14 novembro 2015

«Mergulho no amor» - por Rui Felício

Caricia de chuva, fragrância de flor, sabor de mel, calor de sol, luz de lua, afago de vento, chilrear de pássaro, são sensações que o mergulho no amor faz experimentar.
Como no mar, tem os seus perigos.
Quando se mergulha não se sabe que escolhos estão abaixo da linha de água.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

«Os jardins de Eros II (tríptico)»
Carlos Martins
Acrílico sobre cartão, 2011
da colecção de arte erótica «a funda São»

Pináculo

Estou com uma erecção tal que para conseguir mijar tenho de fazer o pino. É a rebuscada forma do meu Pacheco dizer que quer pinar.

Patife
@FF_Patife no Twitter

13 novembro 2015

«She Was Loud »- Scum Fuck


SHE WAS LOUD // SCUM FUCK (DIRECTOR'S CUT) from Colin G Cooper on Vimeo.

«É tudo normal na ponta de um cigarro» - bagaço amarelo

É tudo normal na ponta de um cigarro. Ela dá mais uma passa e diz que vai deixar de fumar assim que arranjar coragem. Fico a vê-la por um instante. Talvez seja o cigarro a fumá-la a ela, não sei bem. As mãos tremem-lhe e a pele está mais velha do que o tempo que já viveu. Não faz mal. É tudo normal na ponta de um cigarro.
Uma vez, há muitos anos, estivemos apaixonados. Éramos novos e durante três dias acreditámos que ia ser para sempre. Não foi. Ao terceiro dia ela recusou-se a beijar-me e mergulhou no rio a sorrir. Lembro-me da disponibilidade da água para afogar toda a tristeza. A dela e a minha. Era a água, a mesma que agora está aprisionada dentro duma garrafa de plástico ao lado do cinzeiro usado, à espera que uma moeda de um euro a liberte. Penso no presidente da Nestlé a afirmar que os seres humanos não devem ter direito à água. O que seria de mim nessa tarde sem acesso à água? Não sei. Teria sede da vida. Não faz mal. É tudo normal na ponta de um cigarro.

- Lembras-te de nós?

E ela abana afirmativamente a cabeça. O queixo trémulo e o cigarro a fumá-la já quase no filtro.

-Ainda tenho a flor que me deste, seca, entre as páginas de um livro qualquer...

Era amarela. É do que me lembro. Resgatei-a duma fenda no alcatrão da estrada e dei-lha. Senti-me um herói. A qualquer momento, o pneu dum automóvel ia esmagá-la para sempre. Assim não. Perdura no tempo entre as palavras dum livro que eu não sei qual é, mas sei que existe. É suficiente. É dum tempo em que as sementes cresciam de forma aleatória por aí, sem a Monsanto e sem o gene suicida, à espera duma morte natural. Até no chão impermeabilizado que ligava as cidades. A minha e a dela. O que seria de nós, de mim e dela, sem uma morte natural? Não faz mal. É tudo normal na ponta de um cigarro.

- Somos tão estúpidos quando somos jovens! - E acende outro cigarro.
- Somos... - Concordo sem perceber porquê.

De toda a estupidez que já vivi, a dela foi a mais curta e feliz. O que nos sobrou de três dias foi uma vida inteira. Sem uma Economia medonha a esmagar-nos a esperança, sem uma dívida que ninguém sabe bem de onde veio, sem um governo a aniquilar uma população inteira e a perpetuar o cadáver de um jogador de futebol. Éramos só nós, a gostar imensamente da vida e de um rio por três dias. Não faz mal. É tudo normal na ponta de um cigarro.
Ela é bonita. Ainda, digo eu. Às vezes olha-me de lado, como se tivesse medo de enfrentar o passado, e eu percebo porque é que gostei dela. Era bonita, sorria, mergulhava na água e guardava as flores silvestres que eu lhe dava. Para sempre, diz ela, como se isso existisse. E o cigarro a fumá-la.
Ao vê-la a ela vejo um mundo inteiro que acabou, onde todos perdemos a mais óbvia das coisas: o direito a ser feliz por três dias. Não faz mal. É tudo normal na ponta de um cigarro.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Eu e ela - conta-corrente» - Ruim

