12 julho 2016

A confissão da prostituta Maria Vai com Deus

Confessionário em cerâmica pintada, com um cortinado a tapar um padre muito interessado... na confissão…
Peça original e única da Milena Miguel (do Atelier S. Miguel, das Caldas da Rainha), a juntar-se a muitas outras que já estão na minha colecção.




















A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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10 julho 2016

Luís Gaspar lê «Que esses meus olhos…» de João Garcia de Guilhade

Português moderno

Que esses meus olhos, minha senhora,
nunca viram tamanho desgosto que vivo,
E te digo minha bela senhora:
estes meus olhos apaixonados e com grande desgosto
choram e cegam quando te vêem.

Sorte tens de nunca perder
meus olhos apaixonados e meu coração
E esta paixão, minha senhora, são minhas.
Mas os meus olhos por ver alguém
choram e cegam quando estes não os vêem
e depois cegam por alguém que vêem.

E nunca poderei ficar bem,
pois nem o amor e nem Deus me quer.
Mas os meus olhos cativos
morrerão e cegarão, quando não forem vistos
e cegarão por serem vistos também

Português antigo

Estes meus olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr’eu vivo for.
E direi-vos, fremosa mia senhor,
destes meus olhos a coita que han:
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

Guisado tẽen de nunca perder
meus olhos coita e meu coraçón.
E estas coitas, senhor, minhas son;
mais-los meus olhos, per alguén veer,
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

E nunca ja poderei haver ben,
pois que Amor ja non quer, nen quer Deus.
Mais os cativos destes olhos meus
morrerán sempre por veer alguén:
choran e cegan quand’alguén non veen,
e ora cegan per alguén que veen.

João Garcia de Guilhade
João Garcia de Guilhade foi um trovador português, nascido em Milhazes, concelho de Barcelos. Desenvolveu a sua arte poética em meados do século XIII. Apesar de ser reconhecida a sua capacidade e mestria poética, muita da sua produção tem um caráter brejeiro. É autor de poemas mordazes e célebres, como «Ai Dona fea, fostes-vos queixar», que vamos ouvir e coube-lhe introduzir o tema dos «olhos verdes» na poesia portuguesa, com «Amigos, non poss'eu negar».
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«coisas que fascinam (192)» - bagaço amarelo

Há mulheres que todos os dias me salvam a vida, apesar de nem sequer o saberem. Nunca lhes agradeço porque nem sequer as conheço pessoalmente. Falta-me a confiança para tal. Ainda assim, o que me resta é imaginar que lhes faço também esse pequeno favor. Salvar-lhes a vida todos os dias.
Assim que encostei os cotovelos ao balcão e lavei em seco a cara com as palmas das mãos, ela aproximou-se e retirou dois ou três copos de cerveja já bebidos por clientes que não cheguei a ver. Depois disse-me que estava à minha espera.

- À minha espera?!
- Sim. Tive aqui um cliente tão chato que precisava de alguém mais simpático.

É assim que ela me salva a vida todos os dias, a mentir-me sobre mim mesmo. Depois tirou-me um café que, ela já sabe, bebo sem açúcar. Sorri-lhe timidamente e perguntei-lhe se precisava de alguma coisa, sabendo eu que a resposta ia ser que não.
Perguntar a uma pessoa se precisa de nós mesmo sabendo que ela não precisa, às vezes, é o mais legítimo do mundo. Estamos apenas a afirmar que se pudéssemos fazer alguma coisa por ela, fazíamos mesmo.
É como se todos precisássemos de alguma coisa que não sabemos bem o que é, mas sabemos que é em alguém que se encontra e, até encontrarmos alguém que nos salve todos os dias com a vida, vamos visitando quem nos salva a vida todos os dias.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da comunhão de bens


Maitena - Condição feminina 35





09 julho 2016

«Um minutinho só» - Porta-Curtas

Extraordinário

É que tenho mesmo uma cura milagrosa para a tosse. Por acaso a cura é mamarem-me o Pacheco mas não o digo por ordinarice. É por pura bondade.

Patife
@FF_Patife no Twitter

Antologia de poesia erótica brasileira

Colectânea de poemas eróticos desde o século XVII até 2015. Organizada por Eliane Robert Moraes e ilustrada com desenhos de Arthur Luiz Piza.
Veio do Brasil para o lado de cá do Atlântico, direitinha para a minha colecção.






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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Silêncio que se vai cantar o fado... digo, se vai dar uma foda!

Crica para veres toda a história
Shhhh...


