15 abril 2015
Novo postalinho da Ilha dos Caralhos
"Olá, São Rosas
Nas sextas feiras santas, fazemos uma festa na mata. Consta de almoço de raia de pitéu e jantar de papas laberças. Entre as duas refeições temos uma procissão à Ilha dos Caralhos, um local na Quinta de Fôja, Santana, Figueira da Foz. Lembras-te do postalinho dos pneumatóforos que te enviei? São os "caralhos" da ilha.
Pneumatóforos são raízes respiratórias de plantas adaptadas a viver em regiões alagadiças que possuem um solo lamacento, rico em detritos, porém pobre em oxigénio. Nesse tipo de ambiente desenvolvem-se raízes que crescem verticalmente, possuindo pequenos furos que permitem a entrada do oxigénio do ar e realizando a sua fixação e absorção.
A banda dos músicos é totalmente improvisada, sem qualquer ensaio anterior e tocam as músicas populares por todos conhecidas!
Bebe-se muito e come-se melhor.
Para o próximo ano convido-te."
Mário Rui C.
Nas sextas feiras santas, fazemos uma festa na mata. Consta de almoço de raia de pitéu e jantar de papas laberças. Entre as duas refeições temos uma procissão à Ilha dos Caralhos, um local na Quinta de Fôja, Santana, Figueira da Foz. Lembras-te do postalinho dos pneumatóforos que te enviei? São os "caralhos" da ilha.
Pneumatóforos são raízes respiratórias de plantas adaptadas a viver em regiões alagadiças que possuem um solo lamacento, rico em detritos, porém pobre em oxigénio. Nesse tipo de ambiente desenvolvem-se raízes que crescem verticalmente, possuindo pequenos furos que permitem a entrada do oxigénio do ar e realizando a sua fixação e absorção.
A banda dos músicos é totalmente improvisada, sem qualquer ensaio anterior e tocam as músicas populares por todos conhecidas!
Bebe-se muito e come-se melhor.
Para o próximo ano convido-te."
Mário Rui C.
14 abril 2015
Falta de classes
A treta do dia dos namorados é uma armadilha capitalista para quem não respeita a monogamia.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«luxúria dos amantes» - Licínia Girão
![]() |
| «Casal com violino», P. Cardoso, 1997 - óleo sobre tela - colecção de arte erótica «a funda São» |
seria pobre o horizonte
se não fosse a luxúria dos amantes
os verbos irregulares
com as badaladas sonhadas
teus beijos são fortes
como a tormenta das águas
meu corpo anseia teu afago
como a folha anseia o vento para voar
sonho os teus lábios nos meus numa dança sem ensaio
a tua pele na minha pele
como as borboletas nas flores
o teu destino sou eu
como as conchas são do mar
És a música da minha vida
o meu sonho mais profundo
minha paixão carnal delirante
meu amante de palavras e sentidos
Licínia Girão
«O Avisador de Estações»
Livro da nossa Aliciante Madalena Palma.
A Mad é uma das muitas pérolas que tive e tenho o privilégio de conhecer graças ao blog «a funda São». E esta publicação é mais do que merecida. Por ela e por nós todos. Os seus poemas e os seus textos combinam muito bem com o cheiro do papel que emana deste livro quando se passa cada página.
Mas aviso já que não conseguimos ler «O Avisador de Estações» relaxados. Não podemos, com poemas como este:
Senta-te e relaxa...
Encosta-te na cadeira e repousa a cabeça.
Não tires nunca os olhos do meu corpo.
Segue os meus dedos.
Vê o poder que exerces em mim e a vontade que sinto.
Não te mexas.
Mantém-te aí.
Nunca pares de seguir os meus dedos e as ondas do meu corpo.
Vê como as minhas mãos navegam sôfregas pelo mar revolto em que me transformo quando me apeteces.
Não saias daí.
Continua a olhar.
Delicia-te.
Não feches os olhos mesmo que eu feche os meus.
Vem
Demoras muito?
O exemplar da minha colecção tem uma dedicatória da Madalena que me deixa toda molhadinha. Mas também podes encomendar o teu exemplar à Madalena, comprá-lo na Chiado Editora ou em algumas livrarias (como a Bertrand ou a Wook).
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
A Mad é uma das muitas pérolas que tive e tenho o privilégio de conhecer graças ao blog «a funda São». E esta publicação é mais do que merecida. Por ela e por nós todos. Os seus poemas e os seus textos combinam muito bem com o cheiro do papel que emana deste livro quando se passa cada página.
Mas aviso já que não conseguimos ler «O Avisador de Estações» relaxados. Não podemos, com poemas como este:
Encosta-te na cadeira e repousa a cabeça.
Não tires nunca os olhos do meu corpo.
Segue os meus dedos.
Vê o poder que exerces em mim e a vontade que sinto.
Não te mexas.
Mantém-te aí.
Nunca pares de seguir os meus dedos e as ondas do meu corpo.
Vê como as minhas mãos navegam sôfregas pelo mar revolto em que me transformo quando me apeteces.
Não saias daí.
Continua a olhar.
Delicia-te.
Não feches os olhos mesmo que eu feche os meus.
Vem
Demoras muito?
O exemplar da minha colecção tem uma dedicatória da Madalena que me deixa toda molhadinha. Mas também podes encomendar o teu exemplar à Madalena, comprá-lo na Chiado Editora ou em algumas livrarias (como a Bertrand ou a Wook).
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
13 abril 2015
«Pausa para te vires» - João
"Milhares passam por ali, é espaço de bulício, de pressa, de pessoas que correm para um lado qualquer, lados distintos dos nossos, e nós a passar, com tempo, com algum tempo ainda, e com a tesão nos corpos, e tu puxas-me pelo braço e dizes-me que é ali, é ali, mas que loucura, ali não podemos, não, dizes, ali podemos, vamos, e nós vamos, e entramos, e fechamos a porta atrás de nós, trancamos a porta, e empurro-te contra a parede mais próxima, colo a minha boca à tua, subo apressado a tua saia, enfio a minha mão na tua lingerie sem delicadezas e massajo vigorosamente a tua cona enquanto te beijo e as tuas mãos me agarram, me seguram, eu em pé e tu de pé, descomposta, descompostos, amparada por mim quando depressa te vens, e depois, depois num rearranjo da roupa e num ar aprumado, irrepreensível, abrimos a porta e caminhamos depressa, com rostos inocentes como que gente ao engano, e lá vamos, a esconder um segredo em sorrisos, misturados na mole de gente em pressa, de um lado para o outro, que a vida afinal é isto."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
12 abril 2015
Luís Gaspar lê «Os lagartos ao sol» de Alexandre O’Neill
Expõe ao sol a perna escalavrada,
no jardim do Príncipe Real,
uma velha inglesa. Não há nada
tão bonito (pra mim), so natural.
E conversamos: “Helioterapia
medicina barata em Portugal”.
Accionista do sol, ajudo à missa:
“But, não muito, que senão faz mal”.
Gozosos, eu e a velha, ali ficamos
à mercê de meninos e marçanos.
Ela, a inglesa, de perninha à vela;
e eu, o português, à perna dela.
Talvez que, se Briol nos conservara,
alguém um dia nos ajardinara.
Alexandre O’Neill
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
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