquecido, porque estamos atentas ao movimento seguinte. Nada que não se possa atirar para trás.
É necessário fazer descer todos os nossos sentidos para a massa rija, cilíndrica, que nos ocupa a vagina. Procuremos apertar o pénis encravado, até lhe sentir o pulsar da glande. Se o conseguirmos, com mais um pequeno esforço faremos com que a vagina se aperceba do formato daquilo que a preenche. O arredondado da glande, o sulco, a pulsante massa dos corpos cavernosos, as veias e as artérias que nos escaldam as paredes do sexo.
É evidente que o processo é moroso, mas indiquei já as características da cobaia.
Para iniciação creio que por agora basta. Quando perceberem que tiveram sucesso neste primeiro passo, podem desatar a gemer, a gritar e a bradar por todas as divindades que conheçam, porque merecem ser muito bem recompensadas.
Passaremos à segunda lição, quando me aprouver e considerar que o tempo empregue neste primeiro exercício já foi o suficiente e já surtiu os efeitos desejados.

Camille

«Mel» - por Luis Quiles


"Diferentes versiones de algunos de mis dibujos sin la censura." [2]

Luis Quiles

17 abril 2013

«Foder é simples» - João

"Preparo-me para defender uma ideia em que acredito – ou, de outro modo, não a defenderia -, sabendo que não é consensual, que não tem aplicação universal. Aliás, diga-se, pouco do que eu defendo tem aplicação universal. Pensá-lo é um exercício de soberba. Defendo aquilo em que acredito, em algum momento da vida, sendo isso válido para mim e, com sorte, para um punhado de uns quantos mais que por infortúnio se revejam nas mesmas ideias que eu. E a ideia de hoje é tão simples quanto a de foder. Como se foder fosse simples. Mas para o caso, para este caso, é. Simples em comparação com o quê? Com o sexo oral.
À medida que os anos foram passando, fui recolhendo opiniões – mais opiniões do que experiências conjugáveis na primeira pessoa do singular – de homens e de mulheres sobre o sexo oral. Os homens, por regra, não o dispensam. Não dispensam que lho façam. Gostam (gosto! gostamos!) que as mulheres com quem estão tratem os seus pénis com adoração, com venerando linguajar, que os seus pénis sejam o derradeiro chupa-chupa à face da Terra e de todos os outros planetas habitáveis. É, talvez, o aspecto mais consensual que encontro. Daí em diante, dá-se a divisão. Os homens, compreendi do quanto ouvi, nem sempre devolvem na igual medida. Se gostam que as suas mulheres se entreguem aos seus pénis com devoção inquestionável, nem sempre se apresentam dispostos a mergulhar entre duas coxas, lambendo com incomparável satisfação as vulvas das suas companheiras, alimentando o prazer com o místico resultado de uma vagina sumarenta. É uma pena. E entre as mulheres, bem sabido, também nem sempre se encontra quem queira abocanhar um pénis com gosto, brincando com ele com atrevimento, não temendo sequer o resultado de um fellatio bem feito, um inevitável e caloroso jorrar.
Assim, com o tempo que passava, autorizei-me meditar nisto e concluir que, tudo sendo sexo, foder – no sentido de copular, introduzir o pénis na vagina e dar-lhe com ânimo -, é mais fácil, emocionalmente mais simples, do que usar a boca para dar prazer. A genitália está suficientemente afastada do centro da nossa identidade (o cérebro), anatomicamente falando, para que dar-lhe uso seja uma coisa mais simples de automatizar e desligar de alguns sentidos e/ou sentimentos. Por outro lado, levar a nossa boca à genitália de outra pessoa é levar-nos, intimamente, a algo que nos exige o envolvimento não apenas do tacto mas também do paladar e do olfacto (a visão, para o caso, dispenso-me comentar). Enquanto fodemos estamos potencialmente abstraídos nas sensações tácteis e próximos da outra pessoa, podendo isso acontecer mais, ou menos, consoante ali estamos para amar ou para usar. Mas quando vamos de boca disponível ao encontro de uma genitália, penso, eu que sou romântico, que precisamos verdadeiramente amar. As mulheres vão receber nas suas bocas um pénis que pode não lhes criar verdadeiro conforto, que pode não lhes saber ou cheirar bem. O mesmo se passa connosco quando nos afundamos de frontispício numa vulva. Vamos conviver com odores e sabores que não sabemos – à falta de experiência prévia com essa mesma vulva – se nos vão agradar. E é por isso, de uma forma muito sintética e provavelmente atabalhoada, que eu acho que entre copular e dar prazer oral, a primeira forma de exercício é muito mais simples, menos exigente. Ainda que pressuponha entrega e abertura da reserva íntima como qualquer outra forma de sexo, a dança ritmada de genitálias consegue ser mais blindada do que envolver as nossas bocas e línguas, envolvendo a nossa capacidade de saborear e cheirar.
Assumo-me profundo apreciador da oralidade. Como qualquer homem que se preze, quero o meu pénis venerado e desaparecido entre os lábios (todos eles, por sinal) da mulher com quem partilho a minha intimidade. E, como qualquer homem que se preze, quero atirar-me sem reservas a uma vulva sumarenta, por via da qual possa dar prazer à mulher que quero. E ao pensar assim, sinto que isso exige mais de mim do que o coito. E que se assim é para mim, talvez também para vós assim seja."

