"Os Húngaros consideram o Café New York o mais bonito do mundo.
Não sei se é ou não, mas que é muito bonito, é. Conhecê-lo por dentro, valeu bem os 6 euros que paguei por um chá de camomila.
Do que mais gostei, foi dos frescos no tecto. Alguns são... bem frescos... principalmente o que mostra o deus Baco, bem bebido, a ser posto em cima de um burro."
Paulo M.
10 outubro 2016
09 outubro 2016
Luís Gaspar lê «Tardinha…» de Florbela Espanca
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca … o eco dos teus passos
O teu riso de fonte … os teus abraços
Os teus beijos … a tua mão na minha.
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo
E os meus braços se estendem para ti.
Florbela Espanca
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«respostas a perguntas inexistentes (350)» - bagaço amarelo
O Amor é estatisticamente absurdo. Somos sete mil milhões de pessoas no planeta, mas quando nos apaixonamos passamos a acreditar que encontrámos a única que realmente queremos Amar. É uma mentira óbvia em que passamos a acreditar. Uma vez disse-te que acho que aceitamos essa mentira porque Amar alguém é um acto criativo. Apesar de não haver planos, cada Amor entre duas pessoas é diferente do outro. É por isso que, ainda assim, é mais difícil Amar do que viver. A vida pode-se ganhar, o Amor não.
Quando me calei tu sorriste, apagaste as quatro velas da mesa do jantar com os dedos humedecidos na tua própria língua e molhámos a nossa vontade no fundo de mais um copo de vinho. Depois deitámo-nos na tua cama com os lençóis já tão usados. Acho que foi a primeira vez que fizemos Amor. Estava tudo planeado, menos isso.
É do que me lembro. Do jantar não.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Vai um setubalense?
Tou?… Ó pessoal, já estou aqui a caminho do Alentejo para dar uma satisfação à minha mãezinha que é a única mulher como deve ser que bem me lembro que enquanto vivi com ela sempre me tirou as espinhas ao peixinho mas depois vou logo ter convosco, estejam descansados.
O que foi é que… vocês bem sabem que eu tenho andado com uma depressão, assim a modos como o Silva que se enforcou com o cinto lá na casa de banho, porque aquela mulher tirava-me do sério e este filho da puta aqui à minha frente não anda nem desanda, parece que vai a pisar ovos e não na estrada. Agora a gaja, eu bem lhe dizia como ela havia de fazer mas ela não senhor, tinha sempre de fazer à moda dela, tinha de ser tudo como ela queria. Ela nunca me obedecia em nadinha desta vida e olha, passei-me de todo e peguei na minha menina e zumba acertei-lhe mesmo em cheio no coração que caiu aí logo redonda no chão que pontaria é coisa que felizmente nunca me faltou.
Ah, o miúdo não, não viu nada que tive o cuidado de primeiro o fechar na casa de banho não fosse ele ainda atravessar-se no meio do caminho que a mãe fazia-lhe todas as vontadinhas e era tudo do bom e do melhor para o menino, mesmo que não houvesse para ela e para mim. As gajas são a pior coisa da vida dum homem e sobretudo quando têm o nariz empinado e julgam que mandam alguma coisa, que é como eu vos digo a única mulher que respeito é a minha santa mãezinha.
08 outubro 2016
Eva portuguesa - «Felicidade»
Dizes-me que ser feliz é fácil. Basta querer. Que é simples, basta não complicar. E eu não entendo. Não sei... peço-te que me ensines. Mas tu não o fazes... porque não queres. Ou não podes. Ou, contra tudo o que apregoas, não sabes como...
Amor, para mim é simples ,acredita: basta eu ter saúde e trabalho, e ver o meu filho crescer saudável e feliz. Em teoria é realmente fácil. Mas será que o consegues pôr em pratica? Será por isso que não me consegues ensinar?... Será sequer que Tu és feliz?...
Simplificar é bom, diminuir não. Mas, amor, se e quando souberes como ser feliz, ensinas-me?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Amor, para mim é simples ,acredita: basta eu ter saúde e trabalho, e ver o meu filho crescer saudável e feliz. Em teoria é realmente fácil. Mas será que o consegues pôr em pratica? Será por isso que não me consegues ensinar?... Será sequer que Tu és feliz?...
