11 dezembro 2021

«Violência doméstica» - Rui Felício


O Xavier era um miúdo irrequieto, ingénuo e, por causa da sua traquinice, era o bombo da festa na escola e em casa.
Fomos colegas na primeira classe da escola da Rua dos Combatentes.
Um dia, no recreio, contou-me a tareia que na noite anterior a mãe lhe tinha dado.
Só porque entrou no quarto dos pais sem bater à porta..
Furiosa, a mãe levantou-se, berrou-lhe que estava farta de o avisar para não entrar sem bater e pedir licença. 
Baixou-lhe as calças e desancou-o com fortes palmadas no rabo. Até ainda tinha as marcas!
- A minha mãe é uma fera - choramingava o Xavier - E não foi só a mim que ela bateu. O meu pai também deve ter levado. Eu bem o vi com as calças em baixo.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Pénis com dois... apêndices

Pequeno amuleto fálico, da Tailândia para a minha colecção.



09 dezembro 2021

Sabes o que é "Desapontar"?

O DiciOrdinário ilusTarado explica:

Desapontar – perder a ponta; ficar murcho.


Ainda tenho alguns exemplares disponíveis. 
Faz a tua encomenda aqui. Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
A editora (Chiado) já não tem este livro à venda. Só o encontras aqui!

Sátiro e ninfa, a fazer sexo acompanhados por 3 anjinhos a tocar flauta

Jarra em faiança, preta, com duas decorações em relevo em lados opostos. Na base, tem uma assinatura e data: Decloquement 1990.
De França para a minha colecção.








07 dezembro 2021

Luís Gaspar lê «Soneto» de António Gedeão


Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção falar concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer aos olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arreceio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.

António Gedeão 
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de 1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa