21 fevereiro 2014

Desmond Kelly - «Babiachahige Bicycleka» (a bicicleta)

A cisterna de Cupido

Estou preocupado, tenho o reservatório do amor a transbordar e ainda posso provocar uma inundação disso ou assim.

«À glande e à francesa» - Patife

Andava na rua de rabo espetado, o que lhe dava uma certa graciosidade sexual. Já tinha reparado nesta sirigaita há algum tempo mas no outro dia aquela pandeireta estava para lá de espetada. Segui-a com os olhos com a mesma atenção que na primeira vez. Uma gaja que anda na rua daquela maneira a espetar o rabo tem de estar preparada para que um tipo fique com vontade de lhe espetar no rabo. É a ordem natural das coisas. Por isso, das duas uma: Ou era uma galdéria do anal ou queria experimentar coisas novas. Enquanto estudioso destes fenómenos senti o apelo da curiosidade e fui averiguar. Após duas horas de conversa fiquei logo a saber que estava mortinha para levar com este totem fálico. Não consegui perceber era onde. Por isso pedi esclarecimentos. Desatou-me aos berros, que era uma senhora, que não se dava assim, que o rabo era sagrado e que eu não a ia corromper. Quis explicar que ela tinha entendido tudo mal e que não a queria corromper. Apenas lhe queria romper o cu. É um nível completamente diferente. Mas achei melhor sossegá-la, afirmando que era apenas por curiosidade científica, sendo eu um estudioso do tema. Ficou claro com esta explicação que a minha inteligência tem limites. Já a burrice dela, não. Pois acreditou em tudo o que lhe disse. Daí a levá-la para a cama foi um tirinho. Quando finalmente viu sair de dentro das minhas calças esta colossal zarabatana, arregalou os olhos e disse que lhe tinha saído o Jackpot. Só me apetecia rematar com um “Oh filha, se o Pacheco se chamasse Jack estava sempre a ir-te ao pote”. Mas como se chama Pacheco acabou mesmo por ir-lhe ao pacote. Claro está que para acomodar este calhamaço a desgraçada da moça viu-se grega. Eu cá vim-me à glande e à francesa.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Postalinho arbóreo

"Árvore fêmea na Rota dos Moinhos do Buçaco (Penacova)"
Paulo Moura


20 fevereiro 2014

A culpa é sua!

Les boules


É extraordinária a desatenção que encontro em relação ao manuseamento dos testículos! 
Nas trocas de informação sobre sexo que acontecem sempre que se juntam mulheres, sobretudo mulheres “patrocinadas” por altas esferas, estas bolas deslumbrantes parecem órfãs e destituídas de importância capital. Fazem parte dos elementos secundários, como as nádegas ou os mamilos masculinos, ultrapassados com facilidade por os tradicionais pontos erógenos. 
Não são esquecidos, como é evidente, mas não são explorados de modo a que o seu manuseamento origine o orgasmo. 
No entanto, os testículos são peças fundamentais ao erotismo e a sapiência com que são tocados e acariciados pode accionar orgasmos impensáveis e inesperados. 
A primeira manobra a conhecer para que sejam tratados como merecem é aquela a que chamarei “percurso breve”. 
Consiste no aflorar subtil dos testículos ainda presos nas cuecas. O homem deve estar deitado, de pernas abertas e sem qualquer almofada que lhe apoie a cabeça. Os dedos, as unhas, devem apenas roçar o algodão que os guarda. Percorrer-lhes o formato, rodear e rolar, procurando a linha que os divide. O pénis funciona como alerta. Erguido e latejante, avisa a mulher da necessidade de avançar. Beijar os testículos ainda escondidos não é fácil, mas a pressão exercida pelo lábios que sentem o volume a adaptar-se, moldando o formato ao som da nossa boca, é excitante e compensa. 
De sublinhar que nada deve tocar o pénis, nesta altura. A nossa atenção deve estar toda virada para a massa dura dos testículos e durar o tempo que for necessário para que o homem comece a arfar e a agitar-se. 
Por muito que sedutor que pareça, a mulher, neste caso, não deve despir as cuecas do amante. Deixemos que seja ele a desnudar o que queremos. Fornece-lhe a sensação de domínio e de controlo e quando se tem nas mãos os testículos de alguém, é preciso que o dono se sinta confiante. 
Depois de despido, deixemos que se abra para nós. É sempre bom observar atentamente um homem nu, erecto. 
O segundo passo, o “percurso aberto”, consiste no acumular dos movimentos realizados acrescentando-lhes a língua. Humedeçamos a rugosa pele, procuremos devagar contornar os seus volumes e sintamos, abocanhados, os dois boleados segredos que o escroto guarda. 
Não é difícil introduzir um testículo na boca, banhando-o com saliva e fazendo-o dançar no nosso palato, mas esta manobra deve ser cuidadosa e só as mais experientes a conseguem realizar com a suavidade necessária e provocar um brutal prazer no macho nu e já arqueado. 
O uso de pequenos auxiliares, pequenos vibradores, pode ser proveitoso durante este momento. A vibração suave pode percorrer o escroto, sempre com o cuidado de atingir as virilhas e a região que conduz ao ânus. 
São dois passos importantes que exigem treino e experiência antes de podermos passar ao terceiro marco. 
Até lá, acabemos montadas no mastro que lhes está apenso e pondo em prática as lições estudadas antes.

