12 dezembro 2015

Novo desporto na República Checa

A mobília só estorva

Crica para veres toda a história
Fetiches desastrados


1 página

«O beijo» - por Rui Felício

«Abraço»
Estatueta em bronze de Bruno Zach
Alemanha, ca. 1925
Colecção de arte erótica «a funda São»







Entre a languidez do afago e a volúpia do corpo, a verdade do amor só se mede pelo beijo.
Que, como o algodão, não engana!



Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Animal racional

Tudo bem que sou um liberal da pinada mas há uma coisa que não faço na cama: É fazer das tipas coração.

Patife
@FF_Patife no Twitter

11 dezembro 2015

Nine Inch Nails - «Closer»


Nine Inch Nails: Closer (Uncensored) (1994) from Nine Inch Nails on Vimeo.

«coisas que fascinam (180)» - bagaço amarelo

Lembro-me de uma árvore.
Não imagino quantas, mas passei imensas horas debaixo dela, normalmente a escrever textos soltos nas páginas em branco dum caderno barato. Às vezes pegava numa folha outonal, caída no chão, e decalcava-lhe os contornos com a minha esferográfica roída numa das pontas. Nunca percebi porque é que o fazia, mas talvez esses desenhos toscos fossem a construção duma memória muito específica de que, na altura, eu precisava.
A M. sentava-se às vezes ao meu lado, nos dias em que a sorte me sorria, e ficava a falar comigo até à hora do último autocarro que a podia levar a casa. Ela não soube, mas apaixonei-me por ela nesse ano. Talvez ela se tenha apaixonado por mim na mesma altura e eu não saiba. Soube, pelo menos, que posso acreditar que sim.
O Amor tornou-se então, para mim, do tamanho dessa árvore. Entre as horas obrigatórias para almoçar e jantar em casa, as traseiras de um café onde ficava a ver os outros a jogar bilhar e um recreio de escola que sempre me pareceu território inóspito, foi ali que aprendi uma das melhores coisas que esta vida pode ter: um abraço.
Passei então a odiar os autocarros, cujo ruído singular dos travões passei a conhecer de cor. Os nossos braços desfaziam o laço em que se encontravam e ela saía a correr. Dizia sempre que a mãe a matava se ela perdesse o último transporte e eu ficava a vê-la ir, como se estivesse a caminhar para o fundo do mar.
O meu corpo ficava então órfão desse abraço de uma tarde.
Lembro-me duma árvore como me lembro de mim. Preso pela raiz ao vazio do fim dessas tardes onde aprendi que um Amor não vive sem o nó cego dum abraço.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Novo super herói» - Ruim

À minha frente no Fertagus vinha hoje novamente um adolescente gordão a lançar "charme" à amiga boa (para a idade). Táctica de sempre : ah ah ah toma lá duas piadas, deixa-me explicar duas coisas da matéria que estamos a dar para te impressionar, excesso de atenção e agora vai lá comer um gajo que jogue à bola que eu vou ficar aqui a tocar ao bicho a pensar em ti. A sério, há uma epidemia destes putos. Alguém devia fazer alguma coisa.
Mas este hoje tinha dois pormenores que lhe vão garantir a fantasia sexual de ir para a faculdade em modo virginius maximus: usava uma daquelas bolsas de cintura para telemóvel presa a dois atacadores fluorescentes que faziam de cinto. Podem ler outra vez.
Aquilo estava a mexer com o meu sistema nervoso porque pensei que este bola oito nalguma altura da vida foi a um chinês comprar atacadores e à saída ainda levou daquelas bolsas fajutas por 2€ atou tudo ao que ele chama de cintura , saiu à rua e disse:
"Chega-te para lá Lourenço Ortigão. Está um novo jogador na área!! "
E assim nasceu um novo super herói.
Um herói que o povo já clamava para ter.
O Não-Vou-Comer-Uma-Gaja-Nos-Próximos-20-Anos-Man!
Ir não pinar onde nenhum homem não pinou antes!

Ruim
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«Boatemática» - Shut up, Cláudia!





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10 dezembro 2015

O melhor porta bebida do mundo

Carta entre médicos, há quase 60 anos

Carta dirigida pelo Dr. Frederico de Moura, médico e historiador de Vagos, ao Dr. Nogueira de Lemos, médico cirurgião de Aveiro, em 27 de Março de 1958:

"Meu caro Lemos,
É coisa axiomática que o pénis não obedece a freio; e é coisa de esperar que, a natureza o tenha dado a animal que lhe não obedece. Mas como a esta estuporada profissão que exercemos só aparecem anormalidades, aberrações e coisas em desacordo com a natureza, surgiu-me hoje no consultório esse rapazinho que lhe envio, com um freio de tal dureza e de tal conformação que o insubmisso pénis, tradicionalmente indomável, não teve outro remédio senão ceder. Calcule os mistérios e os paradoxos desta ladina natureza! 
Esse moço, na casa dos 20 anos com uns corpos cavernosos que devem estar isentos de qualquer esclerose ou de qualquer obstrução, e concerteza dispondo de uma libido afinada capaz de lhe fazer sair, erecto, o próprio umbigo, resolve ir para o casamento com os seus (dele) três vinténs e confirma, então a suspeita que já tinha, de que no auge da metálica erecção, o pénis fica em crossa como o báculo de um bispo, por incapacidade de vencer a brevidade e a dureza do freio que lho verga para a terra. Calculará o meu prezado Lemos, as acrobacias de alcova que este desgraçado terá de realizar para conseguir a penetração de um membro viril, quase tão torto como uma ferradura, na vagina suplicante da consorte.
De modo que o rapazinho veio pedir-me socorro, e eu condoído peço-lhe a sua colaboração em favor da harmonia conjugal, com a certeza de que por isso ninguém nos irá acoimar de chegadores. Condoa-se a cirurgia de braço dado com a medicina que, por intermédio deste fraco servidor que eu sou, já se condoeu e endireitemos o pénis torto (e nada de confusões, que não é mole pelo que me afirma o proprietário). Lembremo-nos, sobretudo, ao praticarmos esta obra, que vem aí um tempo em que um pénis destes, mesmo em arco ou em forma de saca-rolhas, nos faria um jeitão, e ajudemos o pobre rapaz que se compromete comigo a fazer bom uso dele,
emprenhando a mulher da primeira vez que o usar, depois da operação ortomórfica que o meu amigo lhe vai fazer sem sombra de dúvida.
Desculpe mandar-lhe desta vez uma tarefa fálica! Ouvi uma mulher um dia dizer que um Phallus é um excelente amuleto e que dá sorte verdadeira. Se quiser tirar a prova não tem mais que endireitá-lo... e jogar a seguir na lotaria. Desculpe, pois, a remessa de bicho tão metediço que eu por mim prometo, logo que possa, e em compensação, mandar-lhe uma vulva virgem e nacarada como uma concha de madrepérola.
Um abraço do seu amigo certo
Frederico de Moura

P.S. – Como a minha letra é muito má segundo a sua opinião, e como o assunto desta carta é muito importante para duas pessoas, uma das quais do sexo fraco, entendi do meu dever dactilografá-la. Assim, não haverá nenhuma razão para que o meu amigo diga que não entendeu o que eu queria e, por partida, deixar o aparelho na mesma ou pior ao rapaz.
Quero ainda dizer-lhe que para sua compensação, tenciono depois do êxito que o seu ferro cirúrgico vai alcançar, comunicar o seu nome à mulher beneficiada que, por certo, lhe ficará eternamente grata, ficando sempre com a sua pessoa presente na memória nos momentos – e oxalá que sejam muitos! – em que se sentir penetrada por um pénis que só o meu Amigo conseguiu endireitar. E nem sei se o Estado virá louvar a sua acção, se lhe for dado conhecimento que os filhos que saírem daquele casal são devidos em grande parte (não ao seu pénis) mas, sem dúvida, à sua mão.
E filhos com a mão nem toda a gente se poderá gabar de os fazer!
Creia-me seu afeiçoado,
Frederico
27/3/1958"

«Poesia e prosa» - Judith Teixeira

Colectânea de textos de Judith Teixeira - organização e estudos introdutórios de Cláudia Pazos Alonso e Fábio Mário da Silva.
Como refere uma nota da editora, Publicações D. Quixote, "nascida tal como Pessoa em 1888, e contemporânea de Florbela Espanca, outra mulher a quem quiseram aplicar o rótulo de «poetisa», Judith Teixeira rompeu corajosamente com o padrão do silenciamento das mulheres no contexto do Portugal dos années folles, para se tornar um sujeito activo, que desvendou o corpo feminino sem pejo. Esta nova edição traz a lume cerca de vinte poemas desconhecidos e uma conferência inédita, além de reunir as cinco obras de poesia e prosa que Judith Teixeira publicou em vida".
Em 1926, Marcello Caetano, que se tornaria presidente do conselho de ministros em 1968, escreveu na revista Ordem Nova que o livro «Decadência» era da autoria "duma desavergonhada chamada Judith Teixeira".
Um miminho oferecido por A. Maia, para a minha colecção de arte erótica, com uma dedicatória. Obrigada, A. Maia!



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«Incompatibilidade» - Adão Iturrusgarai