Ela - Divorciei-me principalmente por um motivo.
Eu - Qual?
Ela - Sexo.
Eu - Era mau?
Ela - Era curto.
Eu - Era curto?!
Ela - Curto em tempo, curto em tempo... já ouviste falar em ejaculação precoce?
Eu - Ah! Porque é que ele nunca foi ao médico?
Ela - Já ouviste falar em estúpido orgulho de macho?
Eu - Ah!
Ela - Chegou a convencer-me que, se bebesse três ou quatro uísques antes do sexo, a coisa podia durar mais, para eu também aproveitar.
Eu - E experimentaram?
Ela - Sim. Algumas vezes.
Eu - Deu resultado?
Ela - O único resultado que deu foi ele adormecer bêbedo em cima de mim algumas vezes.
"Quando chega ao Natal, a especialidade de Freud são sonhos de abóbora. A abóbora deita-se no divã e escancara o subconsciente, revelando as suas mais íntimas pevides. Essa visão excita o psicanalista. A abóbora tem um sonho recorrente: está muito sossegada na cozinha, eis senão quando chega uma fada madrinha e, através do toque de uma varinha mágica, transforma-a não em sopa, mas numa carroça puxada por ratos, que por sua vez se transformam em cavalos, e que transporta uma tipa qualquer com nome de travesti enfiada num sumptuoso vestido branco e sapatos de cristal. Freud explica-lhe que se trata de um sonho erótico. A abóbora, contrariada, só não encolhe os ombros porque não os tem. “Onde raio está a pulsão sexual?”, pergunta. “Todos os Natais venho aqui ouvir a mesma coisa”, reclama. “Não sou nenhuma tarada, doutor”, declara. Enquanto discorre sobre o significado dos garanhões que a puxam e da rapariga que entra dentro de si, Freud avança intimidante em direcção à abóbora, como quem lhe vai arrancar um pedaço. A abóbora acorda, aflita e suada. Respira fundo. Conclui, aliviada: “era só um sonho”. Olha em seu redor e percebe que está numa frigideira cheia de óleo a ferver: é só um sonho."