O cio das cerejas  - Camille

Jarro espanhol em barro com agente da Guardia Civil e um enorme falo

Sempre em guarda na minha colecção.


Quem não faz e manda fazer, é certo que se vai foder*

* Provérbio que inventei agora mesmo mas que bem se poderia tornar popular...

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19 fevereiro 2014

«O outro lado da tua pele» - João

"Saíste da banheira e caminhaste até à beira da cama onde te sentaste. Enrolada num toalhão, que deixaste abrir, ficando tu, e eu, perdidos nessa nossa nudez, o envelope das nossas cabeças. Pegaste no creme. Preparavas-te para cobrir a tua pele com ele. Que desperdício. Que te passou pela cabeça? Não! Que fazes? Não te deixei prosseguir. As minhas mãos são o outro lado da tua pele, o creme pertence-lhes. Fui cobrindo o teu corpo e, vendo bem, de mecânico tinha pouco, estava só a fazer amor contigo de uma maneira diferente. E queria fazê-lo sempre. Como um ritual, um compromisso que não se marca na agenda, que não é obrigação, é só olhar-te e dizer presente. Nem isso. É olhar-te e fazer. Entre o teu cheiro e os teus sinais. E enquanto penso nisso, sinto-me invadido por tantas coisas que não tenho letras nem discernimento, é uma bolha de tudo, que mexe com o meu sangue, mexe com os sentidos, e depois de me arrancar do chão, deixa-me cair de novo, de supetão, e ecoa nos meus ouvidos a zombaria. Mas não faz mal. Não faz mal por causa da nossa nudez, do nosso envelope, das muitas maneiras de fazermos amor."
João
Geografia das Curvas

a monogamia é um mito

«A antropóloga Helen Fisher escolheu um tópico complicado -- o amor -- e explica-nos a sua evolução, as suas bases bioquímicas e a sua importância social. Conclui deixando-nos um aviso sobre o potencial desastre inerente ao abuso de antidepressivos.»

para ouvir AQUI
para ler AQUI

«morte à "gaja boa"» - bagaço amarelo

Aviso: este texto é só para homens

Há uma relação directa entre a quantidade de vezes em que um homem chucha no dedo sozinho e aquelas em que diz que uma gaja qualquer é boa. Eu, sempre que ouço um tipo qualquer dizer que "aquela gaja é mesmo boa", tiro automaticamente a conclusão de que ele é apenas um pobre solitário, uma espécie de satélite longínquo do planeta em que queria tocar. A má notícia é que elas tiram a mesma conclusão. Com excepção, claro, da Scarlett Johansson, que é mesmo boa. Quando um gajo me diz que a Scarlett é mesmo boa, eu aceno afirmativamente com a cabeça e, lá está, passo a ser eu o satélite.
O problema da "gaja boa" não é apenas semântico. "Boa" podia querer dizer generosa (na maneira de ser e não nas formas) ou justa (na maneira de ser e não não nas formas), mas todos sabem o que é que aquilo quer dizer realmente. Não é que seja mau olhar para uma mulher por causa do seu impacto visual, mas é demasiado mau parecer um cachorro abandonado e a salivar, que é o que parece um gajo qualquer quando diz que "uma gaja é boa".
Por tudo isto declaro morte à expressão "gaja boa" e anuncio a boa nova, ou melhor, a mais ou menos nova. Devemos todos começar a dizer que as gajas são mais ou menos. É preciso ser inteligente e não parecer um cão que não come há duas semanas. Ao dizermos que uma gaja é mais ou menos, mantemo-nos no mesmo patamar dela. Impedimos que ela passe a olhar para nós como seres miseráveis e tristes que só pensam em sexo. Com excepção, lá está, da Scarlett Johansson. A essa podemos dizer que é boa, até porque é mesmo.
Se todos passarmos a dizer que as gajas são mais ou menos, não ofendemos ninguém e damos aos piropos um ar mais elegante e selecto. Com o tempo e com a habituação até podemos, eventualmente, começar a dizer coisas como "tu és mesmo toda mais ou menos" ou "mas que gaja tão mais ou menos". É melhor para todos, acreditem. As mulheres vão passar a olhar para os homens como seres que comem de faca e garfo, não fazem barulho a beber chá e nunca têm gases e, no final de contas, o desabafo pavloviano está lá na mesma.
Boa sorte, ou melhor, uma sorte assim assim.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»