16 junho 2013

A Sereia da Caparica


Era uma vez o sofá de veludo verde e a gaiola do canário que já iam de arrasto nas marés vivas e ela olhava impotente aquele parque de campismo da Costa da Caparica onde já tinha sido tão feliz.

O seu mecânico começara por levá-la para a Cova do Vapor, a ver o mar dentro do carro e entre duas larachas ao pôr do sol desapertava a braguilha e levantava-lhe as saias e navegava por ela adentro, sempre a dar como as cavalas a saltar nas redes, até os vidros embaciarem. Outras vezes, lambia-lhe as mamocas todas dizendo que ela sabia a espuma do mar ou deixava-a literalmente sem fala investindo a sua cana de pesca nos lábios pintados de salmão como quem serve um lanchinho mas acabava sempre a chamar-lhe minha sereia.

Juntaram o dinheiro da mecânica com o de lavar e secar cabeleiras e compraram uma tenda, com avançado, candeeiro e frigorífico a gás, para se instalarem em todos os dias livres no parque de campismo, longe da chiadeira dos carris do Cacém e no meio de todas as churrascadas comunitárias em que os homens de tronco nú viravam as febras na brasa e as mulheres em fato de banho mostravam as carnes enquanto arranjavam as saladas nos alguidares plásticos comprados na feira estival do campo dos pescadores.

E agora no meio daquela tempestade, como espírito do ar ia o projecto da caravana munida de opacas paredes que impedissem à noite a projecção das suas intimidades iluminadas para os restantes campistas, transformada em espuma do mar.


«EGO TE ABSOLVO»


Via Tamburina

15 junho 2013

Moda interior para homem - nova estação


underwears from dug on Vimeo.

«conversa 1987» - bagaço amarelo

Ela - Hoje fui tão antipática com um gajo que me atendeu numa loja...
Eu - Deves ter tido razão. Por acaso sempre te achei simpática.
Ela - Normalmente sou simpática, sim. Não tenho outro remédio.
Eu - Não tens outro remédio?!
Ela - Não, porque não sou assim muito bonita. Se fosse uma mulher daquelas mesmo muito bonitas, já podia ser uma cabra com toda a gente.
Eu - Ia dizer-te que te acho bonita, mas de repente achei melhor ficar calado.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Búzia

A natureza consegue ser muito erótica.
Este búzio faz parte da minha colecção.


Um sábado qualquer... - «No lugar errado»



Um sábado qualquer...

13 junho 2013

«Mulheres bonitas não pagam» - campanha da rede de restaurantes brasileira Spoleto

«Lufoda de ar fresco» - Patife

Ouvia-a a chorar, numa mesa mais recatada do café, lamentando o fim de uma relação. Com ela, uma amiga ia emprestando palavras de moral e incentivo. Entre os soluços de uma e os conselhos de outra, percebo a amiga dizer: “Não chores, que esborrata”. Não é preciso muito mais para me criar a vontade de lhe esbodegar a rata. Por isso fui oferecer os meus préstimos. Apresentei-me, referindo que as palavras de nada servem e que as ações é que são as verdadeiras forças motrizes da mudança. Que podia estar a rebolar no lodo enfeitada com um coro de carpideiras em volta e que nada disso iria resolver os seus problemas. Que a palavra é sobrevalorizada e que para passar a ação só precisava de duas coisas: de força de vontade e de um nabo como o meu. Ainda consegui aperceber-me de uma janelinha de vontade no olhar da chorosa moçoila, que a empata fodas da amiga tratou logo de refrear: Esse seu pensamento tem uma grande lacuna. "Também essa tua amiga deve ter uma grande lacona e eu não te interrompi", pensei. Depois aventou qualquer coisa de eu me estar a aproveitar de uma mulher num estado frágil. Confesso que não estava. Sinceramente vos digo que uma mulher naquele estado jamais deveria recolher-se à sua privacidade e chorar em isolamento. Deveria era sair à rua e apanhar uma lufoda de ar fresco.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Onan ou a arte da masturbação (II)

Os movimentos descritos em Onan (I) devem ser preocupação constante do homem que deseja usufruir de todas as potencialidades que a masturbação lhe oferece. Não são apenas práticas de transição, a abandonar logo que lhe seja dada oportunidade. São, pelo contrário, excelentes métodos de controlo e, embora no início o recurso à imaginação, povoando o espaço de corpos femininos, seja permitido, o tempo e a constância vão tornar este expediente desnecessário. Ficará apenas a consciência do próprio corpo.
Neste segundo passo, tens de reproduzir o que já aprendeste.
As gotas espessas de lubrificante que te sai da glande e que espalhas com a palma da mão, devem agora servir para humedeceres o corpo do pénis. Se for insuficiente, a saliva acrescentada pode suprir esta lacuna ou um lubrificante que compras em qualquer farmácia ou loja da especialidade. Os tímidos e mais acanhados, podem usar uma pérola de creme, uma das menos espessas e densas, mais diluídas e menos viscosas, porque “há sempre um motivo para usares "NIVEA".
Sem exerceres força, faz deslizar os dedos que abraçam levemente o pénis rumo à sua base. Procura que no movimento ascendente cobrir toda a glande. Tens de retardar a vontade de exercer pressão ou de acelerar este mover demoníaco. Sê lento, suave, quase angélico de tão ameno.
Vai parando. Larga o pénis quando sentires que o desejo é insuportável. Procura o anûs e acaricia-o, rodando os dedos cremosos. Vais paulatinamente tentar enfiar um deles (o da aliança é o mais divertido) no ânus já bem lubrificado. Não forces. Basta que entres muito pouco. Sentirás um desconforto no início. Não te amedrontes, todos sentem. Com subtis oscilações do dedo verás que te habituas bem depressa. O anûs é um poço escuro de prazer contido.
Volta aos testículos. Sente-lhes a sutura, a pele enrijecida. O volume e a redondez. Baloiça-os com a palma da mão, como se estivesses a apreciar um fruto. Pesa-os, sente-lhes o volume e a rugosidade. Agora, enrola os dedos no corpo do pénis e repete os movimentos que te acabo de ensinar. Não cubras a glande, passa por ela, deixa que a tua mão quase escapar, deixa que a glande sinta o deslizar dos dedos, a palma da mão que foge do incêndio.
Mantém este mover durante largo tempo. Não te impeças de gemer de prazer de forma audível. A audição é tremendamente afrodisíaca.
Após largos, longos, compassados e lentos minutos gastos na tarefa que te dou, subitamente acelera o movimento. Esgaça o pénis com força. Sê bruto quatro, cinco, seis ou sete vezes e, de repente, larga tudo. Não faças nada durante um curto tempo. Sente apenas o desespero de quem quer mais e mais, mas se controla.
Repete depois o que já sabes.
Não provoques o orgasmo. Não ejacules. Ainda é cedo e tens muito mais para aprender.
Por agora basta. Levanta-te.
O resto do dia mergulhará em sexo. Vais sentir desconforto nos testículos, uma espécie de dor que sabe bem. Terás todos os sentidos despertos, sentirás que vais escaldar quem te tocar e esperarás por mim, para te salvar deste fervilhante Satanás.
Camille