"Sabes o que te vai acontecer? Perguntei eu. Tens alguma ideia? E ela olhou-me, profundamente, e disse-me que sim. Respondi-lhe que não. Que não tinha verdadeiramente ideia do que ia acontecer-lhe. Em absoluto rigor, nem eu, embora soubesse que ia ser longo. Combinámos uma palavra para parar, se fosse necessário. A cadeira era austera. Madeira escura. Estava sentado nessa cadeira e tu despida, deitada sobre as minhas pernas. Enquanto uma das minhas mãos te ia dando umas palmadas nas nádegas, a outra passeava-se pelas coxas e pela tua cona, onde os dedos se deixaram entrar. Massajei o teu clítoris e fiz-te vir. Pediste que não, que não o fizesse, mas fiz-te vir. Não logo, não depressa. Estavas ali para ser castigada. Fui lendo os teus sinais, a tua respiração, os teus músculos, e criei um crescendo até ao momento em que te deixei rebentar.
Não podias fugir. Vir-te-ias quando eu quisesse, e não à tua vontade. Faria de ti o que quisesse. Deitei mão a corda grossa, para não te marcar muito, e prendi-te à cama pelos tornozelos e pelas mãos. As pernas abertas e os braços estendidos. Estavas à minha mercê. Comecei por, quase timidamente, beijar-te as pernas. Os joelhos. Avancei para as coxas, no seu interior. Beijei-te a barriga, e detive-me a lamber e a trincar, ever so slightly, os teus mamilos que à minha chegada estavam já duros, erectos. Não podias ver nada do que te fazia, porque os teus olhos estavam vendados. Assim que avancei sobre ti, uma perna minha tocou a tua cona e ficou molhada. Estavas quase a pingar. Encharcada mesmo. Trinquei suavemente os teus ombros, beijei-te o pescoço, e por fim os lábios. Mas então avancei sobre ti e enfiei-te o caralho na boca. Como se a tua boca fosse uma cona. Agarrei-te o cabelo e segurei-te a cabeça. E, enquanto isso, com uma mão livre, ora te esfreguei a cona, ora lhe bati, com umas palmadas certeiras, e perguntei-te se te querias vir, se querias que te fodesse a cona, que lhe enfiasse o caralho. Fizeste-me sinal que sim. Querias ser castigada. Deixei-te a boca, que beijei, e entrei em ti sem dificuldade. Por esta altura já o lençol que cobria a cama estava molhado, e tudo quanto precisava fazer era escorregar para dentro de ti. Em pouco tempo estarias a debater-te com as cordas, esticando-te, vindo-te. E eu também.
Depois, mais tarde, deitado, avançaste sobre mim. Começaste por esfregar a tua cona no meu caralho, duro, pulsante, sem o deixares entrar dentro de ti. Deslizaste para a frente e para trás, deixando-o totalmente molhado. Sentaste-te sobre a minha cara. Obrigaste-me a lamber-te. Como se fosse isso um grande sacrifício. Lambi-te a cona longamente. A língua castigou-te o clitóris e aventurou-se entre os pequenos lábios. Percebeste que estavas quase a vir-te, e saíste de cima da minha boca. Regressaste ao caralho, sobre o qual te sentaste. Deixaste-o entrar. Consegui vê-lo desaparecer dentro de ti. E ondulando a bacia criaste um movimento rítmico que em poucos instantes nos fez vir de novo. Caíste ao meu lado.
No final, éramos farrapos. Todo aquele espaço tresandava a sexo, e nós totalmente rebentados, mas sorridentes, felizes, deitados lado a lado, com a mão dada, e frases de descompressão. Que não existes, que isto só pode ser proibido, provavelmente ilegal numa série de países, que não existe nada igual. A dado instante disseste “nem sei se fodemos ou fizemos amor”. Perguntei: “e isso, entre nós, tem alguma diferença?”."
João
Geografia das Curvas
07 dezembro 2013
Deuses do Nepal e suas consortes
Duas pequenas estatuetas do Nepal, em bronze, representando um deus oriental (numa delas com uma lança) com a sua consorte, num enlace amoroso e uma mulher nua deitada de bruços, a seus pés.
Vieram do Nepal para a minha colecção.
Vieram do Nepal para a minha colecção.
