30 março 2016

Tenho fome de ti!

Imagem minha sem permissão para partilhas
Tenho fome de ti... Daquelas que nos dá vontade de comer a passa no ano novo a desejar-te.
Sim, vale a pena a ansiedade, sim, tenho fome de ti.
Não se pode dizer que não se gosta de um prato que nunca se comeu. Sê o meu prato, a minha delícia e eu serei o que quiseres.
Tenho fome de uma paisagem ao fundo, de um querida pelo meio, tenho fome de cair em ti e não em mim.
Num desacato entre a prudência e a emoção, que se dane a prudência pois eu tenho fome de ti.
Fome de ti.
Preenche-me, expõe-te e sacia-me, Faz-me rir de prazer, chorarei quando partires, sorrirei quando me lembrar de ti, do teu cheiro, do teu mergulho em mim e daquilo que não se saberá. Como se sabe aquilo que é tão desejado, sentido e amordaçado pelo silêncio que uma janela provoca.
Toca-me. Com mais força. Puxa-me para ti. Mais, mais toque, funde-te comigo. Por uma tarde, uma hora, um minuto, dá-me uma história para contar.
Além da de que já tenho. Tenho fome de ti e preciso que me alimentes.
Mas dá-me um abraço no fim.
Tenho fome de ti!


Um texto assim merece ser odido (ter uma ode):

"Quisera eu ser o manjar de tua fome...
Quisera eu que pronunciasse meu nome,
Nas horas íntimas em que me faço teu manjar
Nos instantes que tenho a ventura de te amar...

Faço-me teu a qualquer breve instante
Em que me chamas e pede minha presença
E eu... me faço teu, teu amante
E te faço minha... minha saúde minha doença..."
PDR

E algumas vezes depé


29 março 2016

Postalinho da hora feliz

Conta poupança

"Quando o tesão acaba, há mulheres que compram lingeries, vão a motéis, abrem champanhe. Mas não tem jeito. Tesão não se força, existe ou não."
Regina Navarro Lins

Assim se vê o dinheirão que eu poupo às moças.

Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 33








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Dá-lhes corda, dá...

Falamos em bonecos de corda mas estes, das Caldas da Rainha, é que são genuínos bonecos de corda!
Alguns dos mecanismos da minha colecção.




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28 março 2016

The Elton John AIDS Foundation - «Nós, os bravos»



«O frio à vinda» - João

"As histórias, e os nomes, são fictícios, concedo, mas a mensagem não, não é fictícia. A Catarina e a Teresa partilham algo. Uma, e outra, têm um frio imenso que as trespassa depois do orgasmo. Para elas, à explosão de se virem, sobrevém um desconforto de tremuras que abalam o corpo. Os minutos que passam, resolvem. A pouco e pouco – um pouco menos se tiverem a delicadeza de as aquecer – os corpos regressam ao normal, mas antes disso é o ártico. A Catarina viveu a sua sexualidade. A Teresa não. São um pouco a antítese uma da outra. Uma viveu o sexo e depois parou, a outra nunca o viveu e depois começou. Nenhuma delas fez algo errado (ou certo). Fizeram o que fizeram, o que sentiram querer fazer. E se as suas vidas não se afectaram com isso, então nada se pode dizer disso. As vidas são o que são. O frio então? A Teresa, naquilo que não fez, no tempo em que não fez, viveu numa cultura de forte censura do sexo, em que o sexo era, e é, entendido como um pecado, uma coisa feia e suja, que apenas tem lugar por insondáveis desígnios divinos para procriar, e se dessas pessoas dependesse, a procriação seria diferente nunca usando as partes. A Catarina, que viveu o sexo de forma mais intensa e depois sentiu desejo de abrandar, não terá sentido o sexo como sujo, mas terá sentido vontade de o tornar mais envolvente. E para uma, como para outra, o orgasmo tem memórias. Por razões tão diferentes, uma vem-se e lembra-se de um sexo porco, a outra vem-se e lembra-se de um sexo superficial. E a cabeça, que é malandra, manda os corpos sentir frio, porque de algum modo o orgasmo que tão bem lhes sabe lhes fala de coisas que não estão inteiramente resolvidas, ou que vieram desaguar, como águas soltas, em coisas que não sentem estar totalmente de acordo com aquilo que são."
João
Geografia das Curvas

Camas separadas



Marpessa, Sicily
Ferdinando Scianna, 1987

« Elas» - Rubros Versos


Tiago Silva

27 março 2016

Luís Gaspar lê «Volúpia» de Otília Martel

Fecho os olhos e
ousadamente
os meus lábios
tecem o teu corpo
na volúpia da tua pele.

As minhas mãos percorrem
calmamente,
sem pressa,
em carícias incontidas
em desejos refreados
de mulher-fêmea que
se solta nos teus braços.

Um instante abrasador
de loucura.
Nossas peles colam-se
suadas,
frementes
num amor arrebatado
que já não conseguimos conter.

Chuva fina de amor em exaustão –
limites para além da nossa paixão –
eu me dou no teu corpo vivido
bebes-me
sugas-me
a alma dentro do sentimento
em lençóis vermelhos para lá da imaginação.

Sem medos nem pudor
nossos corpos conhecem o caminho …

Otília Martel
Poema incluído no CD “Poesia Erótica” produzido pelo Estúdio Raposa

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«conversa 2155» - bagaço amarelo

(na rua)

Ela - Estás fixe?
Eu - Vou estando... e tu?
Ela - Eu também... sei lá.
Eu (silêncio)
Ela (silêncio)
Eu (silêncio)
Ela (silêncio)
Eu (silêncio)
Ela (silêncio)
Eu (silêncio)
Ela (silêncio)
Ela - Não temos nada para dizer um ao outro, pois não?
Eu - Parece que não.
Ela - Então fica a saber que devias fazer as sobrancelhas.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da amizade para dias mais azuis