11 julho 2016
«Amor à primeira vista» - por Rui Felício
Ele não acreditava em amor à primeira vista.
Por isso ia vê-la todos os dias...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Por isso ia vê-la todos os dias...
Rui Felício
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Eva portuguesa - «Precisamos»
Do que nós precisamos mesmo é de um abraço. Um carinho. Um alguém que nos elogie.
Nós precisamos mesmo é de gente verdadeira.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Nós precisamos mesmo é de gente verdadeira.
Eva
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10 julho 2016
Luís Gaspar lê «Que esses meus olhos…» de João Garcia de Guilhade
Que esses meus olhos, minha senhora,
nunca viram tamanho desgosto que vivo,
E te digo minha bela senhora:
estes meus olhos apaixonados e com grande desgosto
choram e cegam quando te vêem.
Sorte tens de nunca perder
meus olhos apaixonados e meu coração
E esta paixão, minha senhora, são minhas.
Mas os meus olhos por ver alguém
choram e cegam quando estes não os vêem
e depois cegam por alguém que vêem.
E nunca poderei ficar bem,
pois nem o amor e nem Deus me quer.
Mas os meus olhos cativos
morrerão e cegarão, quando não forem vistos
e cegarão por serem vistos também
Português antigo
Estes meus olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr’eu vivo for.
E direi-vos, fremosa mia senhor,
destes meus olhos a coita que han:
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.
Guisado tẽen de nunca perder
meus olhos coita e meu coraçón.
E estas coitas, senhor, minhas son;
mais-los meus olhos, per alguén veer,
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.
E nunca ja poderei haver ben,
pois que Amor ja non quer, nen quer Deus.
Mais os cativos destes olhos meus
morrerán sempre por veer alguén:
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.
João Garcia de Guilhade
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«coisas que fascinam (192)» - bagaço amarelo
Assim que encostei os cotovelos ao balcão e lavei em seco a cara com as palmas das mãos, ela aproximou-se e retirou dois ou três copos de cerveja já bebidos por clientes que não cheguei a ver. Depois disse-me que estava à minha espera.
- À minha espera?!
- Sim. Tive aqui um cliente tão chato que precisava de alguém mais simpático.
É assim que ela me salva a vida todos os dias, a mentir-me sobre mim mesmo. Depois tirou-me um café que, ela já sabe, bebo sem açúcar. Sorri-lhe timidamente e perguntei-lhe se precisava de alguma coisa, sabendo eu que a resposta ia ser que não.
Perguntar a uma pessoa se precisa de nós mesmo sabendo que ela não precisa, às vezes, é o mais legítimo do mundo. Estamos apenas a afirmar que se pudéssemos fazer alguma coisa por ela, fazíamos mesmo.
É como se todos precisássemos de alguma coisa que não sabemos bem o que é, mas sabemos que é em alguém que se encontra e, até encontrarmos alguém que nos salve todos os dias com a vida, vamos visitando quem nos salva a vida todos os dias.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
09 julho 2016
Extraordinário
Patife
@FF_Patife no Twitter
Antologia de poesia erótica brasileira
Colectânea de poemas eróticos desde o século XVII até 2015. Organizada por Eliane Robert Moraes e ilustrada com desenhos de Arthur Luiz Piza.
Veio do Brasil para o lado de cá do Atlântico, direitinha para a minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
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08 julho 2016
Alice Caetano - «Diálogos de Maria e Miguel - 5»
Maria – O sabor da tua língua é de lantejoulas, ardendo quentes.
Miguel – As lantejoulas, conforme o tecido do céu -da -boca se move, vão ondulando.
Maria – O limiar da angústia.
Miguel - Ouvem-se as paredes, até aos alicerces, até ao sol.
Maria – O teu chão, o meu sol, fundem-se em magma quente, em chamas, jorrando infinitamente como uma plataforma de anjos, criando um rio.
Miguel – Rio azul.
Maria – Sinto os pés voando… Queres-me?
Miguel – Toda!
Alice Caetano
in «Maçã de Zinco» - Editora Esfera do Caos
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