Eu espeto o guarda-sol. Ela corta melão aos cubos e põe numa tupperware que só ela sabe qual é a tampa.
Eu grelho bifes de 2 metros de espessura. Ela faz uma salada com montes de coisas que eu não sei o nome.
Eu subo a escadotes para mudar lâmpadas. Ela passa-me a lâmpada certa à segunda vez e diz “ não caias” pela terceira.
Ela faz a lista das compras e mete os produtos no carro. Eu levo o carrinho a fazer "vruuum" e carrego os sacos.
Eu monto o móvel do IKEA. Ela lê as instruções e dita qual a peça a seguir.
Eu digo foda-se. Ela diz merda.
Eu abro os frascos de pickles. Ela abre embalagem das lâminas de barbear que parece ter sido selada a vácuo e eu não tenho unhas.
Eu guio o meu carro e ela vai ao lado. Ela diz para eu guiar o carro dela e ela vai ao lado.
Eu tomo banho em 5 minutos, em 2 se ela me pedir. Ela toma banho em 15, em 14 se eu lhe pedir.
Ela fica com a maior parte do sofá. Eu fico com o comando na mão.
Ela chora quando está naqueles dias. Eu choro quando ela está naqueles dias.
Ela fala da vida das amigas e eu finjo que estou interessado. Eu falo que o novo Batman: Arkham Knight da PS4 tem o Batmobile e ela finge estar interessada.
Eu não suporto aquela amiga dela que é víbora. Ela não suporta o meu amigo putanheiro.
Eu bufo à espera dela a arranjar-se mas fico sempre a olhar espantado com o resultado final. Ela bufa quando chego às tantas depois de uma noitada mas aquece-me o que sobrou do jantar no micro-ondas.
Eu sei quando ela precisa de um abraço e um beijo. Ela sabe quando eu preciso de ser comido por ela.
Ela gosta de me ver a aparar a barba de toalha enrolada. Eu gosto de a ver a escovar o cabelo de top e boxers.
Eu pago a conta. Ela deixa-me pagar.
E mesmo que eu esteja nas lonas, ela passa-me o cartão dela sem que o empregado veja, pisca o olho e sorri. Ajudo-a a vestir o casaco, abro-lhe a porta e dizemos ambos adeus ao empregado ao mesmo tempo. Abro-lhe a porta do carro. Ela liga o rádio e mete na estação que eu gosto.
Não há coisas para um lado e o outro não. Um casal é uma equipa e nenhuma boa equipa joga com todos os jogadores na mesma posição, porque ninguém ganha jogos só a defender e todos os jogos se perdem se apenas atacamos. Se o defesa confiar no avançado sabe que vai ganhar. Se o avançado confiar no defesa sabe que não vai sofrer golos. Não há posições melhores ou piores. Um sem o outro de nada valem.
Sejam felizes e não percam isto.

Ruim
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«Estará a sentar-se em cima de algo?!..» - Shut up, Cláudia!



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12 novembro 2015

«Beauty in decay» (beleza em decadência)


Beauty in Decay (The Music Video Edit) from Donal Moloney on Vimeo.

«O poema da Clarice» - J. P. Silva

«A Gata»
Milena Miguel (Atelier S. Miguel)
Uma gata que exibe um corpinho de
mulher por baixo do casaco de pêlo,
com o detalhe do lenço no chão
para um cavalheiro apanhar.
Estatueta em barro vermelho
da colecção de arte erótica «a funda São»




"Hoje apetece-me ser uma prostituta, mas só hoje!

Hoje apetece-me ser uma prostituta
Apetece-me quebrar um ou mais caralhos
Sem dó nem conduta, sair da rotina
Abrir a minha cortina
Chamar alguém e que alguém me chame de puta
Enquanto me agarra os cabelos.
Apetece-me colocar um anúncio no jornal: Prostituta só por um dia.
Apetece-me ir para a estrada pedir boleia a troco de sexo mal parido
Apetece-me receber dinheiro a troco de falsos gemidos...
Venha quem vier
Aproveitem, serão todos fodidos
Comerei, mas só hoje
Porquê amanhã já é dia de trabalho.
Clarice"

J. P. Silva

Deuses e homens

Lote de várias peças eróticas em bronze, provenientes do Nepal para a minha colecção.





Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Ceci n’est pas…» - Adão Iturrusgarai


11 novembro 2015

Uma posição nada católica...


Martin van Meytens Yr.
«Freira ajoelhada» (frente e verso)
cerca de 1731
Museu Nacional de Estocolmo


Via mon ami Bernard Perroud

«Consegues ser mais promíscuo do que um miúdo de dez anos?» - bagaço amarelo

Os homossexuais, bissexuais e transexuais não são, por definição, tarados sexuais que só pensam em sexo com vestimentas alegóricas, próprias do Carnaval do Rio de Janeiro. São pessoas que Amam, se apaixonam e sofrem de Amor como outra pessoa qualquer.
Estou a dizer isto por um motivo muito simples: quem assiste a uma marcha qualquer sobre o Orgulho LGBT pode pensar que sim, e é por isso que eu não dou muito crédito a essas marchas. Aceito-as, mas acho-as estúpidas porque têm um efeito contrário ao que teoricamente pretendem, ou seja, a aceitação generalizada de todas as orientações sexuais.
Vejo reportagens fotográficas e vídeo das várias marchas que recentemente se realizaram um pouco por todo o mundo (algumas, infelizmente, com intervenção policial injustificada) e vem-me à mente um programa de televisão que se poderia chamar "Consegues ser mais promíscuo do que um miúdo de dez anos?".
A promiscuidade não é exclusiva de quem não é heterossexual, mas as manifestações parecem querer fazer parecer que sim. Provavelmente, nunca ninguém ali falou com um putanheiro a sério, bom chefe de família, bebedor de Teobar e presente todos os fins de semana nos jogos do Benfica.
Por isso repito: os homossexuais, bissexuais e transexuais são pessoas que Amam, se apaixonam e sofrem de Amor como outra pessoa qualquer.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Eva portuguesa - «Fode-me»

Fode-me com o olhar, com as mãos, com o sorriso. Fode-me com a língua e com o sexo. Fode-me com força e depressa, com coragem e desespero. Fode-me devagar e com meiguice, quase como se fazendo amor. Fode-me a c*na e a boca; e o traseiro também. Fode-me até chegares à alma e encontrares a minha essência. Fode-me toda. Só não me fodas o juízo.

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado