24 setembro 2016

Postalinho DP


«Conceito de beleza» - por Rui Felício

Nas últimas décadas, tem vindo a ser recuperado o conceito de beleza helénica, de linhas equilibradas, simétricas, suaves, expurgadas de imperfeições.
«Mulher, cupido e pombas»
Óleo sobre tela de autor anónimo
Colecção de arte erótica «a funda São»
As mulheres eram apresentadas de seios pequenos, erectos, nariz atilado, lábios cheios, cabelo tratado.
Os homens, de cabelo encaracolado, olhos profundos, peitorais firmes, musculados, ventre liso e pénis pequeno.
Pelo meio dos séculos, o conceito de beleza passou por variados padrões. Todos se lembram das matronas anafadas da Renascença ou das macilentas mulheres da época romântica.
Ou dos homens rudes, guerreiros, mal lavados dos tempos da Reconquista Cristã.
Ou mesmo dos efeminados cavalheiros do séc XVIII, de cabelos empoeirados e finas pernas envoltas em apertadas meias de seda.
O belo e o feio são conceitos, são modas.
Mas, transversal a todas as épocas é o conceito imutável de que a beleza resulta mais daquilo que se é, do que daquilo que se aparenta ser.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Sim, sim... oh... sim...



Eu sei que sexo não é a resposta. Aliás, sexo é a pergunta. “Sim” é que é a resposta.

Patife
@FF_Patife no Twitter

22 setembro 2016

Postalinho do Algarve

"Entrada permitida só aos pares!"
A. Vicentezão


«Volteiiiiiiiiiiiiii, linda, levíssima e solta!» - Cláudia de Marchi

Volteiiii!

Acabei de atender um cliente extremamente bonito e gostoso! Fizemos de tudo um pouco, nossa! Coisa boa! Não poderei mais atender ninguém em casa hoje. Meu lençol está literalmente molhado.

Ele finalizou na minha boca! Daí eu estava aqui com meus botões pensando, até os meus 29 anos nenhum homem tinha gozado na minha boca. Meus namorados e marido, nenhum! Eu sempre gostei, mas quando a gente é novinha tem vergonha de pedir né!?

“Ele vai achar que eu sou puta...”. A gente é meio boba quando é nova né!? E ainda cruza com uns homens pudicos e sexualmente egoístas, daí dá um, no máximo dois orgasmos por transa e se masturba o resto do tempo. Acho que gozei no mínimo 25 vezes agora com meu colega advogado lindo e habilidoso que acabei de atender. “Colega” não né?! Não sou mais advogada.

E, sinceramente, estou tão realizada que acho que não volto mais nem depois de velha. Definitivamente quero fazer isso, estudar e, depois dos 50 eu vejo o que faço. Era depois dos 45 né?! Mas a coisa está tão animante e boa que estou aumentando a vida “útil” da Simone.

Com minha genética privilegiada eu vou longe e, por que não, uns retoques estéticos quando for necessário?! Agora fico só com meus creminhos e suplementos.
Eu sou boa na minha “triagem” de clientes como cortesã. Estou, pela primeira vez na vida, acreditando na sorte! E tendo muita, muita, muita mesmo, mas, confesso, sou bastante desconfiada e astuciosa, não caio em qualquer cilada não. Segurança, acima de tudo.

Hoje comentava com meu amigo e cliente que atendi de manha sobre algumas perguntas non sense que ouço. “Você não acredita mais no amor?”, por exemplo. Gente, eu acredito no amor! Eu sou amor por mim, pela vida, pelo mundo, pelas pessoas e dou amor a cada cliente que acolho. Vocês é que estão equivocados sobre o que é o amor.

Vocês confundem “ter a companhia de alguém” com amor! Eu não quero ter alguém pra me completar ou fazer-me companhia, porque, finalmente e no auge da minha maturidade, eu me basto! É uma escolha racional e emocional e não significa que eu não creia no amor. Eu não quero, isto sim, um homem ao meu lado.

Enfim, eu não descreio do amor eu só creio convictamente que eu não preciso de ninguém para dormir ao meu lado e para eu chamar de “meu”. Eu sou minha e eu me basto. Simples e objetivamente.

Bem gente, vou tomar banho e lavar os cabelos, pois estou completamente descabelada!
Beijinhos para os meninos e um abraço para as meninas!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Body & Soul» - Nuno Saraiva

Livro com rascunhos de ilustrações de Nuno Saraiva. Edição de 2001 da Bedeteca (Lisboa).
Exemplar doado pelo autor ao coleccionador. Na dedicatória, tem um desenho original de uma mulher nua, a dizer "eu não sou um print".








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Fossinha – Amor» - Adão Iturrusgarai


21 setembro 2016

Cu idado!

«as fracas luzes da cidade indicar-me-ão o caminho» - bagaço amarelo

Os candeeiros públicos parecem ter frio. É a sensação que tenho quando reparo na forma como a luz de cada um se encolhe na escuridão da noite. Não iluminam quase nada, mas fazem-se notar como se fossem pequenos pirilampos envergonhados.É por isso que tenho a sensação de estar numa cidade fantasma, onde as pessoas já se foram deitar e fiquei apenas eu, sentado numa paragem de autocarro a tentar perceber como se movem as sombras.
Entre mim e a Lua há dois números vermelhos a desafiar a noite. Um nove e um doze. Faltam doze minutos para o autocarro da linha nove chegar. É isso. Não é a linha que me pode levar ao pequeno e velho rés do chão onde vivo, mas optei por passar na casa duma mulher que não está na cidade.
É claro que, se não está, não a vou poder ver. Ainda assim, conto que a viagem me traga uma certa normalidade. É um trajecto que já fiz várias vezes a esta hora para ir ter com ela, por isso optei por fazê-lo mais uma vez. Distraio-me sempre com as luzes enfraquecidas e pergunto-me o que é que estão ali a fazer. Às vezes lembro-me da cidade de Londres num tempo em que eu não vivi, e de funcionários municipais a acenderem todas as noites os candeeiros a petróleo que iluminaram, por exemplo, os crimes de Jack O Estripador. Talvez os tenha visto num filme qualquer e nunca mais me esqueci.
Uma das sombras da cidade senta-se ao meu lado. Também está só e, mesmo que não a possa ver, percebo que é duma mulher que aperta as golas do casaco numa vã tentativa de se aquecer. Sentou-se exageradamente perto de mim e posso ouvi-la respirar. Talvez tenha medo de estar sozinha e partiu do princípio que eu, por estar à espera de um autocarro, não seja alguém perigoso como foi Jack. Procura, também ela, alguma normalidade. Gostava de lhe perguntar se alguma vez viu um filme em que homens acendem candeeiros a petróleo nas ruas de Londres, mas seria tão bizarro que não o faço.
Para ela, também eu sou apenas uma sombra. Talvez por isso me pergunte agora qualquer coisa que eu não consigo entender. Não falo búlgaro, digo-lhe. Ela cala-se. Provavelmente só queria ouvir a minha voz. Eu, pelo menos, fiquei contente por ouvir a dela.
Tenho a certeza que é bonita. Imagino-a magra, com a pele exageradamente branca e o nariz de cerâmica a ameaçar partir-se. Os lábios marcados pelo frio e alguns sinais no queixo. Talvez tenha o cabelo pintado de ruivo e olhos pretos.
O som característico do autocarro ouve-se no fundo da noite. Os faróis aproximam-se devagar como se fossem de um animal qualquer que, de tão cansado que está, pára mesmo à nossa frente respirando de forma sôfrega. Vem vazio.
Olho uma última vez para a Lua. Tenho a certeza que esteve a ler os meus pensamentos. A mulher senta-se duas filas à minha frente e vira-se durante dois segundos para me ver. Não é nada do que eu imaginei. Muito provavelmente eu também não sou nada do que ela imaginou.
Encosto a cabeça ao vidro da janela como se quisesse ouvir algum segredo vindo lá de fora. Daqui a nada saio num bairro dos subúrbios, olho para as janelas fechadas de um apartamento que pertence a uma mulher que não está e depois faço cerca de três quilómetros a pé até minha casa. As fracas luzes da cidade indicar-me-ão o caminho. Não era preciso, mas é esta a minha normalidade.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»