02 junho 2017

Madrugadas...

Foto by Eugeny Kozhevnikov
Quero olhar-te de frente. Invadir-te o sono e tropeçar nas tuas carícias quentes, para no parapeito das madrugadas morrermos, lentamente... de prazer, deixando-te entrar devagar dentro do fogo.

A.Braga

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Luís Gaspar lê «Praias» de Vasco Graça Moura

na praia lá do guincho as velas
de windsurf saltam sobre as ondas
e o meu olhar, equestre,
pula nos peitos das banhistas, enquanto
um cachorro tenta agarrar a cauda.

nos feriados tudo é insuportável
menos o sol e o mar
apesar das famílias,
e sustendo as gaivotas na mais alta
imaginação, porque hoje não vi nenhuma,

o vento traz de tudo
de antónio nobre a lorca às pandas roupas
que modelam os corpos em míticas figuras
com o seu drapejado esvoaçante,
entre dunas e lixo e vendedores de gelados.

restaria o campo, mas
«no campo não há bicas nem paperbacks»
diz uma amiga minha e tem razão,
que seria de nós, bucólicos, sem esses
indicadores da alma? dou

lume a uma italiana e enquanto
ela agradece ocorre-me que despi-la já não é
cosa mentale; faz-me lembrar o algarve, mas no verão
o algarve é a continuação
da política por outros meios, antes
a rudeza atlântica do guincho, antes
a nortada, os surfistas
na crista da onda, a areia que entra no poema,
e o regresso mais cedo, quando já não se
aguenta.

Vasco Graça Moura

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

#urbanbitch - Ruim

- Quantos gajos é que comeste no último mês?
- 3!
- 21!
- Han?
- 7 x 3 são 21.. sete macacos e tu és um! Ou uma!
- Foram 3...!
- Vezes 7... dá 21! Confere.
- Porquê vezes 7?
- Anos de cão!
- Eu não sou um cão!
- Tens razão, cadela...
- Estás a ser sexista...
- Olha a bola! Onde é que está a bola? Está aqui na minha mão? BUSCA, JESSICA!
- Não vou atrás de nenhuma bola...
- E se juntar mais uma e um caralh...
- ADEUS!

Ruim
no facebook

01 junho 2017

«A linda cabindense» - Mário Lima

Estive dois anos no mato nesta aldeia (Tando-Zinze) perdida no Maiombe. Bons e maus momentos passei por lá, mas valeu a pena. O contacto com as populações, coisas que nunca tinha visto: o batuque, danças à volta da fogueira, cabindenses muito bonitas e, em certos locais, uma beleza natural de cortar a respiração.

Um camarada meu, estava "enfeitiçado" por uma rapariga local. Era a mais linda de todas. Linhas de rosto fino, corpo esbelto, andar estonteante, cabelo longo e sedoso; uma Vénus nascida do ventre de OXUM, a mãe da água doce.

Foto: tirada no interior da floresta, junto ao rio mencionado.
Um dia ia eu a passear com ele junto ao rio quando ouvimos vozes femininas. Fomos silenciosamente pelo caniçal, e o que vimos foi tremendo, estavam várias jovens a tomar banho, conforme tinham vindo ao mundo, numa pequena queda de água.

Aquelas peles cor de ébano brilhavam e, entre elas, estava essa rapariga. O meu camarada não conseguiu conter os impulsos. Começou a correr em direção a elas, em direção à sua deusa. As botas chapinhavam naquela água límpida, soltando pequenas gotas de água refulgentes pelo sol. Eu, assistia como um espetador que vê numa tela, a essência de um filme lindo e ao mesmo tempo surreal. Um camarada meu a correr, um rio a passar, a natureza a envolver-me e aquele cenário idílico de lindas raparigas tomando banho numa cascata.

Elas mal o viram, correram para o topo da queda de água e, com aqueles sorrisos lindos, pegaram na roupa e desapareceram na vegetação.

Tempos depois fomos chamados à povoação. Alguém estava muito mal devido a um aborto mal feito. Era a linda cabindense. Foi enviada de helicóptero para a cidade de Cabinda.

Quando voltamos a vê-la, já não era a mesma. O rosto tinha perdido a beleza de outrora, lindo sim, mas não aquela beleza que a diferenciava. Perdeu ali a magia de uma mulher inatingível. Passou a ser uma mulher, igual a tantas outras.

Mário Lima

O Inverno à espreita


Deus Príapo e o sexo

Medalha em bronze, tendo na face, a menção "Liberté, Egalité, Fraternité" e o Deus Príapo ladeado por duas mulheres e, no reverso, mãos de mulher abrem a vulva para um pénis.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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«Homem-Legenda – Namorada» - Adão Iturrusgarai


31 maio 2017

SAWAKO KABUKI «Summer's Puke is Winter's Delight»


Summer's Puke is Winter's Delight from SAWAKO KABUKI on Vimeo.

Postalinho pré-histórico

"Cromeleque dos Almendres.
Já conheces?
Beijos"
Daisy




Fricção

Talvez haja uma fricção entre nós mas não sei como foi acontecer só agora. Dizem que um homem nos marca pelo amor mas tu... Marcaste-me pelo corpo, pelo suor, pelo odor, pelo toque, por todos os meus cinco sentidos. Ponho muitas vezes em dúvida o facto de teres, ou não, entrado no meu coração. Foste-te embora e deixaste-me cá sem força para sequer continuar a respirar. Não que tu fosses o ar que eu respirava mas eras o meu alento, a minha fuga, o meu esquecimento dos dias stressantes de trabalho e as tuas atitudes... Mensagens obscuras, mensagens escondidas e eu corria. Corria para me enfiar nos teus braços ou para tu entrares em mim e eu sentir-me satisfeita, leve, uma felizarda. Corpos presentes, mentes ausentes só o sentido impera, só o toque do teu corpo vale naquela altura. E agora? Bonito? Nem por isso. Mas com um corpo que eu adoro como adoro o toque, o cheiro e a sensação de te ter. Embora nunca te tenha tido. Desilusão, tristeza até pânico mas nunca o esquecimento não desisto, haja o que houver. Atravesso o país, movo a montanha, encho o fosso que nos separa, choro até não poder mais e rebento.
Saudades.
Ansiedade. Porque a fricção nunca foi um elo emocional, nem mesmo intelectual...
Do meu mundo

E que se chame IVA?



30 maio 2017