"Aquele espaço estava apinhado de gente, mesmo para um dia como aquele. Vinhas com fome, não sei se apenas a fome no teu corpo ou também a fome do meu, das minhas palavras, do calor que estava em mim. Sabes que se misturam um pouco as minhas imagens daquele local. Sempre corrido, sempre cheio de gente, e tu ali por obrigação e nunca por gosto, a pequena ladeira onde te apoiavas no meu braço para não escorregar, o pedido sempre igual para começar o dia de estômago preenchido, os corredores, eu sentado ao teu lado, a segurar coisas tuas enquanto te afastavas de mim. Dias de chuva, atalhos que só tu conhecias e era quase romântico naquele contexto, o beijo trocado a um canto, um livro, um telefone que tocava, apreensão tua, apreensão minha, e uma rua tão conhecida, nós a conversar no passeio, a manhã fria como o Inverno que ainda não era, eu de pés na estrada, tu no passeio, a trocarmos palavras, a dizeres-me coisas que quando entravam em mim abriam em estilhaço, e eu que te tinha estado a animar pouco antes, sentado a teu lado, carícias no cabelo, a tua perna, a tua mão, carinho a fluir, e aquilo parecia-me tão irreal, aquela luz era tão estranha, e eu não sabia, a sério que não sabia. Talvez tu soubesses. Talvez já tivesses planeado aquilo, talvez já tivesses pensado nisso, talvez soubesses que depois daquilo, viria a travessia, que te farias ao mar, talvez já soubesses que pouco depois me atirarias artilharia pesada, que estarias contrariada, acredito que a sofrer com isso, a dizer-me coisas que sabias que fariam doer tanto e tão fundo. Talvez soubesses, também, que ainda assim e apesar disso eu estaria sempre ali, para me sentar ao teu lado, para segurar as tuas coisas enquanto tu não podias, para te amparar na ladeira escorregadia. Talvez soubesses tudo isso, mas eu não."
João
Geografia das Curvas
13 fevereiro 2015
12 fevereiro 2015
Amor de perdição
Desconhecia esta estátua «Amor de Perdição», da autoria do Mestre Francisco Simões, situada no Largo Amor de Perdição (Campo Mártires da Pátria - Jardim da Cordoaria), no Porto. Nesse largo fica a antiga Cadeia da Relação, actualmente a sede do Centro Português de Fotografia.
Foi inaugurada em 2012, comemorando os 150 anos da publicação do livro «Amor de Perdição», que Camilo Castelo Branco escreveu em 1862, cerca de dez anos depois de sido preso na Cadeia da Relação, acusado de cometer adultério com Ana Plácido, numa época em que o amor adúltero era considerado crime. Depois de absolvidos deste crime, Camilo e Ana Plácido passaram a viver juntos.
A estátua simboliza a paixão entre Camilo Castelo Branco e todas as mulheres da sua vida e da sua obra. Em especial o amor a Ana Plácido.
Deixo-vos aqui algumas fotos que encontrei na internet:
Foi inaugurada em 2012, comemorando os 150 anos da publicação do livro «Amor de Perdição», que Camilo Castelo Branco escreveu em 1862, cerca de dez anos depois de sido preso na Cadeia da Relação, acusado de cometer adultério com Ana Plácido, numa época em que o amor adúltero era considerado crime. Depois de absolvidos deste crime, Camilo e Ana Plácido passaram a viver juntos.
A estátua simboliza a paixão entre Camilo Castelo Branco e todas as mulheres da sua vida e da sua obra. Em especial o amor a Ana Plácido.
Deixo-vos aqui algumas fotos que encontrei na internet:
(c)MCS
Carlos C.
Carlos C.
Fernando Veludo -NFactos
(c)MCS
Maria Manuela Mendes Ribeiro
Maria Manuela Mendes Ribeiro
Maria Manuela Mendes Ribeiro
Shímmy - Revista da vida moderna - Anno 6º nº 266
Revista brasileira de 1930, com humor erótico.
Oferta de Lourenço M. para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Oferta de Lourenço M. para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Boeing! Boeing! Boeing!
Por coincidência era aeromoça. Mas no meu álbum de quecas ficará para sempre conhecida como Hospedeira de Bordas.
Patife
@FF_Patife no Twitter
11 fevereiro 2015
Pornografia política
«De acordo com o primeiro-ministro, as ideias do Syriza são “um conto de crianças”. É possível, não digo que não. Mas as ideias de Passos Coelho são, como sabemos, um filme para adultos. E o traseiro que o protagoniza, infelizmente, é o nosso.»
Postalinho do Brasil
Ora aqui está o que se pode chamar um acrónimo da mãe!
Ainda pensei que fosse uma brincadeira mas é a sério.
Ainda pensei que fosse uma brincadeira mas é a sério.
Eva portuguesa - «Fodamos»
Vi este título e fiquei a pensar: provavelmente censurável, mas faz todo o sentido.
Porquê dizer fazer amor quando a maior parte das vezes fodemos? Será uma ofensa para ambas as situações.
Quantos de nós sabemos realmente o que é o amor, para proclamar que o fazemos? E qual o problema de foder, se é isso que apetece a ambos? Não será muito pior chamar amor à busca primitiva e carnal do prazer? Não será muito mais ofensivo diminuir o sentido máximo da existência a uma satisfação instintiva e egocêntrica de desejos puramente físicos e básicos; animalescos até?
Os animais não sabem o que é o amor. Mas fodem.
E nós? Sabemos o que é o amor?...
Então, sem medos, receios ou censura, sugiro: fodamos!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Porquê dizer fazer amor quando a maior parte das vezes fodemos? Será uma ofensa para ambas as situações.
Quantos de nós sabemos realmente o que é o amor, para proclamar que o fazemos? E qual o problema de foder, se é isso que apetece a ambos? Não será muito pior chamar amor à busca primitiva e carnal do prazer? Não será muito mais ofensivo diminuir o sentido máximo da existência a uma satisfação instintiva e egocêntrica de desejos puramente físicos e básicos; animalescos até?
Os animais não sabem o que é o amor. Mas fodem.
E nós? Sabemos o que é o amor?...
Então, sem medos, receios ou censura, sugiro: fodamos!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
10 fevereiro 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)