17 abril 2016

Luís Gaspar lê «Respira, não fales» de David Mourão-Ferreira

Entre as duas nádegas
o pávido sulco
tem aroma de áfricas
e de uvas de outubro

Dirias que fora
um silvo de morte
a penetrar toda
a nocturna flora
até hoje intacta
que ainda aí tinhas

Respira
Não fales
Murmura
Não grites

Que travo de amoras
Que túnel escuro
Que paz no que sofres
por mais uns minutos

o pescoço vergas submissa e frágil
tal o de uma égua que vai beber água
mas encontra a lua

E junto da cama
a rosa viúva
com lágrimas brancas
já pede a meus dedos
sacudido apoio
para a viuvez
em que a deixo hoje

Muito mais a norte
os queixumes calas
E nem gemes
Gozas enquanto te invade
o suco da vara vertido no sulco

Vê como foi fácil
Respira mais fundo

David Mourão-Ferreira
David de Jesus Mourão-Ferreira (24 de Fevereiro de 1927 — 16 de Junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde, em 1957, foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«conversa 2158» - bagaço amarelo

Ela - Fiz-te um pudim daqueles que eu sei que gostas...
Eu - De pão?
Ela - Sim... o que comeste na última vez que vieste jantar comigo...
Eu - Que fixe! Obrigado. Posso ir hoje aí a tua casa?
Ela - Sim... mas o pudim não está cá.
Eu - Onde é que está?
Ela - Bem... tive que o comer porque apareceram cá uns amigos...
Eu - Então porque é que é me disseste que me fizeste um pudim?
Ela - Porque fiz mesmo. Era para saberes que me lembro de ti.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da bandeira azul


Maitena - Condição feminina 23




16 abril 2016

Puro Êxtase - «Episódio 7 - Mia Cherry, a renascida do orgasmo»

Dois brasileiros convidaram algumas mulheres e homens para realizarem tarefas quotidianas, mas enquanto recebem sexo oral.

E às escondidas, não?


Tenho um bacamarte tão grande que é natural que goste de brincar ao "toca e fode".

Patife
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«O costureiro» - por Rui Felício

«Serenissima»
Carmen Costea (Roménia), óleo sobre tela, 2002
Colecção de arte erótica «a funda São»




Meigo, atento, ele despiu
aquela bela mulher.
Observou-a, perspicaz,
Sentiu-se de novo rapaz
mas manteve o sangue frio
Porque a profissão o requer.
Pelo corpo nu deslizou
as mãos suaves, cuidadosas
rodeou-lhe as curvas formosas
e nalgumas as quedou.
Nas ancas, nos seios cingidas...
Para costurar o vestido
de cerimonia, comprido,
precisava das medidas...

Rui Felício
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