28 dezembro 2021

Luís Gaspar lê «É urgente o amor» de Eugénio de Andrade


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Dispensador de cerveja original

Caneca de cerveja alemã de 1 Litro em grés com tampa em estanho. A tampa tem incrustação dupla de porcelana pintada: no exterior, um motivo floral; no exterior, uma cena erótica.
Uma peça com uma ilustração originalíssima, na minha colecção.










25 dezembro 2021

Quando Harry encontrou o Pai Natal

"Em 2022, a Noruega comemora 50 anos de podermos escolher quem amamos". 
Vídeo da Posten, correios noruegueses. 

Espreita-rabos

Banco trabalhado em relevo num tronco de castanheiro, com uma cara no topo (o assento do banco) e a menção "espreita-rabos". À volta, tem uma ave e uma serpente.
Vi esta peça no meio de uma reportagem na TVI, em 5/1/2020, sobre um "presépio ao vivo" em Priscos. Contactei a organização do evento e amavelmente recebi do sr. padre João Torres e do Presidente da Freguesia de Priscos, sr. Israel Pinto, o nome e o contacto do autor, sr. Januário Pereira. Logo num primeiro telefonema, o sr. Januário informou que venderia a peça, mas só depois de o presépio ser desmontado. Só que entretanto houve a epidemia de COVID-19... e só em Outubro de 2021, numa deslocação a Braga, foi possível o sr. Januário ir buscar a peça e levá-la para sua casa, aonde a entregou. O sr. Januário explicou que, quando fez a peça, o sr. padre João Torres o questionou sobre aquela obra e o autor explicou-lhe: "as senhoras, quando se sentam, levantam a saia... e o banco espreita-rabos. Todos se riram e a peça ficou a fazer parte do presépio. E várias pessoas entretanto a queriam, mas como foi a primeira pessoa...". O valor da venda foi para ajudar em obras da igreja de Priscos.