22 junho 2015

«Agenda» - João

"Há sol a incidir nas mãos dele. Nos joelhos. Nas pernas. Há gente a passear frente a ele, outra deitada na relva, há criançada barulhenta em baloiços, a aproveitar um dia que podia ser de Verão, não fossem as noites ainda muito frias. Aquele pano de verde desce quase até ao rio, antes de se interromper por pedaços de cinzento e outras cores pintadas em cima do cinzento, e estradas com carros apressados e gente nervosa lá dentro, a querer chegar algures antes mesmo da razão de precisar chegar lá, e depois a água, a água a correr ao sabor da maré. Cruza a perna por um momento, ajeita-se no banco onde está sentado, braço esticado, o conforto do calor que aquece o rosto e o telefone pousado ao seu lado. Ele a olhar o telefone e o telefone a olhar para ele. A dizer-lhe “pega-me”, “usa-me”. A mão desobedece à conveniência do momento e pega no telefone, usa-o, abusa-o, e ao primeiro som da voz que atende só tem uma pergunta para fazer: Como está a tua agenda? Quero marcar uma coisa contigo para sempre."

João
Geografia das Curvas

Postalinho da vulva na montra

"Que coisa é esta numa montra do centro comercial Dolce Vita, em Coimbra?!...


... Ah! É um búzio!"
Paulo M.




Espelho meu...



Capinaremos.com

21 junho 2015

Ah, os livros!...


Summer, Presto. from CDWard on Vimeo.

Luís Gaspar lê «A Margem» de Octavio Paz


Tudo o que brilha na noite,
colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.

A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
O olho, girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.

Apaga-te,
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.

A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.

(Tradução de Luís Pignatelli)

Octavio Paz
Octavio Paz Lozano (1914-1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda. Recebeu o Nobel de Literatura de 1990. (Wikipédia)
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

PI de jogo de nádegas


Paralelas assimétricas

Ter-me cruzado com uma careca foi um sinal cósmico, já que ela é carecona e o Patife quer é cona. Valorizo estes paralelismos fonéticos.

Patife
@FF_Patife no Twitter

20 junho 2015

«Vanilla whip» (chicote de baunilha) - um documentário sobre o amor


KLIMAT i WANILIA // Vanilla Whip TRAILER - napisy pl dla niesłyszących from Bogna Kowalczyk on Vimeo.

«conversa 2120» - bagaço amarelo

Ela - Então, gostas do meu vestido novo?
Eu - É novo?
Ela - Sim.
Eu - Gosto, é bonito.
Ela - Mas não gostas assim tanto...
Eu - Gosto, gosto.
Ela - Pelo teu tom de voz, não sei se gostas.
Eu - Qual tom de voz?! Se eu disse que gosto é porque gosto. Se não gostasse, dizia que não gostava.
Ela - E se só gostasses mais ou menos?
Eu - Dizia que gostava mais ou menos.
Ela - Os homens são mesmo incompreensíveis.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Sexto sentido» - por Rui Felício

Vaporizador de Perfume
«Narcissus»
Colecção de arte
erótica «a funda São»



O brilho dos teus olhos que ofusca
A luz do teu sorriso que ilumina
Apagam a escuridão que me rodeia.
Sorvo o teu beijo que incendeia
Saboreio a tua pele e o teu gosto
Escuto o teu sussurro, o teu gemido.
Arrepanho ansioso o lençol alvo
Desvendo as curvas dos teus seios
Das ancas, das coxas e do ventre...
Paira no ar o teu perfume...
Algo me diz que és tu, só tu!

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Com tantos no desemprego...

Crica para veres toda a história
Ocupação


1 página

19 junho 2015

Batcave (a caverna do Batman)


Batman from Razoomovsky Andrey on Vimeo.
Clitóris, a grande nau o prepúcio lambe aos destroços e a boca queima em direções paralelas à fuselagem.
Estrangula ou degola a escuridão, a sombra dum arco altissonante e labiríntico que esculpe do largar a medida de entre duras arestas que desmata cego, provocando em tudo o órfico a soma de dois orifícios num único arquipélago.



Luísa Demétrio Raposo