26 outubro 2015

Carl's Jr. - «Borderball» (fronteirabol)

«Muito disto» - João

"Estou colada ao teu corpo. Sabes? Sinto-te nas minhas costas, as tuas pernas nas minhas. O calor faz a pele transpirar, mas não existe desagrado, não é como a transpiração de um estranho que nos leva ao trejeito e fuga. É a tua pele, a minha pele, não há desagrado, só o nosso calor. Eu ajeito-me melhor para ti, sabes? Movo-me para que as minhas nádegas se encostem mais, para te sentir duro a latejar em mim, e lanço a mão ao teu corpo, faço-te umas cócegas ligeiras, tu afundas o nariz no meu cabelo, beijas-me o pescoço, e eu sei tanto, sei tanto do tanto que te quero foder, de como quero que me fodas, e fazer amor também, ao mesmo tempo, sem saber onde começa uma coisa e acaba outra, convencida de que uma e outra não começam nem acabam, são faces da mesma moeda, e eu digo-te que estou apaixonada por ti, suspiro baixinho, que sou tão tua, e tu apertas-me mais ainda, dizes-me ao ouvido as palavras que eu quero ouvir, e o teu timbre diz-me que é tudo verdade, que em nada me mentes, e digo que te amo, e peço-te que entres em mim, que o latejar que sinto fora de mim se faça um comigo, uno, como se indivisíveis. As tuas mãos percorrem-me, como uma estrada secundária, perdes tempo nas curvas a ver a paisagem, demoras-te, conduzes devagar os dedos por mim, e eu não quero nem consigo evitar suspirar, ou a espaços gemer, baixinho, faltar-me-ia ronronar, feita felina. Talvez o seja. Fazes-me sentir felina, de colocar as garras de fora e arrastá-las nas tuas costas, de te morder. Talvez tenhas de me segurar, talvez devas amarrar-me, antes que te solte a fera em cima e fiques em sangue, em feridas que terei de tratar, sentada ao teu colo, talvez tenha de massajar-te as costas enquanto o meu peito está ao nível da tua boca a pedir que o lambas, que me mordas levemente, muito levemente, os mamilos, talvez eu queira dizer-te muitas mais coisas ao ouvido, talvez eu precise muito de ti."
João
Geografia das Curvas

Eva portuguesa - «Cocaína»

Era meio dia quando recebi aquilo que eu pensava ser uma marcação normal. Bom, passar da entrada ao quarto foi complicado pois, apesar da curta distância, o senhor estava a ter bastantes dificuldades.
Já no quarto, entrega-me o pagamento sob a forma de uma bola de papel só que, em vez de ser jornal era, felizmente, papel moeda. 
Agarra-se a mim e às minhas mamas como se fosse plasticina... tudo acompanhado de fungadelas constantes e repetidas. Percebi imediatamente o que se passava: coca! Vendo-o tão acelerado, mando-o para o banho. Pior! Para além de obviamente não ter erecção, transpirava como um porco a caminho do matadouro e o coração parecia querer saltar do peito... 
Mau! Pensei. Apesar dos mimos e de tentar criar ambiente, o homem não conseguia estar parado. Temendo que ainda passasse mal, pedi-lhe para se vestir e sair. Vá lá; concordou que não estava nas melhores condições. Mas vestir-se e calçar-se foi uma aventura! Continuava a suar em bica e ia caindo três ou quatro vezes... 
Disse que voltava quando estivesse mais. Eu respondi: se calhar é melhor voltar quando estiver menos...

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Como são as mulheres



Testosterona

25 outubro 2015

Kings Of Leon - «Sex on Fire»

«respostas a perguntas inexistentes (312)» - bagaço amarelo

Nunca percebi a necessidade de esquecer um Amor que terminou. Se for pelo sofrimento, então o melhor é mesmo lembrá-lo, dele e dos bons momentos que teve. Esquecer um Amor é pegar numa parte importante da vida e mandá-la directamente para o lixo.
Se nos esquecêssemos de tudo o que já deixou de existir, as nossas cidades não tinham estátuas nem grafítis a embelezar as ruas. Um passado Amoroso embeleza-nos a nós. Esses momentos de felicidade que vivemos são as estátuas e grafítis da nossa vida, que a nossa memória pode e deve admirar sempre que dá um passeio pelo passado.
As melhores cidades são aquelas que têm um passado bem vivido, com monumentos que nos deixam imaginar um bocadinho do que ali já se viveu. As pessoas também.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da cuzinha


Nem todos têm o mesmo jeito para trocadilhos

Crica para veres toda a história
Cachorro... digo, galo-quente


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24 outubro 2015

Florence Biennale - Performance de Beat Kuert


Florence Biennale Performance Beat Kuert from ramzesmustang on Vimeo.

Postalinho de Andorra

"Foi só para confirmar, e era verdade, a gaja não tinha cuecas!
Um beijo"
Alfredo


«O aplauso da esposa» - por Rui Felício

Sentados no confortável sofá, uma luz tépida projectava as suas sombras, o Pedro com um copo na mão, a Inês reclinada, a blusa meio aberta, a perna esquerda dobrada sob a direita, conversavam…
Discorriam sobre os mais variados assuntos, sem que aparentemente houvesse entre eles nenhuma conexão. Eram palavras, simples palavras, que escondiam o pensamento comum.
Os olhares, os movimentos dos corpos, os gestos, iam, a pouco e pouco, denunciando esse pensamento e disfarçando os desejos cada vez menos ocultos que lhes toldavam a compostura.
A conversa decorria, mas já acompanhada pelo toque falsamente casual das mãos, pela profundidade dos olhares, pela irreprimível aproximação dos corpos.
«Érostrato - Rito teatral»
de Pedro Barbosa
Centelha, colecção Teatro, 1983
da colecção de arte erótica «a funda São»
Ela deixou-se escorregar no sofá, distendeu-se, abriu os braços num convite. Ele aproximou-se, abraçou-a, beijou-lhe os lábios, primeiro de forma suave, depois com crescente sofreguidão.
O diálogo mantinha-se, agora com as vozes roucas, entrecortadas com gemidos e juras de amor, traduzindo o visível prazer que ambos estavam a sentir.

Protegida pela escuridão, a Sónia, a mulher do Pedro, assistia a tudo, calada, sem que ninguém o soubesse.
Sem ciúme, pelo contrário, sentia-se estranhamente orgulhosa, admirando a forma perfeita como o Pedro se estava a desempenhar.
Apetecia-lhe gritar que ele era o seu marido, que aquele era o homem mais sensual e meigo do mundo, que sabia fazer feliz qualquer mulher, e que era assim que a amava a ela própria todas as noites.

Quando a cortina se fechou e as luzes cruas da plateia se acenderam, a Sónia foi a primeira a gritar “Bravo!“ , juntando os seus aplausos aos dos restantes espectadores do Teatro da Trindade que tinham presenciado a versão moderna da peça “Pedro e Inês”.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido