18 novembro 2015

A mulher danada


«La Femme Damnée»
Octave Tassaert, 1859

Outra versão aqui

Via mon ami Bernard Perroud

«conversa 2132» - bagaço amarelo

Ela - Inscrevi-me num site de dating. Desde que estou divorciada é a primeira vez que me sinto disponível.
Eu - Acho muito bem. Para mim é mais uma forma de conhecer pessoas...
Ela - O problema é que, pelo menos até agora, só me apareceram homens desinteressantes.
Eu - Desinteressantes?! Com quantos é que já te encontraste?
Ela - Nenhum.
Eu - Nenhum? Como é que decides que uma pessoa com quem nem sequer falaste é desinteressante?
Ela - Pelo perfil.
Eu - O perfil pode ser uma grande tanga. Sabes isso, não sabes?
Ela - O perfil escrito, sim, sei. Mas se não me aparece um gajo com um metro e setenta no mínimo, uns peitorais razoáveis e dois palminhos de cara, nem sequer vou tomar café...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Eva portuguesa - «Barramento de Chamadas»

A tecnologia é tal actualmente que até nós,"mulheres da má vida", já temos acesso a telemóveis com sistemas operativos inteligentes que nos permitem activar o barramento de chamadas. Tipo lista negra mas sem sermos incomodadas com o toque do telefone. É que, ao contrário de muito desocupado e mal amado que anda por aí, eu tenho mais que fazer que ocupar o meu tempo e queimar a paciência a atender chamadas de frustrados e ainda ignorantes das actividades masturbatórias, a fazerem falsas marcações. Como tal, a partir de agora, accionei o barramento de chamadas de números privados.
Quem realmente quiser frequentar este tipo de actividade e não queira dar o seu número pessoal (o que eu também entendo) pode sempre ir gastar 20€ num telemóvel já com cartão e guardá-lo só para isto. Solução fácil, certo?... 
Lamento, mas a falta de carácter e de dinheiro para poderem usufruir da minha companhia, de alguns ressabiados, obriga-me a tomar estas medidas... 
Aos que são de boa fé, o meu pedido de desculpas antecipadas. 
Beijos doces.

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

É Freudido!



16 novembro 2015

«Right Amount of Wolf» - johnnie-O (camisas com botão extra no peito)

«O teu cheiro» - João

"Pensei tomar um duche, querido. Pensei. Mas tinha o teu cheiro em mim e isso estava bem assim, preferi prolongar esse embalo doce e deixei-me ficar, deixei-me ficar como quando me envolves com os teus braços. Eu gosto que me envolvas. Gosto da tua pele na minha. É uma coisa que eu não vi em nenhum manual de instruções, nunca ninguém me avisou que isso acontecia. Não vi nenhum aviso de ti. Mas gosto da tua pele na minha. Não tem uma explicação. Nem precisa. Como tu a leres os meus olhos. Nunca me avisaram. Eu não sabia. Mas tive medo, tenho sempre medo, medo que leias nos meus olhos alguma coisa de que não gostes, e por isso fujo, desvio o olhar, escondo-me à tua vista. E é sempre tão inútil, tu sabes. É sempre tão inútil se mesmo assim me lês. E eu não sabia disso. Não sabia que alguém me podia olhar como tu. Não estava habituada. Devia existir um autocolante de perigo. Tu devias ter um autocolante de perigo colado na testa. Nem que fosse para eu to tirar, como se fosse roupa, como a roupa. A roupa que nunca nos trava para fazer amor. Fazer amor querido. Essa maneira que temos de fazer amor, que nunca nos deixa dúvida nenhuma. De tudo, pelo menos isso. Se certezas tenho, tenho essa. Como quando entraste em mim, e os olhares a cruzar-se, e eu, então, também te li, também vi, e eu queria tanto, quero tanto, tu a deslizares por mim sem cansaço, e eu a dizer baixinho, quase só para mim, oh foda-se, que isto é tão bom que só pode ser impossível. E então descobri como era feliz ao teu lado, como adorava estar contigo. Em qualquer lado, de qualquer modo, a amar, à bruta, a disparatar, a discutir. Mesmo triste, era feliz, e ninguém mais para me ouvir, ninguém mais para me compreender. E então pensei tomar um duche, querido. Pensei. Mas tinha o teu cheiro em mim e isso estava bem assim. Deixei-me ficar com o teu cheiro."
João
Geografia das Curvas