«Théatre les guignoles » - palco semicircular com dois homens nus, um deles de joelhos a tocar no falo erecto do outro, por trás de cortinas em veludo vermelho.
Mais uma peça única, na minha colecção, da autoria de P. Leroux.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
21 julho 2015
20 julho 2015
«15 dias» - João
"O tabuleiro está sobre as pernas, enquanto olhas a televisão ligada, que despeja umas notícias sem grande interesse, mas dizem do que o mundo teve enquanto estivemos fora, naquele espaço fechado e só nosso, onde não entra nada nem ninguém. O tabuleiro tem as coisas de que tu gostas, preparadas com carinho, com calor nas mãos e no coração que batia ao compasso do teu. Relógios afinados. Afinados estiveram também os corpos. Não era preciso dar-lhes corda. Ao menos isso. Nunca se perdera isso, o compasso que junta e geme, e cada pedaço de ti, cada pedaço de mim, pareciam puzzles fáceis de fazer, e nunca se perdera isso. Tinha sido curta a noite, distante dos 15 dias que julgávamos precisos para acalmar esta fogueira, e eu sempre na dúvida, como tu, de que talvez 15 dias não fossem suficientes. E no entretanto, o tabuleiro continuava sobre as pernas, a manhã galgava sobre nós, e o mundo começava a cair sobre as nossas cabeças."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
19 julho 2015
Luís Gaspar lê «Barca bela» de Almeida Garrett
Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela,
Que é tão bela,
O pescador?
Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
O pescador!
Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela…
Mas cautela,
Ó pescador!
Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador.
Pescador da barca bela,
Inda é tempo,
foge dela,
Foge dela
Ó pescador!
Almeida Garrett
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Quem vê caras...
Aquela lambisgoia tinha um ar de fodilhona anal, só ao alcance de quem tem uma genuína cara de cu.
Patife
@FF_Patife no Twitter
18 julho 2015
«Humanidade» - Porta dos Fundos
"No início eram dois. Mas eles tiverem filhos. Só que como esses filhos tiveram filhos? Isso eu sei, quero dizer, com quem? Porque assim: só tinham dois antes, então quer dizer que...? Jamais imaginei que a Bíblia tivesse tantas similaridades com o Game of Thrones."
«respostas a perguntas inexistentes (306)» - bagaço amarelo
As mulheres têm um segredo. Sabem que a vida é uma coisa estúpida, só não o dizem a ninguém. Se as mulheres dissessem aos homens que a vida é estúpida, os homens iam tomar isso como uma ofensa, porque no seu brilhante egoísmo pensariam, não na vida, mas sim na vidinha. A deles.
O segredo delas é maior. Sabem que a vida tem o lado biológico da reprodução da espécie e que ninguém consegue perceber muito bem porquê. Sabem que só existimos quando calha termos um corpo e que, quando o temos, não sabemos muito bem o que fazer com ele. O Amor é uma excepção à estupidez. É esse o segredo delas, Todas o têm, mesmo quando não sabem que sabem isto.
Uma mulher fica desiludida quando é enganada no Amor, um homem fica fodido. São coisas totalmente diferentes. A mulher passa a depositar esperança num hipotético Amor futuro, um homem faz o balanço dos despojos.
- Pelo menos dei umas quecas! - pensa.
Ser enganado no Amor, para quem tiver dúvidas, não é o mesmo que aquilo que se costuma chamar traição ou, para os mais terra à terra, ser encornado. Ser enganado no Amor é pensar que se é Amado quando, de facto, não se é. Em todos nós há enganos de Amor de uma vidinha inteira e enganos de cinco minutos.
Os enganos de cinco minutos são mais femininos, os enganos de uma vidinha são mais masculinos. Isto quer dizer que a mulher pode deixar de Amar um homem durante cinco minutos e aguentar a coisa, um homem pode não Amar uma vida inteira e aguentar na mesma essa coisa. Lá está, pelo menos deu umas quecas. A coisa é o casamento.
Quando um homem descobre que não é Amado durante cinco minutos, explode. Lá está, fica fodido. Quando uma mulher descobre que não é Amada uma vida inteira, vai-se embora. Lá está, sabe que o Amor é o segredo duma vida estúpida. Não faz fretes.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Triste final» - por Rui Felício
Garrafa de vidro com rolha de cortiça, contendo figuras em madeira colocadas e coladas no interior peça a peça - dois homens e uma mulher num ménage à trois. Da colecção de arte erótica «a funda São» |
Apaixonado pela Cleide, do outro lado do oceano, o Pedro todos os dias lançava ao mar uma garrafa vazia de whisky com uma mensagem de amor enrolada lá dentro.
Na esperança que Cleide a recebesse e um dia lhe respondesse.
Passados três anos o Pedro foi parar ao hospital com uma cirrose no fígado.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
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