"Entrada das casas de banho do Black & White - Bar & Gin House."
Paulo M.
21 janeiro 2016
Mulher a mostrar a cueca
Pequena estatueta em barro pintado, com mulher dos anos 40 ou 50 a levantar a saia atrás.
Um miminho da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Um miminho da minha colecção.
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20 janeiro 2016
«os amigos e os outros» - bagaço amarelo
Tenho saudades dum amigo meu que, quando estava comigo, me matava as saudades que eu tinha dos outros. Os melhores amigos são assim, começam por não querer as nossas saudades só para eles. É por isso que é fácil ser amigo deles.
Nos dias como o de hoje, eu telefonava-lhe e falava do tempo, de futebol e dos lábios da Scarlet Johansson. Depois marcávamos um copo num café qualquer para falarmos de nós. Ele conheceu todas as mulheres por quem me apaixonei, mesmo aquelas que eu próprio não cheguei a conhecer muito bem. Eu, diz-me a presunção, terei com certeza conhecido as dele.
No dia a seguir a ter conhecido a minha actual companheira liguei-lhe. Estava a chover torrencialmente, o Porto estava à frente da liga nacional de futebol e a Scarlet Johanson tinha contracenado com os lábios da Rebecca Hall em Vicky Cristina Barcelona. Depois marcámos no Convívio às dez da noite.
Eu cheguei primeiro. Quando ele entrou, levantei-me e demos um abraço.
- Então, estás bem?
- Estou fodido! - respondi.
- O que é que se passa?
- Acho que estou apaixonado...
Ele riu-se. Virou-se para o empregado, nosso velho conhecido, e pediu dois uísques.
- Sem gelo, que este homem precisa de esquecer a vida... - brincou.
Brindámos.
- Como é que isso aconteceu?
Abanei os ombros.
- Acho que ia na vida, como se vai na rua às vezes, tropecei nela e caí. Quando me levantei já não era o mesmo. É sempre assim que nos apaixonamos, não é? A cair e a levantar.
Há sempre um amigo para saber mais da nossa vida do que sabem os outros. Sendo tecnicamente o mesmo, a um amigo dizemos que estamos apaixonados. A um outro dizemos, quando muito, que começámos uma relação. É por isso que um amigo nos mata as saudades que temos dos outros.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Nos dias como o de hoje, eu telefonava-lhe e falava do tempo, de futebol e dos lábios da Scarlet Johansson. Depois marcávamos um copo num café qualquer para falarmos de nós. Ele conheceu todas as mulheres por quem me apaixonei, mesmo aquelas que eu próprio não cheguei a conhecer muito bem. Eu, diz-me a presunção, terei com certeza conhecido as dele.
No dia a seguir a ter conhecido a minha actual companheira liguei-lhe. Estava a chover torrencialmente, o Porto estava à frente da liga nacional de futebol e a Scarlet Johanson tinha contracenado com os lábios da Rebecca Hall em Vicky Cristina Barcelona. Depois marcámos no Convívio às dez da noite.
Eu cheguei primeiro. Quando ele entrou, levantei-me e demos um abraço.
- Então, estás bem?
- Estou fodido! - respondi.
- O que é que se passa?
- Acho que estou apaixonado...
Ele riu-se. Virou-se para o empregado, nosso velho conhecido, e pediu dois uísques.
- Sem gelo, que este homem precisa de esquecer a vida... - brincou.
Brindámos.
- Como é que isso aconteceu?
Abanei os ombros.
- Acho que ia na vida, como se vai na rua às vezes, tropecei nela e caí. Quando me levantei já não era o mesmo. É sempre assim que nos apaixonamos, não é? A cair e a levantar.
Há sempre um amigo para saber mais da nossa vida do que sabem os outros. Sendo tecnicamente o mesmo, a um amigo dizemos que estamos apaixonados. A um outro dizemos, quando muito, que começámos uma relação. É por isso que um amigo nos mata as saudades que temos dos outros.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
19 janeiro 2016
Simplex revisitado
O prazer simples de obter todas as certezas a partir de uma simples troca de olhares.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Mulher sentada... com segredo
Prato decorativo com mulher sentada. Espreitando por trás, ela tem o rabo à mostra... coradinho como as bochechas.
Uma das muitas peças com segredo da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Uma das muitas peças com segredo da minha colecção.
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18 janeiro 2016
«No fim ganha alguém?» - João
"Acordei num mar de destroços e estilhaços em terra. Como se tudo fosse mentira, o futuro um buraco e o passado uma negação, como se tivesse sido joguete ou arremesso, como se todas as palavras tivessem jorrado da boca apenas para quebrar um silêncio incómodo, sem nelas haver qualquer significado, como se fossem vazias de tudo, desligadas dos momentos e dos gestos quando se diziam, como se a falsidade cobrisse, como manto pesado, todo o espaço onde estou, onde estive, onde tenho estado.
Acordo envolto em tristeza. Escura, dura e pesada, como se tivesse sido cilindrado, como se nunca tivesse nascido nem cruzado as mesmas ruas, aquecido os mesmos espaços, como se nunca tivesse fugido na noite e na chuva, com um iogurte e um pacote de bolachas para me aconchegar o estômago de todas as horas de cansaço. Como se a mentira fosse a tua face. Como se o vazio fosse o teu corpo. Como se o chão fosse tapete voador num tornado.
E embora eu recuse acreditar nisso, embora recuse aceitar tudo o que acorda comigo nesta manhã, embora não reconheça os destroços e estilhaços, é o que vejo, é o que me mostram, e o caminho tem de ser o meu, por mim e para mim, como ontem, como sempre. Varrendo devagar, até à tempestade seguinte. Vigiando. Como eterno castigo."
João
Geografia das Curvas
Acordo envolto em tristeza. Escura, dura e pesada, como se tivesse sido cilindrado, como se nunca tivesse nascido nem cruzado as mesmas ruas, aquecido os mesmos espaços, como se nunca tivesse fugido na noite e na chuva, com um iogurte e um pacote de bolachas para me aconchegar o estômago de todas as horas de cansaço. Como se a mentira fosse a tua face. Como se o vazio fosse o teu corpo. Como se o chão fosse tapete voador num tornado.
E embora eu recuse acreditar nisso, embora recuse aceitar tudo o que acorda comigo nesta manhã, embora não reconheça os destroços e estilhaços, é o que vejo, é o que me mostram, e o caminho tem de ser o meu, por mim e para mim, como ontem, como sempre. Varrendo devagar, até à tempestade seguinte. Vigiando. Como eterno castigo."
João
Geografia das Curvas
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