João
Geografia das Curvas

«conversa 1961 e respostas a perguntas inexistentes (232)» - bagaço amarelo

Não sou, por norma, muito falador. Pelo menos é o que eu acho. Como costumo dizer a mim mesmo, falo de menos e escrevo demais. Até me considero uma pessoa tendencialmente tímida. Há, no entanto, uma excepção: as conversas a dois.
Na verdade, considero que a minha sanidade mental depende muito das conversas a dois. Prefiro conversas a dois do que a três, quatro ou cinco. Não sei porquê, mas a capacidade que eu tenho de me concentrar numa conversa e, portanto, de me interessar por ela, é muito maior quando tenho apenas um interlocutor.
É por isso que adoro receber uma visita em casa ou, por outro lado, tendo a visitar mais os meus amigos que vivem sozinhos. Um amigo, uma garrafa de vinho ou de uísque e algum pão ou chocolate, e tenho uma noite por bem dada.
É verdade que esta minha característica, que não é boa nem má, também teve sempre uma enorme importância nos meus relacionamentos amorosos. Uma relação com uma mulher que gosta de falar a dois, por mim, é normalmente mais fácil do que com uma que até pode ser mais social e, por isso, não dispensa uma noite sem um grande grupo de amigos à sua volta. Acreditem, sei-o por experiência própria.
Isto quer dizer também que, na idade que atravesso, considero-me um privilegiado por ter feito e mantido alguns amigos que são exactamente como eu neste aspecto. Não são muitos, mas são os suficientes para eu manter equilibrada a balança da solidão e do convívio. Há uns dias, por exemplo, visitei uma amiga minha que quase nunca sai de casa por opção própria. Visito-a mais a ela do que ela a mim, talvez por isso mesmo. Depois duma noite inteira a conversar, deviam ser umas três da manhã quando ela me pediu silêncio.
No princípio até pus a hipótese dela se estar a sentir mal. Observei-a com atenção enquanto ela dividia irmãmente o que restava duma garrafa de Vila Ruiva Reserva 2010 (ela só bebe vinho alentejano) e cheguei à conclusão que não. Dei um gole no copo e encostei-me para trás no sofá.

- Eu acabei de te explicar porque é que me divorciei do meu marido. - disse ela.
- Acabaste, sim. - confirmei.
- Disse-te que passámos quatro anos, eu e ele, a tentar apaixonarmo-nos um pelo outro e que, passado esse tempo, chegámos à conclusão que não tínhamos conseguido.
- Eu percebi. - confirmei de novo.
- És a primeira pessoa a quem conto isto e que não faz nenhuma observação parva, do género: "tanto tempo para perceber que não estavam apaixonados?!".
- Não acho que seja assim tanto tempo. Além disso, acho perfeitamente normal insistirmos em tentar uma paixão com aqueles de quem gostamos muito. Já aconteceu a todos... - observei, numa tentativa de tornar o mais normal possível a coisa.
- Eu acho que só nos entendemos assim tão bem porque nunca há mais ninguém quando conversamos. - concluiu.

Fiquei a pensar naquilo para além daquela noite, até agora, momento em que escrevo este texto. É que às vezes, para alinhavar o meu pensamento, tenho que o escrever. Senão não sou capaz. Acho que ela tem razão e, sem o saber, explicou-me uma característica que eu tinha como minha.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Pânico no tabuleiro

Quando o peão foi promovido a rainha e o xeque-mate ficou iminente,
o rei adversário berrou: "Meu Deus, vou ser derrotado por um travesti!"

Gato sado-brincalhão


Cartoon de Temel