24 abril 2015
Postalinho de Santiago (2ª série - 5)
"Coisas que se encontram ao longo do Caminho Português pela Costa para Santiago de Compostela.
Dois quadros num café em A Guarda, sendo o do morango intitulado «fruta de la passión» e o outro «soy la leche»."
Antonino S.
Dois quadros num café em A Guarda, sendo o do morango intitulado «fruta de la passión» e o outro «soy la leche»."
Antonino S.
«Chilreio» - João
"A parede está pintada num cinzento intermédio, a meio caminho entre o escuro infinito e o branco salvífico, mas há branco no rodapé que contorna todo aquele quarto. O soalho é flutuante, bastante escuro, e as cortinas, ligeiras e alvas, ondulam com a brisa que a porta de correr, ligeiramente aberta, deixa entrar. Dali, há vista para um pequeno jardim, com algumas árvores de fruto e cadeiras dispersas. Há um vidro que separa o quarto da casa-de-banho, e salpicos da água muito quente, essa água que bate no teu corpo e salta, lançada de um chuveiro brilhante que te alisa e cola o cabelo molhado ao corpo. Há uma cama larga, macia, com uma coberta muito branca, quase luminosa, uma mesa de cabeceira onde estão as tuas jóias e o teu telefone. Ao canto, sentado no chão, de costas encostadas à parede cinzenta e pés marcados no pavimento, respiro eu, de algum modo embalado nos salpicos da água, no barulho da torrente, nos gestos que te vejo fazer enquanto a água quente te beija a pele.
O silêncio instala-se quando a tua mão se lança à torneira. E só alguns instantes mais tarde o silêncio dá lugar ao chilreio baixo que passa o pequeno espaço aberto da porta de correr da varanda, e consigo distinguir perfeitamente o som que fazes ao tirar os pés da banheira, saltando cá para fora, nua e brilhante, brilhante como a cama onde te confundes, embrulhada numa toalha presa abaixo dos braços, secando o cabelo devagar, devagar. Há a brisa ligeira, há aquele chilreio que embala, e os teus passos, definidos, seguros. Vens sentar-te à beira da cama, virada para mim. A princípio, apoias os cotovelos nas tuas pernas, de mãos juntas, e com o cabelo pendente fixas os teus olhos no meu sorriso, e eu, o meu olhar no teu. Depois, abrindo bem a toalha, pegas no teu creme, e quase sempre sem deixar de me olhar vais espalhando creme na tua pele, num ritual diário, um ritual meticuloso, bem cartografado, bem coreografado. Sem uma palavra. Nenhuma palavra. A dado momento, deixas de espalhar creme, esticas o braço e deixas a tua mão como um convite, um convite para que me levante e vá até ti. Sorrio, como menino, e subtraio à parede cinzenta as minhas costas, confiro ímpeto aos meus músculos e aproximo-me da tua mão, que toco, do teu ombro, que beijo. Sento-me na cama, atrás de ti, e passo-te o creme nas costas, nos ombros, nos braços.
A brisa cessou, sobra só o chilreio do final da tarde, a vontade de não sair mais dali, e as gotas no vidro, dos salpicos da água quente, a escorrer vagarosamente. E tu, deitada ao meu lado, brilhante, macia, a cheirar a frutos, a fazer-me olhinhos e um beicinho, e enquanto a parede continua cinzenta, o rodapé branco, e o soalho escuro, não são precisas palavras nem pedidos, sei o que queres dizer-me, e naquela cama larga que nos alberga, di-lo-ás, depois, numa frase marcante que nunca passa nem esquece."