1 página

08 julho 2016

Alice Caetano - «Diálogos de Maria e Miguel - 5»




Maria – O sabor da tua língua é de lantejoulas, ardendo quentes.
Miguel – As lantejoulas, conforme o tecido do céu -da -boca se move, vão ondulando.
Maria – O limiar da angústia.
Miguel - Ouvem-se as paredes, até aos alicerces, até ao sol.
Maria – O teu chão, o meu sol, fundem-se em magma quente, em chamas, jorrando infinitamente como uma plataforma de anjos, criando um rio.
Miguel – Rio azul.
Maria – Sinto os pés voando… Queres-me?
Miguel – Toda!


Alice Caetano
in «Maçã de Zinco» - Editora Esfera do Caos

«Blue» - Rubros Versos


Tiago Silva

«Comam-nas!» - Ruim

Peço-vos. Rogo-vos. Por favor. Mas por favor... comam as vossas mulheres em casa!
Nós é que as aturamos no local de trabalho, não são vocês. Nós é que levamos com as trombas, com as birras e com os amuos das vossas esposas e namoradas quando vocês não vão lá.
Fod#-se, por favor... comam-nas! Elas agradecem. Nós também. E não queiram que ela recorra ao outsourcing, isso gera outro tipo de problemas para todos. Comam-nas! Comam-nas no sofá, na cama, no estendal da roupa, onde quiserem... mas comam-nas!
Um dia, entram aqui a embirrar com o som da minha respiração, no dia a seguir a flutuar. Até brilham. Cantam Taylor Swift. Riem. O cabelo até está mais sedoso. Dizem olá a todos. Parecem saladas com pernas.
Penso... "hey, alguém fez o seu trabalho ontem à noite. Boa camarada!"
Por favor, comam-nas!

‪#‎movimentocomamnas‬

Ruim
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«Tudo sob controlo» - Shut up, Cláudia!





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07 julho 2016

«Gioconda» - Rosa María Roffiel

Mi vulva es una flor,
es una concha,
un higo,
un terciopelo;
está llena de aromas, sabores, rincones,
es de color rosa,
suave, íntima, carnosa;
a mis doce años le brotó pelusa,
una nube de algodón entre mis muslos;
siente, vibra, sangra, se enoja, se moja, palpita,
me habla.
Guarda celosa entre sus pliegues
el centro exacto de mi cosmos,
luna diminuta que se inflama,
ola que conduce a otro universo.
Cada veinticinco días se torna roja,
estalla, grita;
entonces la aprieto con mis manos,
le digo palabras de amor en voz muy baja.
Es mi segunda boca,
mis cuatro labios;
es traviesa,
retoza, chorrea,
me empapa.
Le gustan las lenguas que se creen mariposas,
los penes solidarios,
la pulpa de ciruela femenina
o, simplemente,
las caricias venidas de mí misma.
Es pantera, gacela, conejo,
se ofrece coqueta si la miman;
se cierra violenta si la ofenden;
es mi cómplice,
es mi amiga,
una eterna sonrisa de mujer complacida.

Rosa María Roffiel. México, 1945


Alvaro Pemper - «El candando» (da série «Contorsionistas»), 2005

«Bicolândia»

T-shirt oferecida pela Gotinha: "Sabes que existe um lugar com este nome? Fica nas Filipinas".
As coisas que eu aprendo com a malta da fundiSão... e a colecção fica cada vez mais internacional.






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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«Amamentação e alcoolismo» - Adão Iturrusgarai


06 julho 2016

O melhor cover de sempre dos Foo Fighters... mesmo sem som!