Simplificar é bom, diminuir não. Mas, amor, se e quando souberes como ser feliz, ensinas-me?...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«A prova» - por Rui Felício
Miguel Azevedo, produtor e grande conhecedor de vinhos, entrou naquele requintado restaurante de Lisboa, foi acompanhado à mesa pelo Chef de Sala, leu a carta e encomendou um tornedó mal passado, guarnecido com legumes salteados e esparregado. Pediu um Pegos Claros, reserva tinto, colheita de 2012.
Instantes depois, o escanção dirigiu-se à mesa com o vinho já depositado num decantador. Com extremo cuidado e aparato profissional, verteu uma pequena quantidade no copo e esperou que o cliente o provasse.
O Miguel Azevedo agitou o copo em lentos movimentos elípticos, chegou-o aos lábios, saboreou, quase mastigou o néctar, repetiu mais umas duas vezes o cerimonial, chegou o copo ao nariz, aspirou o aroma vínico, fitou o empregado e sentenciou:
- Este vinho é de facto de 2012 mas não é Pegos Claros!
O escanção ganhou coragem e atreveu-se a contradizer o cliente. Que sim, que era realmente um reserva tinto Pegos Claros de 2012
Que não, insistia o Miguel Azevedo, com ar contrariado. O Chef aproximou-se e polidamente garantiu que realmente aquele vinho era Pegos Claros.
- Sabe, meu caro? Quem produziu este vinho fui eu e asseguro-lhe que não é Pegos Claros. É Pegões!, sentenciou o Miguel Azevedo…
O escanção interveio:
- Perdoe-me V. Exª, eu conheço bem a região onde se produzem estes vinhos. Pegões e Pegos Claros são duas vinhas de iguais castas, situadas a não mais do que 500 metros uma da outra, tratadas da mesma maneira, as uvas são colhidas, preparadas e pisadas na mesma Adega, segundo os mesmos métodos. Como pode V.Exª ter tanta certeza de que este vinho não é Pegos Claros. Na verdade, tudo indica que ambos sejam exactamente iguais.
- Mas não são!, disse o Miguel Azevedo.
E, em voz sussurrada, aconselhou o escanção:
- Faça a seguinte experiência: quando chegar a casa peça à sua namorada que se dispa completamente. Aprecie os orifícios mais próximos do seu corpo. Cheire-os, deguste-os e compreenderá que, apesar da proximidade geográfica, têm aromas e sabores diferentes e completamente distintos…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Instantes depois, o escanção dirigiu-se à mesa com o vinho já depositado num decantador. Com extremo cuidado e aparato profissional, verteu uma pequena quantidade no copo e esperou que o cliente o provasse.
«Garrafa de vinho BEBESPONTOCOMES Dão by Lúcia Freitas» Design de André da Loba, 2015 Colecção de arte erótica «a funda São» |
- Este vinho é de facto de 2012 mas não é Pegos Claros!
O escanção ganhou coragem e atreveu-se a contradizer o cliente. Que sim, que era realmente um reserva tinto Pegos Claros de 2012
Que não, insistia o Miguel Azevedo, com ar contrariado. O Chef aproximou-se e polidamente garantiu que realmente aquele vinho era Pegos Claros.
- Sabe, meu caro? Quem produziu este vinho fui eu e asseguro-lhe que não é Pegos Claros. É Pegões!, sentenciou o Miguel Azevedo…
O escanção interveio:
- Perdoe-me V. Exª, eu conheço bem a região onde se produzem estes vinhos. Pegões e Pegos Claros são duas vinhas de iguais castas, situadas a não mais do que 500 metros uma da outra, tratadas da mesma maneira, as uvas são colhidas, preparadas e pisadas na mesma Adega, segundo os mesmos métodos. Como pode V.Exª ter tanta certeza de que este vinho não é Pegos Claros. Na verdade, tudo indica que ambos sejam exactamente iguais.
- Mas não são!, disse o Miguel Azevedo.
E, em voz sussurrada, aconselhou o escanção:
- Faça a seguinte experiência: quando chegar a casa peça à sua namorada que se dispa completamente. Aprecie os orifícios mais próximos do seu corpo. Cheire-os, deguste-os e compreenderá que, apesar da proximidade geográfica, têm aromas e sabores diferentes e completamente distintos…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
07 outubro 2016
«Please yo'self» (satisfaz-te a ti própria)
"O teu corpo é teu, o teu prazer é teu! A masturbação é uma questão de igualdade. Saberes o que te faz sentir bem e, bem lá no fundo, saberes que tens o direito a procurar o prazer - sozinha ou com um parceiro - pode afastar uma tonelada de preconceitos contra as mulheres e os nossos corpos. #monkifesto"
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