06 dezembro 2013
«Meter a pata na poça» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
05 dezembro 2013
O tocador de pífaro
Figura de Barcelos em barro pintado com apito, em que o músico tem a língua de fora, com a ponta vermelha. Na mão direita leva uma bengala e a mão esquerda segura o falo, fora das calças.
Em Barcelos, fazem parte da tradição do seu artesanato as figuras que recriam bandas filarmónicas, grupos de música e dança. Algumas dessas peças funcionam também como apitos. Há uns anos, comprei numa feira de artesanato esta peça, um elemento de uma banda filarmónica, mas com a língua de fora, só com a ponta vermelha e a pila de fora. Quando perguntei à autora a razão de ser daquela peça fora do comum, ela esclareceu-me: "Depois de fazermos tantas vezes as mesmas peças, às vezes precisamos de fazer algo diferente, para espairecer".
Tal como a peça Tocador de bombo, faz parte da minha colecção.
Em Barcelos, fazem parte da tradição do seu artesanato as figuras que recriam bandas filarmónicas, grupos de música e dança. Algumas dessas peças funcionam também como apitos. Há uns anos, comprei numa feira de artesanato esta peça, um elemento de uma banda filarmónica, mas com a língua de fora, só com a ponta vermelha e a pila de fora. Quando perguntei à autora a razão de ser daquela peça fora do comum, ela esclareceu-me: "Depois de fazermos tantas vezes as mesmas peças, às vezes precisamos de fazer algo diferente, para espairecer".
Tal como a peça Tocador de bombo, faz parte da minha colecção.
04 dezembro 2013
«Agora, agora mesmo» - João
"Queres que te fale do que me apetecia agora? Agora mesmo? Era não fazer falta. E de nada precisar. Era poder desligar tudo à minha volta, apenas por um tempo. Curto, que mais que isso é luxo. Mas por um pouco, uns dias, ser como inexistente, gente que ninguém procura nem procura ninguém. Que não precisa comer. Que não precisa beber. De certo modo, como um morto, mas vivo. Poder dizer “fui”, poder dizer “fodei-vos”, ou poder nem dizer nada, apenas ir. Fechar portas. Fechar janelas. Deitar-me e dormir. Agora, agora mesmo, quero deitar-me e dormir. Adormecer num sofá, ou numa cama. Em algum sítio. E acordar mais tarde, devagar, sem relógios, sem tempo a pressionar. Acordar num zigzag entre a realidade ténue e a sonolência. Ter sensações vagas, reconhecer o espaço, saber que estou entre paredes amigas, que os lençóis que me cobrem a nudez são macios, que o colchão que me separa do chão é abraço.
Agora, agora mesmo, era isso. E numa volta na cama, enquanto me espreguiçasse, seria muito natural que te quisesse sentir a pele. Sem a surpresa de ali estares. Só a doçura da tua pele, a textura, o cheiro que é teu. Com calma, com muita calma. Era natural que colocasses a tua mão sobre a minha, quando nos encostássemos. Quando me chegasse a ti, tu sabes, em conchinha. A minha mão era capaz de repousar sobre a tua barriga, ou talvez mesmo tocar-te as mamas, e tu irias até ela, entrelaçarias os teus dedos nos meus, e agitarias o corpo muito suavemente. Aconchegar-te-ias, reduzindo o ar entre os corpos, o espaço vazio entre as nossas epidermes. E era mesmo só isso, agora, agora mesmo."
João
Geografia das Curvas
Agora, agora mesmo, era isso. E numa volta na cama, enquanto me espreguiçasse, seria muito natural que te quisesse sentir a pele. Sem a surpresa de ali estares. Só a doçura da tua pele, a textura, o cheiro que é teu. Com calma, com muita calma. Era natural que colocasses a tua mão sobre a minha, quando nos encostássemos. Quando me chegasse a ti, tu sabes, em conchinha. A minha mão era capaz de repousar sobre a tua barriga, ou talvez mesmo tocar-te as mamas, e tu irias até ela, entrelaçarias os teus dedos nos meus, e agitarias o corpo muito suavemente. Aconchegar-te-ias, reduzindo o ar entre os corpos, o espaço vazio entre as nossas epidermes. E era mesmo só isso, agora, agora mesmo."
João
Geografia das Curvas
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