16 abril 2015

«respostas a perguntas inexistentes (298)» - bagaço amarelo

o meu Amor e o mundo

Espantam-me os apaixonados que não sentem ciúmes. Eu cá sou um homem ciumento, apesar de não ter ciúmes de ninguém. É com o mundo que me zango constantemente, por ter mais do meu Amor do que eu próprio. Chamo-lhe nomes, mas ele não me liga nenhuma. Filho da puta!
É que é sempre assim quando me apaixono. Vem o mundo e zás, estraga tudo. Tem a mania de atrair as atenções e eu que me lixe. Fico como um cão abandonado enquanto o meu Amor e Ele se divertem. É a merda do trabalho, dos programas baratos da tv por cabo, do livro que nunca acaba por mais páginas que passem e até da gastronomia.
Ainda há dias estávamos juntos na cama, acabadinhos de acordar, eu e o meu Amor, quando se decidiu levantar para ir comer torradas com doce. E eu com ciúmes daquilo tudo, à espera que eles decidam descansar um do outro para conseguir um pouco de atenção. Passei-me!
A única coisa que eu queria era que o mundo desaparecesse cada vez que me apaixono, mas isso nunca acontece. É um chato. O mundo parece um vendedor ambulante, sempre a tocar à campainha nos piores momentos.
Quando alguém me diz que nunca teve ciúmes, então é porque nunca esteve apaixonado. O Amor é isso: ter ciúmes do mundo.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Erotismo em miniatura

4 pequenas peças em metal dourado: pénis alado, anel com mulher, mulher sentada e colher com duas mulheres.
Peças com uma grande minúcia, da minha colecção.





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Assim não dá pra ser feliz



Capinaremos.com

15 abril 2015

Burlesque Punk Rock - «Dirty Martini»


Dirty Martini [Sub Esp] from Kimuak on Vimeo.

«Boa noite» - Rogier Willems


Rogier Willems

Novo postalinho da Ilha dos Caralhos

"Olá, São Rosas
Nas sextas feiras santas, fazemos uma festa na mata. Consta de almoço de raia de pitéu e jantar de papas laberças. Entre as duas refeições temos uma procissão à Ilha dos Caralhos, um local na Quinta de Fôja, Santana, Figueira da Foz. Lembras-te do postalinho dos pneumatóforos que te enviei? São os "caralhos" da ilha.
Pneumatóforos são raízes respiratórias de plantas adaptadas a viver em regiões alagadiças que possuem um solo lamacento, rico em detritos, porém pobre em oxigénio. Nesse tipo de ambiente desenvolvem-se raízes que crescem verticalmente, possuindo pequenos furos que permitem a entrada do oxigénio do ar e realizando a sua fixação e absorção.
A banda dos músicos é totalmente improvisada, sem qualquer ensaio anterior e tocam as músicas populares por todos conhecidas!
Bebe-se muito e come-se melhor.
Para o próximo ano convido-te."
Mário Rui C.















Mais que evidente!


14 abril 2015

«Corporate Occult»


"CORPORATE OCCULT" Huoratron Music Video from Cédric BLAISBOIS on Vimeo.

Falta de classes


A treta do dia dos namorados é uma armadilha capitalista para quem não respeita a monogamia.

Sharkinho
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«luxúria dos amantes» - Licínia Girão

«Casal com violino», P. Cardoso, 1997 - óleo sobre tela
- colecção de arte erótica «a funda São»


seria pobre o horizonte
se não fosse a luxúria dos amantes
os verbos irregulares
com as badaladas sonhadas
teus beijos são fortes
como a tormenta das águas
meu corpo anseia teu afago
como a folha anseia o vento para voar
sonho os teus lábios nos meus numa dança sem ensaio
a tua pele na minha pele
como as borboletas nas flores
o teu destino sou eu
como as conchas são do mar
És a música da minha vida
o meu sonho mais profundo
minha paixão carnal delirante
meu amante de palavras e sentidos

Licínia Girão

«O Avisador de Estações»

Livro da nossa Aliciante Madalena Palma.
A Mad é uma das muitas pérolas que tive e tenho o privilégio de conhecer graças ao blog «a funda São». E esta publicação é mais do que merecida. Por ela e por nós todos. Os seus poemas e os seus textos combinam muito bem com o cheiro do papel que emana deste livro quando se passa cada página.
Mas aviso já que não conseguimos ler «O Avisador de Estações» relaxados. Não podemos, com poemas como este:

Senta-te e relaxa...

Encosta-te na cadeira e repousa a cabeça.
Não tires nunca os olhos do meu corpo.
Segue os meus dedos.
Vê o poder que exerces em mim e a vontade que sinto.
Não te mexas.
Mantém-te aí.
Nunca pares de seguir os meus dedos e as ondas do meu corpo.
Vê como as minhas mãos navegam sôfregas pelo mar revolto em que me transformo quando me apeteces.
Não saias daí.
Continua a olhar.
Delicia-te.
Não feches os olhos mesmo que eu feche os meus.
Vem
Demoras muito?

O exemplar da minha colecção tem uma dedicatória da Madalena que me deixa toda molhadinha. Mas também podes encomendar o teu exemplar à Madalena, comprá-lo na Chiado Editora ou em algumas livrarias (como a Bertrand ou a Wook).



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13 abril 2015

VH1 - «Dating Naked presents: Dancing Naked Stunt»

«Pausa para te vires» - João

"Milhares passam por ali, é espaço de bulício, de pressa, de pessoas que correm para um lado qualquer, lados distintos dos nossos, e nós a passar, com tempo, com algum tempo ainda, e com a tesão nos corpos, e tu puxas-me pelo braço e dizes-me que é ali, é ali, mas que loucura, ali não podemos, não, dizes, ali podemos, vamos, e nós vamos, e entramos, e fechamos a porta atrás de nós, trancamos a porta, e empurro-te contra a parede mais próxima, colo a minha boca à tua, subo apressado a tua saia, enfio a minha mão na tua lingerie sem delicadezas e massajo vigorosamente a tua cona enquanto te beijo e as tuas mãos me agarram, me seguram, eu em pé e tu de pé, descomposta, descompostos, amparada por mim quando depressa te vens, e depois, depois num rearranjo da roupa e num ar aprumado, irrepreensível, abrimos a porta e caminhamos depressa, com rostos inocentes como que gente ao engano, e lá vamos, a esconder um segredo em sorrisos, misturados na mole de gente em pressa, de um lado para o outro, que a vida afinal é isto."

João
Geografia das Curvas