25 outubro 2022

Luís Gaspar lê «A frouxidão no amor é uma ofensa», poema de Bocage


A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.

Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a razão se me condensa.

Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.

Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso.

em “Citações e Pensamentos de Bocage”

Bocage
Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de Setembro de 1765 – Lisboa, 21 de Dezembro de 1805) foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Kama Sutra em contraluz

Jenni Bolton - Kamasutra Collection. Robe pijama em algodão branco que, à contraluz, revela desenhos de casais asiáticos em várias posições sexuais.
Mais uma maravilhosa peça de lingerie na minha coleção.












23 outubro 2022

Os tomates enlatados (os colhões enraivecidos)

Benjamin Péret (Satyremont) - ilustrações Yves Tanguy, Antígona, Lisboa, 1980.
Em 1928, nas catacumbas de Paris, aguardava-se com expectativa o volume final de uma profaníssima trindade de ficções surrealistas, que sucederia a História do Olho, de Georges Bataille, e a A Cona de Irene, de Louis Aragon. A obra foi censurada antes mesmo da sua publicação, quando a polícia, de visita a uma tipografia clandestina, deparou com as injuriosas páginas de um livro chamado Os Colhões Enraivecidos. O seu autor, Benjamin Péret, só viria a publicá-la em 1958 sob o pseudónimo Satyremont e com um título para toda a família. Adornado de sete beatíficas ilustrações de Yves Tanguy, Os Tomates Enlatados relata as sumarentas investidas de um visconde folgazão e da sua entourage avessa à abstinência, benzendo-as com poemas onde pais-nossos e ave-marias se entrelaçam com a mais debochada e prevaricadora linguagem. 
Mais um livro para a minha coleção.


22 outubro 2022

Dança do varão


Postalinho de Coimbra sobre o Mondego - 1

"O Parque Manuel Braga (Parque da Cidade), em Coimbra, teve obras de restauro dos muros sobre o rio Mondego. Algumas das pedras desse muro foram recuperadas e exibem figuras e textos gravados, em alguns casos, há muitas décadas. Nesta série de postalinhos, mostro uma seleção de marotices da terra dos doutores."
Paulo M.



21 outubro 2022

Sabes o que é "Espermentar"?

O DiciOrdinário ilusTarado explica:

Espermentar – fazer uma experiência de sexo sem preservativo.

Faz a tua encomenda aqui. Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
A editora (Chiado) já não tem este livro à venda. Só o encontras aqui!

20 outubro 2022

José Malhoa - Ela Queria Três

Caralhinho da Madeira

Mexelote ou caralhinho para fazer poncha, de formato fálico.
Mexelote - instrumento típico da ilha da Madeira, usado para misturar os ingredientes na preparação de bebidas alcoólicas, como a poncha; caralhinho. Oferta de Antonino e Lurdes Silva para a coleção.





18 outubro 2022

Luís Gaspar lê «Noite Árvore», poema de Luiza Neto Jorge


Noite única noite singular impressa
consagração das chuvas e das flores violadas

dos pássaros algemados pela fuga
dos silêncios nus prostituídos
das alcachofras indecisas alcachofras em
sangue das turbinas de aço onde as estrelas
escorrem

crescem árvores mais definitivas pálpebras
trémulas da noite

é o muro que eu recrio a cal sem vazios diários
todos de verdade nós todos férteis salvos
todos veias claras nós sementes
nós o susto fecundo de vivermos

nós os números e as letras e os desenhos

ah matem-me de noite punhais híbridos
sentinela das fronteiras extintas sentinela
última da noite

Luiza Neto Jorge
Luiza Neto Jorge (Lisboa, 10 de Maio de1939 — Lisboa, 23 de Fevereiro de 1989) foi uma tradutora e poetisa portuguesa.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Casal japonês

Relógio de corda de bolso, em prata, com casal japonês no mostrador a fazer sexo.
O vendedor do relógio é relojoeiro e desmontou, reviu e limpou todo o relógio antes da venda. Corda pela coroa, ajuste da hora pelo botão às 11 horas.
Mais um relógio erótico na minha coleção.