João
Geografia das Curvas
O silêncio instala-se quando a tua mão se lança à torneira. E só alguns instantes mais tarde o silêncio dá lugar ao chilreio baixo que passa o pequeno espaço aberto da porta de correr da varanda, e consigo distinguir perfeitamente o som que fazes ao tirar os pés da banheira, saltando cá para fora, nua e brilhante, brilhante como a cama onde te confundes, embrulhada numa toalha presa abaixo dos braços, secando o cabelo devagar, devagar. Há a brisa ligeira, há aquele chilreio que embala, e os teus passos, definidos, seguros. Vens sentar-te à beira da cama, virada para mim. A princípio, apoias os cotovelos nas tuas pernas, de mãos juntas, e com o cabelo pendente fixas os teus olhos no meu sorriso, e eu, o meu olhar no teu. Depois, abrindo bem a toalha, pegas no teu creme, e quase sempre sem deixar de me olhar vais espalhando creme na tua pele, num ritual diário, um ritual meticuloso, bem cartografado, bem coreografado. Sem uma palavra. Nenhuma palavra. A dado momento, deixas de espalhar creme, esticas o braço e deixas a tua mão como um convite, um convite para que me levante e vá até ti. Sorrio, como menino, e subtraio à parede cinzenta as minhas costas, confiro ímpeto aos meus músculos e aproximo-me da tua mão, que toco, do teu ombro, que beijo. Sento-me na cama, atrás de ti, e passo-te o creme nas costas, nos ombros, nos braços.
A brisa cessou, sobra só o chilreio do final da tarde, a vontade de não sair mais dali, e as gotas no vidro, dos salpicos da água quente, a escorrer vagarosamente. E tu, deitada ao meu lado, brilhante, macia, a cheirar a frutos, a fazer-me olhinhos e um beicinho, e enquanto a parede continua cinzenta, o rodapé branco, e o soalho escuro, não são precisas palavras nem pedidos, sei o que queres dizer-me, e naquela cama larga que nos alberga, di-lo-ás, depois, numa frase marcante que nunca passa nem esquece."
João
Geografia das Curvas
23 abril 2015
«Lá fora» - bagaço amarelo

É interessante como nos conseguimos criticar constantemente por não sermos tão bons como o resto do mundo, ao mesmo tempo que afirmamos que estamos quase lá. Somos nós e o resto do mundo num permanente e desigual combate.
E eu digo que só pode ser Amor. É como nas discussões Amorosas em que os apaixonados atribuem mil e um defeitos ao outro e o comparam injustamente a alguém. Discutem e argumentam, mas à noite deitam-se juntos e fazem Amor.
É que o Amor é isso, considerar o outro tão bom como o mundo inteiro ou, no meu caso, melhor ainda.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Príapo sempre em pé
Pequena estatueta, réplica de um amuleto do império romano.
Veio da Turquia para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Veio da Turquia para a minha colecção.
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22 abril 2015
9 Songs - filme completo
«9 Canções» é um filme erótico com muito sexo e rock-and-roll. É isso que permeia a vida de Matt (Kieran O'Brien) e Lisa (Margot Stilley). Fãs de rock-and-roll, conhecem-se durante um concerto e, desde então, sempre que se encontram completam o programa num quarto em noites regadas a sexo. Muito sexo. Bandas Black Rebel Motorcycle Club, The Von Bondies, Elbow, The Dandy Warhols,Primal Scream, Super Furry Animals e Franz Ferdinand - servem como pontuação entre as quentes cenas de sexo vividas entre os protagonistas.
Postalinho de Santiago (2ª série - 4)
"Coisas que se encontram ao longo do Caminho Português pela Costa para Santiago de Compostela"
Antonino S.
Antonino S.
Eva portuguesa - «O barulho do silêncio»
É ensurdecedor este barulho que o silêncio faz. Enche-me a alma com uma dose extra de tristeza, fere-me os ouvidos com uma mão cheia de nada. Receio não te ouvir no meio deste barulho silencioso... Tenho medo que a tua voz não me alcance, que a tua mensagem se perca...
Mas será que realmente tens algo para me dizer? Haverá ainda palavras que me queiras dedicar? Ou tudo não passou de imaginação minha?...
Serás tu real ou somente produto da minha urgência e desespero?...
Assim como é imaginação este barulho que o silêncio teima em trazer?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Mas será que realmente tens algo para me dizer? Haverá ainda palavras que me queiras dedicar? Ou tudo não passou de imaginação minha?...
Serás tu real ou somente produto da minha urgência e desespero?...
Assim como é imaginação este barulho que o silêncio teima em trazer?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
21 abril 2015
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