30 junho 2015
Tens faro...
O prazer simples de respirar sobre cabelos que exalam precisamente o cheiro que nos apetece absorver nesse instante mágico.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
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O sexo é o único deus que me aparece descalço e é no seu aparecimento que eu desapareço e só se pode desaparecer após o antes que foi ejaculado.
Luísa Demétrio Raposo
Luísa Demétrio Raposo
blog VERMELHO CANALHA
Mulher a brincar com gato
Pequena estatueta de uma mulher a brincar com o gato, expondo um seio... na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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29 junho 2015
«Frio» - João
"Treme. Podes tremer. Desculpa se te fiz ter frio, mas podes tremer. Porque sabes que o meu corpo é quente. Porque sabes que as minhas mãos te aquecem, sabes que alcançarei o que houver, onde houver, para te cobrir, para te tapar, para te dar conforto, agarrar-te-ei, abraçar-te-ei com força para não tremeres mais ou então para tremermos os dois, para dividirmos e custar menos, até estarmos de novo quentes, prontos para mais, prontos para outra, para partilhar, sem achar que isso é lá contigo e eu satisfeito me afasto enquanto tu tremes a um canto como se nada disso me tocasse. Podes tremer, desculpa se te causei frio vezes demais, mas foram vezes a menos, e em todas elas o teu frio foi o meu, e nunca tremeste sozinha."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
Postalinho do... canivete suiço?!
"Boneco articulado que estava num stand da Feira da Vinha e do Vinho deste ano, em Anadia."
Nelson A.
Nelson A.
28 junho 2015
Luís Gaspar lê «Pois» de Alexandre O’Neill
O respeitoso membro de azevedo e silva
nunca perpenetrou nas intenções de elisa
que eram as melhores. Assim tudo ficou
em balbúrdias de língua cabriolas de mão.
Assim tudo ficou até que não.
Azevedo e silva ao volante do mini
vê a elisa a ultrapassá-lo alguns anos depois
e pensa pensa com os seus travões
Ah cabra eram tão puras as minhas intenções.
E a elisa passa rindo dentadura aos clarões.
Alexandre O’Neill
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
27 junho 2015
«lixo» - bagaço amarelo
A minha tendência é vestir-me quando tenho frio e despir-me quando tenho calor. No Verão quente as árvores vestem-se, no Inverno frio despem-se. A natureza é irónica.
Acabei de me analisar, a mim e ao que visto, no reflexo da montra duma pastelaria venezuelana. Sou grande e corpulento, mais do que gostaria. Encolhi a barriga uma série de vezes para gostar mais de mim, até perceber que algumas pessoas lá dentro me olhavam entre sorrisos e curiosidade. Afastei-me.
O Verão é um segredo.
No passeio há garrafas de vinho e de cerveja vazias, espalhadas um pouco por toda a parte. Uma mulher varre da rua esses despojos do dia anterior, pacientemente, colocando-os num carrinho verde onde se dá a mais bela das mortes. A do lixo. É o lixo que me faz lembrar que a vida não é só isto, um passeio solitário por ruas desertas.
Apetecia-me dar a mão a uma mulher. Aliás, percebo agora porque é que as pessoas que se Amam dão as mãos. É para se encherem. As mãos são as mangueiras da vida quando nos sentimos vazios. E eu estou vazio.
Amar é difícil por causa da saudade permanente. Há uns dias, num passeio semelhante, disse-me que conheço mulheres mais fáceis de Amar do que aquela que Amo. Depois respondi-me. A facilidade no Amor significa sempre Amar menos.
Não quero. O Amor intenso é sempre difícil. Tem que o ser para ser Amor.
Dou um pontapé numa lata de cerveja vazia que acorda, com um ruído estridente, o silêncio sepulcral da manhã. Foi sem querer. A mulher que ainda varre o dia anterior olha para mim. Apanho a lata e dou-lha.
- Bom dia! - diz ela.
- Bom dia! - respondo.
E de repente sou outro.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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