Quero amar o teu corpo nu
Em todos esses pedaços
Que por ti vagueiam des-troçados,
Uni-los e integra-los em mim;
Quero consumir todo o teu néctar
Em cada orgasmo libertado,
Derramado pelos teus interstícios
Já abertos a todas as libertações;
Quero sugar-te as entranhas
Como um animal no cio,
Libidinosamente ansioso,
Insatisfeito pelo desejo intenso
Que, em nada, se consome.
Amo-te por e em todos os teus poros,
Por onde transpiras uma sensualidade
Única e irresistivelmente inebriante.
‑ És uma tentação permanente!
‑ És uma tentação permanente!
‑ És a tentação consciente
Que jamais se apaga da minha memória!
‑ És uma tentação permanente!
‑ És uma tentação permanente!
‑ És a tentação, lúcida,
De todos os meus desejos e quereres
Insaciáveis, fundeados
Neste turbilhão dos instintos
Que sempre me movem
Para dentro de ti,
Onde, então, permaneço
Afagada pelo calor do nosso prazer.
In “ENTRE-CORPOS” – livro de Poesia - de Isabel Rosete
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