24 novembro 2014

«Não chove, não lavo!» - conservação da natureza

detido no aeroporto


Raim on Facebook

Postalinho do Nepal (3)

"Templo Pashupatinath em Bahktapur.
Património Mundial da Humanidade."
Daisy Moreirinhas





«coisas que fascinam (173)» - bagaço amarelo

O Amor morre sempre ao mesmo tempo que a saudade que temos de quem Amamos. Quando deixamos de sentir falta de alguém, então não estamos apaixonados de facto. Podemos fingir que sim, até por uma questão de conforto, mas o Amor morninho nunca será igual ao Amor a sério.
Isto é uma merda, porque a saudade morre por causa do próprio Amor. É ele que nos impele a matá-la a cada momento da nossa vida, sem perceber que se está a matar a si mesmo.
Agora, desde que me apaixonei pela última vez, mantenho a saudade sempre nos seus níveis máximos. É, muito provavelmente, das coisas mais difíceis de se conseguir fazer mas, fazendo-o, mantém-se o Amor vivo. A vida também.
Manter a saudade significa, ao mesmo tempo, manter a individualidade e alguma distância. Viver para além do meu próprio Amor, para que ele não se transforme em mim mesmo e morra sem que eu me dê conta.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Como pegar o sabonete na prisão



Capinaremos.com

23 novembro 2014

«Flagra» - Porta-Curtas

Luís Gaspar lê «Paradigmas de uma folha de papel em branco» de António MR Martins


Deixei-te uma folha de papel viva
repartida por entre pedaços de mim,
com a nossa maior palavra cativa
e um suave cheirinho a jasmim.

Folha num sobrescrito inserida,
restando-se dobrada em três partes,
ficou outra palavra esquecida!…
Amor novo de múltiplos encartes.

No fundo desse invisível texto
coordenado pela sabedoria,
sendo instituído nesse contexto.

Entre o silêncio veio a ousadia,
êxtase para simular um pretexto…
de te enviar um beijo à revelia!…

António MR Martins
(Poema lido no âmbito do direito dos inscritos na Loja da Raposa, à publicação de um poema do próprio ou de um seu poeta favorito)
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

A vida sexual dos ácaros



Poderíamos pensar que os ácaros são uns fetichistas por gastarem tanto do seu tempo a introduzirem-se nas nossas camas sub-repticiamente para, de mansinho, se encostarem às escamas da nossa pele, fingir que nos acariciam e sugar-nos todinhos. Até parece aquela gaja ou aquele gajo lá do trabalho que de mansinho roda à nossa volta com sorrisos concupiscentes e palmadinhas nas costas e beijinhos de chegada e de partida só para nos sacar algo melindroso que possa vomitar no colo dos superiores.

E remexendo a questão até poderíamos supor que são uns coprófagos por nos encherem os colchões e almofadas com os seus excrementos, só para nos encherem de coceira, tal como os seus primos carraças fazem aos cães.

Contudo, a vida sexual dos ácaros caracteriza-se por uma proliferação do incesto e do abuso de crianças capaz de lhes entupir os tribunais se eles os tivessem e, de lhes encher as prisões pela dificuldade de colocar pulseiras electrónicas em seres de uns 300 mícrons.

A coisa passa-se assim: o bebé ácaro macho permanece no conforto do lar materno calmamente à espera que lhe nasça uma irmã e nessa hora feliz até dispensa os seus préstimos à mãe para ajudar no nascimento e logo que a bebé fêmea vê a luz do dia, acopla-se a ela com toda a força. Por tradição a recém-nascida detesta este costume de boas-vindas e foge a voar para longe dali ficando o menino junto de sua mãe, à espera de uma nova irmã.





Dio Vayne - «Pause» (Pausa)