03 novembro 2015
Passatempo, ou melhor... passa tempo...
O que é que esta entrevista de 6 páginas, na revista «E» do Expresso de 23 de Outubro, tem a ver com a colecção de arte erótica «a funda São»?
A capa da revista. Não, não tem nenhuma chamada para a entrevista...
Conseguem ver aqui uma referência a um Museu Erótico? Não?...
... e agora, ampliando a frase por baixo do título do artigo?
Nestas duas páginas, não vale a pena procurarem...
... mas nestas duas já há algo. Não conseguem ler nada nas letras miudinhas da página da direita, pois não? Mas eu sou amiguinha...
... e amplio-vos a parte que nos interessa. Que tal?
Resta saber se é desta que o projecto avança...
A capa da revista. Não, não tem nenhuma chamada para a entrevista...
Conseguem ver aqui uma referência a um Museu Erótico? Não?...
... e agora, ampliando a frase por baixo do título do artigo?
Nestas duas páginas, não vale a pena procurarem...
... mas nestas duas já há algo. Não conseguem ler nada nas letras miudinhas da página da direita, pois não? Mas eu sou amiguinha...
... e amplio-vos a parte que nos interessa. Que tal?
Resta saber se é desta que o projecto avança...
02 novembro 2015
«Centenas» - João
"Ele estava sentado na beira da cama, virado para as janelas, grandes e orientadas a nascente, beijado pela luz do dia que despertava, de mãos sobre as coxas e semblante gelado, inexpressivo quase, rompido pelo pestanejar e um quase imperceptível movimento de uma respiração lenta, pausada. Dali, na projecção do seu olhar sobre as janelas e para lá delas, o Sol vinha indiferente. Vinha para os tristes, vinha para os contentes, erguia-se sobre o horizonte ignorando as almas de toda a gente, sentadas na beira da cama, em pé na rua, deitadas a dormir. Vinha lançar-se sobre os solitários, os indiferentes e os acompanhados, vinha banhar sorrisos num pequeno-almoço ou corpos numa dança de foda. Vinha. Quando bateu mais forte na cara fechou os olhos e sentiu-se aquecer. Fazia contas de cabeça. Em centenas. E quanto mais somava, mais fundo respirava. Tanto tempo, pensava. Tanto tempo. As mãos dela abraçaram-no, sentiu-lhe os dedos, as unhas na pele, o cabelo, e porque fazia contas afinal, se também o rosto dela se iluminava ao Sol, como ela gostava, os dois naquela nudez tão despida de tudo, as pernas por fim entrelaçadas, como ele gostava, parecia que ela dizia que era dela, que aquelas pernas que se trancavam eram corda que prendia, e diziam que não vais a lado nenhum, porque estás aqui comigo, a receber o Sol que sobre nós se impõe, e mais vale aceitá-lo, aquecer com ele, aproveitar que o temos, e rebolar. Vem rir comigo, pedia-lhe, e ele ia, vem cá, dizia-lhe, e ele foi, entra em mim ordenava, e ele obedeceu, e depois disso, no calor do Sol, ficar a ver o dia mexer-se, sem a pressa de entrar à boleia, deixá-lo ir, enquanto ficavam os dois juntos num dia só deles, medido num outro relógio onde as centenas já não eram importantes."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
Eva portuguesa - «Tempo de reflexão»
Quero mais. Exijo mais. Mais para mim. Não vou mais ser quem os outros querem que eu seja. Não me vou dar demasiado a quem não me merece. Não me vou deixar levar por palavras vazias e promessas ocas. Eu vou confiar menos nos outros e acreditar mais em mim. Vou deixar de desculpar os outros e aprender a perdoar-me a mim. Vou acreditar em acções, em factos, em feitos. Vou viver apenas os meus sonhos. Não vou deixar que ninguém me desrespeite; e eu própria vou aprender a amar-me e respeitar-me. A partir de agora mais é menos e menos é mais: mais amor, mais respeito, mais verdade. Menos doar-me, menos acreditar só porque sim; menos esperanças vãs. Esta agora sou eu. Porque acordei. Porque mereço. Esta sou eu!...
Olá...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Olá...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
01 novembro 2015
«conversa 2130» - bagaço amarelo
Eu - E é?
Ela - Era. Agora já não é.
Eu - Então já não o acusas...
Ela - Não... agora acuso-o de não ter ciúmes nenhuns.
Eu - É um bocado estranho.
Ela - Não é nada. Os ciúmes excessivos atrofiavam-me a vida completamente. Não podia falar com homem nenhum que ele pensava logo que havia um clima qualquer de engate.
Eu (risos)
Ela - Agora nunca demonstra ciúmes. Acho que já não gosta de mim...
Eu - Então... queres que ele seja ciumento ou não?
Ela - Quero um meio termo, pá.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
31 outubro 2015
«Amor com amor se paga» - por Rui Felício
Foto de Isa Cortez - http://umpigodeluz.blogspot.pt/ |
Pintava o rio Mondego e a ponte de Santa Clara emoldurados pela folhagem das árvores do jardim.
Travara conhecimento com a Mariana que costumava passear pelo aprazivel espaço ribeirinho quando saía do emprego ao fim da tarde.
Na sexta-feira passada, o marido da Mariana tinha ido a um congresso médico em Praga e estaria por lá durante dez dias. Aliás, a Mariana já estava habituada a estas ausências do marido que, volta e meia, viajava para o estrangeiro em trabalho.
Perguntou ao pintor se nessa noite ele não queria ir espairecer, beber uns copos e ouvir música com ela numa qualquer discoteca da cidade.
O Roberto sorriu, pousou os pinceis, arrumou a tela e o cavalete e disse-lhe que sim, que bem precisava de passar umas horas de descontracção. Agradecia-lhe o convite, que o enaltecia. Para mais, vindo de uma simpática e bonita mulher como a Mariana, que todos os dias ia apreciar o seu trabalho.
Divertiram-se muito, felizes, e, alta noite, a Mariana convidou-o para um último copo em sua casa.
Uma coisa levou à outra e deram por si abraçados no sofá a beijarem-se intensamente.
Aperceberam-se que não tinham preservativos. Nem um nem outro tinha previsto ou imaginado que a noite iria acabar assim.
Dirigiu-se à secretária do marido, um móvel antigo que ela tinha herdado do seu pai. A gaveta de cima estava sempre fechada à chave. Quantas vezes ela, em miúda, em casa dos pais, tinha aprendido a abri-la com um gancho do cabelo. Depois de casada nunca mais o fizera por uma questão de respeito e confiança no Daniel, seu marido.
Mas agora teria que o fazer para ver se, por acaso, ali haveria preservativos.
E havia...
Misturada com uns óculos antigos, um relógio, um caderno velho, inúmeras esferográficas, um molho de extractos bancários presos com um clip, papeis do seguro da casa, uma caixa de aspirinas, pilhas gastas, um rolo de fita adesiva , lá estava uma caixa de preservativos encetada mas quase completa.
Tirou um e deu-o ao Roberto.
No dia seguinte, a Mariana magicava que se o Daniel desse pela falta de um preservativo e se a questionasse, o que lhe iria responder?
------------------
O Daniel até hoje, nunca fez qualquer alusão ao assunto. Na verdade, se o fizesse, teria que ser ele a explicar à Mariana por que carga de água tinha uma caixa de preservativos escondida na gaveta, se nas relações com a mulher nunca os usavam.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Homem-apito
Peça de artesanato em barro, proveniente do México para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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