08 março 2015

festivais


Raim on Facebook

A Salsicha


Le Saucise from TropicalTitties.com on Vimeo.

Luís Gaspar lê «Rosas e Cantigas» de Afonso Duarte


Eu hei-de despedir-me desta lida,
Rosas? – Árvores! hei-de abrir-vos covas
E deixar-vos ainda quando novas?
Eu posso lá morrer, terra florida!

A palavra de adeus é a mais sentida
Deste meu coração cheio de trovas…
Só bens me dê o céu! eu tenho provas
Que não há bem que pague o desta vida.

E os cravos, manjerico, e limonete,
Oh! que perfume dão às raparigas!
Que lindos são nos seios do corpete!

Como és, nuvem dos céus, água do mar,
Flores que eu trato, rosas e cantigas,
Cá, do outro mundo, me fareis voltar.

Afonso Duarte
(Ereira, 1 de Janeiro de 1884 — Coimbra, 5 de Março de 1958) foi um poeta português. Afonso Duarte interessou-se por temas de etnografia e arte popular portuguesa, reflectidos na sua obra poética, ligada às crenças e mitos seculares, aos motivos da terra, vida animal, ao povo e à lide agrária.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Paraíso das mamas


Quando era miúda as lojas mais populares incluíam no seu nome a palavra paraíso , como o paraíso do calçado ou o paraíso da moda apelando ao cliente mais afoito através do seu potencial de satisfação tal como as clínicas dermoestéticas de agora se estabelecem como paraíso das mamas, à escolha por catálogo e à medida.

E como quem não se sente não é filho de boa gente também eu não me cansava de lhe publicitar como seria um bom investimento para lhe encher as mãos. É que se ele nunca mostrara enfado pelas minhas 36 também é certo que nunca deixara de reparar nas mais avantajadas e de as elogiar. Mas o raio do gajo não se comovia argumentando com os tempos de crise e que as mamas estavam muito bem assim pois que as grandes são mais fetiche de garganta de gajo sem o qual até se passa bem e que era moda passageira. Lembrei-lhe que as clínicas especializadas provém de países desenvolvidos e que não podemos estar sempre na cepa torta. E acrescentei que a moda é de nível europeu ou até mundial e eu não era ninguém para a contrariar.


Ele levantou-me a camisola para prantar ambas as mãos nas minhas mamas, uma em cada uma, a sopesá-las como quem avalia laranjas, a mexê-las circularmente com as palmas, a fazer tesourinhas de dedos nos mamilos e acabar por me dizer que se eu não tinha poder de decisão sobre o meu paraíso de mamas fazia delas já ali uma república das bananas.



[Imagem: Playmate de Dezembro de 1990 e Playmate de 2003]

Romantismo a léguas


Ok, sou devasso mas há uma coisa que não faço na cama: É fazer das tipas coração.

Patife
@FF_Patife no Twitter

07 março 2015

«Diversexualidad» - o direito de todos à sexualidade


Diversexualidad from yes, we fuck! on Vimeo.

