29 setembro 2013

«A Special Form of Denial» (uma forma especial de negação) - Marc Blackie


A Special Form of Denial from Marc Blackie on Vimeo.

Pesadelo de uma tarde de verão

Ah, cheira a fruta, sim!

Era uma cozinha branca com as panelas penduradas em pregos na parede. No centro impunha-se uma ampla mesa de madeira maciça para o repasto. Chegámos afogueados, carregadinhos com os sacos plásticos de cenouras, pepinos, beringelas, tomates, limões, laranjas, pêssegos, nêsperas, morangos e depositámo-los ali naquelas tábuas a soltar aromas.

Os trinta e tal graus lá de fora eram felizmente filtrados pelas grossas paredes e pelo algodão das nossas t-shirts. Aquelas mãos enormes sentaram-me na banca de alimentação, esticando os dedos das nádegas aos joelhos, vagarosamente, a afastar o pareo e libertando os meus braços para se estenderem até ao cordelito que brotava dos calções e desafogar aqueles músculos. E naquele bailado de mãos e línguas , desfaleci até atingir a posição de frango em expositor, com a ligeira diferença de que apertei tenazmente tudo o que se atravessava nas minhas coxas.

E íamos ritmadamente balançando na pauta dele até que decidi imprimir outra cadência, que eu não estava ali para ver encher chouriços e apesar do pronto acompanhamento dele, um ligeiro desacerto de sincronismos fez com que o meu alvo ficasse mais acima do que o previsto e o projéctil fosse embater na madeira maciça.

Oh Senhor Doutor e perante a memória daquele guincho dorido peço-lhe a sua orientação: acha que se eu tomar uns drunfuzinhos aprendo a não me mexer e a ficar quietinha?

«As árvores também amam» - por Rui Felício


Por indicação de pessoa amiga do Bairro, há uns anos atrás, fui ler o romance Afrodite, de Isabel Allende.
Da sua leitura, fiquei a saber que a pêra é um fruto erótico, pela forma sensual de mulher que sugere e que originou ao longo dos séculos belíssimas peças de arte.
E que a pêra cortada em finas fatias, numa salada a que se juntem agriões e nozes descascadas, é uma entrada especialmente adequada para um jantar de um casal romântico, podendo ser degustadas com os dedos e aspirado o perfume delicioso que exalam, acordando os sentidos do tacto, do paladar, do cheiro e do desejo.
Pensativo, recuei muitos anos, aos meus tempos de adolescência...
... ... ... ... ... ... ...
Sempre gostei da flor de pessegueiro. E do fruto maduro. São o resultado maravilhoso de uma árvore sensual que me seduz.
Tinha um no meu quintal no Bairro que dava uns deliciosos pêssegos de cor mate e suaves rosáceas vermelhas, aveludado ao toque.
Ao seu lado uma pereira. Dava umas lindas e doces pêras esverdeadas, de pele fina e macia, que ganhavam uma tonalidade pálida, amarelo claro quando maduras...

Todos os anos o milagre da renovação da natureza se repetia.
Até que, num certo ano, ao contrário dos anos anteriores, as pêras se iam dia a dia tornando avermelhadas, quase da cor escarlate, rutilante, do sombreado dos pêssegos.
Não tinha sido feita nenhuma enxertia na pereira. Apenas era podada na altura própria, que a minha mãe sabia quando e como fazê-lo.
Foi um mistério, sem explicação, as pêras nesse ano e nos seguintes terem amadurecido de cor vermelha quando até aí sempre ficavam amarelas, esbatidas.
O assunto foi falado em casa, mas ao fim de uns dias estava esquecido.

Eu, no entanto, adolescente sonhador ainda imberbe, construí uma teoria, até hoje nunca experimentada, mas que ainda me deixa pensativo, apesar da razão me fazer sorrir e abanar a cabeça com ironia.
As árvores são seres vivos, isso é do domínio comum, é verdade assente.
Quis eu, naquela altura, acreditar que elas não ficavam estáticas, de pé, na solidão da noite. Elas possivelmente amavam-se, entreabrindo as copas, estendendo as raízes em contactos e carícias por elas sentidas, mas por nós não perceptíveis...
E que o chilrear matinal da passarada, que eu ouvia do meu quarto, não era só o dos pardais que se acoitavam nas suas ramagens. No meio desse vozear, imperceptíveis, eu achava que se encobriam e misturavam, disfarçados, os últimos gemidos da pereira e do pessegueiro que lentamente se iam esgotando com o dealbar da aurora, depois de uma noite de amor.

Se a minha teoria estivesse certa, ia ter que arranjar agora, companhia para a solitária laranjeira que eu próprio plantei aos meus nove anos de idade, única árvore que ainda se mantém no meu quintal do Bairro.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Fotografia por Pierre Louÿs (1870-1925)


Via mon ami Français Bernard Perroud

28 setembro 2013

Homens, aprendam a dizer as horas em chinês

Descobre as diferenças - há quem diga que só há uma: está no coice!



Revistas da colecção - 3

Continuamos com a lista de mais de 700 revistas da minha colecção de arte erótica.
Aqui, um lote de 212 revistas diversas, desde 1974, que inclui números especiais sobre sexo e erotismo (Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, EUA,…).
Uma curiosidade: a revista Lui que vêem na primeira imagem é dos anos 70. Entretanto, essa revista fechou. Agora, voltou a ser editada. E o primeiro número desta nova série já faz parte (claro!) da minha colecção.






Função quê?!

Estes gajos não podem ver nada que querem logo copiar!
Este blog é que é de serviço púbico!


Um sábado qualquer... - «Quem inventou o amor, me explica por favor 6»



Um sábado qualquer...

27 setembro 2013

«Topless DJ Miss America - Open Air 20.07.2013»


TOPLESS DJ MISS AMERICA -- OPEN AIR 20.07.13 from miriami on Vimeo.

Impressões marcantes

Gostava de saber quantos dildos já foram impressos pela surra nessas novas maquinetas 3D.

Postalinho arqueológico

"Já tinha a ideia de que os arqueólogos são uns tarados.
Numa visita que fiz ao Ecomuseu da Serra da Lousã - Museu Municipal Prof. Álvaro Viana de Lemos, encontrei lá esta pedrinha, que está identificada como sendo um «ídolo fálico» da época romana. Alguém consegue fazer-me um desenho?!"
PM


O nosso novo fundo espiçalista, Triângulo Felpudo, explica a coisa... ou melhor, o coiso:

Escavava um empoeirado e exsudante estagiário na zona de Soutelo em busca de artefactos romanos, quando se deparou com um calhau informe, que bem podia ser um coprólito (cagalhão fossilizado). Já o haviam repreendido por ignorar outros objectos de aspecto igualmente duvidoso, mas sem dúvida remontando ao império. Foi assim que, timidamente, de olhos fechados e nalga apertada, apresentou a coisa ao coordenador da escavação: 
- Que é isto, professor?
A resposta explodiu-lhe na cara, com ventos amorcelados do almoço: 
- Sei lá! Caralho!
Acto contínuo, o estagiário encardido cataloga a pedra sob a designação de "ídolo fálico".