«Turismo falhado» - por Rui Felício

A malta do café nem deixava o Eduardo respirar com tantas perguntas. Ele bem queria responder a todos, mas não lhe davam sossego.
- Há que tempos não te víamos, Eduardo!
- Como é que correu a viagem que ganhaste no concurso?
- Claro que deve ter sido uma maravilha. Nem precisas de responder.
- Uma viagem de uma semana para duas pessoas à Turquia com tudo pago não acontece todos os dias.
- Para mais, sabemos que arranjaste uma loiraça boa como o milho para te acompanhar no passeio.
- Que inveja, pá! Ainda por cima dizem que a Turquia tem coisas lindas de se ver.
O Eduardo lá conseguiu finalmente que se acalmassem, e, com um gesto largo e ar compungido, articulou, perante a incredulidade espelhada nos rostos dos amigos:
- Não gostei nada. Não gostei nada...
Insistiram para que se explicasse e o Eduardo contou:
- Na véspera estive a jantar com a loira para combinar e acertar os pormenores da viagem. Como eu nunca tinha viajado de avião e ela estava farta de andar por todo o mundo, achei melhor dar-lhe os bilhetes e os vouchers do hotel.
Ela trataria de todas essas trapalhadas de aeroporto, check-in e tudo o mais.
No dia seguinte lá estava eu no aeroporto, duas horas antes do voo.
Meia hora antes do avião partir vi-a, a ela e a um fulano qualquer a correrem para o balcão do tal check-in.
Ainda me sorriu com ar de gozo quando desapareceu, em passo acelerado, por trás da porta onde estava um guichet da polícia.
Segui-a, mas o polícia ainda me quis prender quando tentei atravessar a tal porta!
Odeio aeroportos. Odeio aviões.
Passei a odiar loiras...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Casal em acrobacias

Casal em madeira e ráfia.
Veio da Tailândia para a minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


«Pornô de bom gosto» - Adão Iturrusgarai


"Cartum que fiz para o caderno Ilustríssima do jornal Folha de S. Paulo"

06 março 2015

School of Seven Bells - «I L U»


School of Seven Bells - I L U - Official Video from Vagrant Records on Vimeo.

Olheiro


Deitar-te um olhar tão inequívoco que não te restem dúvidas do que o futuro próximo te reserva.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Devias dar-te por satisfeito!» - João

"Devias dar-te por satisfeito. As pessoas dizem muitas coisas e também dizem isto. Devias dar-te por satisfeito. Porque tens uns filhos lindos. Porque tens uma mulher ou um marido ou namorados que te amam, que te dão atenção. Porque tens um emprego e outros nem isso. Porque tens um carro e uma casa. Porque tens uma carreira. Porque tens amigos. Porque tudo, e porque nada. As pessoas gostam de dizer coisas. E eu ando farto de pessoas. Da facilidade com que dizem coisinhas. Logo eu que ando tão calado. Que trago os lábios tão cerrados. Não penso, não falo (e não existo).

Devemos dar-nos por satisfeitos porquê? Porque nos dizem que sim? Se calhar os filhos impediram-nos de fazer outras coisas na vida ou adiaram-nos caminhos; se calhar o marido ou a mulher não são tudo o que sonhámos, ou nós para eles, se calhar não os fazemos sentir os mais importantes, ou eles a nós, se calhar o emprego é uma merda que nos reduz a lixo todos os dias; se calhar o carro e a casa não são o que queremos, avariam na estrada ou entra água ou cai o tecto, são apenas o que conseguimos e não o que sonhamos, se calhar a carreira não nos vale de grande coisa, desaparece num momento sem aviso prévio e deixa-nos num buraco sem reconhecimento nem palmadinhas nas costas. Se calhar os amigos são Made in China. E temos de dar-nos por satisfeitos porquê? Porque acham que sim? Porque os outros acham, num exercício de condescendência paternalista, que nos queixamos de barriga cheia? Sejam pois vós gentes satisfeitas, e avaliai vós da vossa satisfação, que eu avalio da minha. Cada um avaliando por si, e fazendo pela vida, procurando a satisfação. Cansa esta coisa miserabilista, do podia ser pior, do não há males que não venham por bem, dessa coisa portuguesinha de ficar contentinho com o segundo lugar. Em tudo. Devias dar-te por satisfeito? Bardamerda. Contentinhos e satisfeitos, de queda em queda, até ficarmos gágás num lar qualquer a babar e sem saber muito bem se o pote de ouro se escondia ou não no fim do arco-íris. Nunca nos devemos dar por completamente satisfeitos. Quando um objectivo está conseguido, por mais difícil que tenha sido, olhemos à volta, porque há mais. Uma vida contentinha é pequenina. E nós fomos feitos para coisas grandes."


João
Geografia das Curvas

«Divirtamo-nos!»- Shut up, Cláudia!




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