«creme Nívea» - bagaço amarelo

O taxista estava descalço, sentado no banco do condutor com as pernas fora do carro. Cada uma das suas meias esverdeadas a espreitar dos sapatos como se fossem cobras indianas encantadas com o som duma flauta mágica. Com os dedos das mãos limpava os dedos dos pés, tão concentrado que demorou a perceber a minha presença. Tossi, sem ter tosse para o fazer, e ele olhou para cima semicerrando os olhos como se eu fosse o Sol. Mandou-me entrar e calçou-se apressadamente.
O cheiro do creme Nivea que acabara de passar pela cara, para combater a secura da pele, lembrou-me uma praia portuguesa, uma mão dada à minha namorada e um abraço com a pele tostada. Lembrei-me dos seus cabelos negros misturados com areia e dela a pedir-me que levasse o guarda-sol amarelo e o abrisse no sítio do costume. Que ingenuidade, sempre pensei que aquele aroma era da praia e afinal é apenas de um creme.
O pára-brisas do táxi amarelo enquadrava uma paisagem de edifícios envergonhados que contrasta com essa memória. Estão degradados e só se mantêm de pé porque é essa a dignidade que lhes resta, manterem-se de pé como velhos equilibrados na ponta de uma bengala, num esforço titânico de quem já passou pela vida toda. Ouvi qualquer coisa em búlgaro que não percebi, mas que supus ser a pergunta normal sobre para onde queria eu ir. Sorri, tirei o meu telemóvel do bolso e mostrei-lhe uma mensagem que recebera antes com a morada dela, em cirílico, e um convite em inglês para aparecer. Preparava-me para me deitar, apesar de serem oito da manhã, pois tinha feito direta a trabalhar.
Tenho que descansar, disse-lhe. Podes descansar comigo, respondeu. E eu tornei-me a vestir e saí de casa à procura de um táxi.
O carro arrancou devagar. No rádio fanhoso ouvia uma música qualquer de chalga que conheço mas da qual não sei o nome. Os edifícios observavam-me em silêncio, como se se perguntassem para onde é que eu ia àquela hora matinal de um Domingo. Tentei recordar-me do cheiro verdadeiro da praia, mas não consegui fugir da memória daquele abraço e do aroma intenso do creme Nivea. Parámos num semáforo, olhei pela janela e decidi falar com eles. Com os edifícios, digo.
É que o Amor não me passa nem quando me falta, disse-lhes.
Atiraram com as bengalas ao chão e disseram-me adeus. Todos eles, até àquele em que eu parei para mandar mais uma mensagem pelo telemóvel. Estou aqui à porta, escrevi. Ela desceu e abraçámo-nos. E de dois que éramos passámos a ser só um, mais um aroma qualquer a uma cidade que cada vez é mais minha.
Talvez daqui a uns anos me lembre deste abraço noutro táxi, noutra cidade, noutro Amor. Que o Amor nunca me passe nem quando me faltar, pensei. E subi.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Molho-me

imagem minha sem permissão para partilhas em qq rede social
 Chove.
Que se dane.
Visto o meu kimono e vou para a chuva e imagino Tiesto, O dj.
Imagino um varão, danço, não sei se vêm ou não, não quero saber.
Sinto as minhas curvas, vejo o meu cabelo a pingar...
o kimono pesa, fico em camisa de noite... Sinto-me sexy, estou encharcada, pela chuva, que me está a lavar a alma que me está a ajudar a tomar decisões...
Abro os braços e fico em bicos de pés e ouço tiesto, sinto-me no mundo da transcendência...
Onde estás tu, sejas tu quem fores, para partilhares este momento mágico comigo?


Partilho comigo, não é sonho, é apenas o que tenho e tenho-me a mim...

Do meu mundo

Os cogumelos



Para quem não viu, veja aqui.

HenriCartoon

Incha... mas depois passa



05 julho 2016

A funda São procura parceiro [M/F/outros]

Um prato e uma pequena taça tridimensional da colecção de arte erótica «a funda São». Dois dos mais de 3.500 objectos e 1.800 livros que procuram um espaço de exposição permanente.


Postalinho da salada... quê?!

"Num café da Mealhada, anuncia-se que o prazer é todo seu. E percebe-se isso...


... quando se vê o que é a primeira sugestão da ementa."
Paulo M.


Até um dromedário serve!


O meu reino por um camelo!



Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 46

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







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Mulher auto-satisfaz-se, observada pelo olho de Rá

Tabuleiro em madeira pintado por Ana Sofia S.
A Pink Poison explica a surpresa que teve com este tabuleiro-quadro: "Fiz uma troca porque gostei do olho de Rá. Só dois anos mais tarde percebo que a senhora está num acto de auto-satisfação".
E ela é tão fixe que ofereceu este tabuleiro para a colecção de arte erótica a funda São.
Bem hajas, Pinkita!










A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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04 julho 2016

Spykar - «Festival do filme azul» - Índia

Spykar, uma das principais marcas de ganga da Índia, quis excitar os jovens digitalmente viciados do país com a sua campanha «2015 Colecção Outono-Inverno», aproveitando o facto da maioria dos jovens indianos procurar conteúdo adulto online. Aliás, na Índia, os filmes pornográficos são chamados filmes azuis. Isto inspirou uma brincadeira em todo o país - o primeiro festival de cinema sempre azul da Índia: 10 filmes digitais com modelos internacionais vestidas com a colecção azul de Spykar, em imagens pixelizadas.

«Concurso de beleza» - por Rui Felício

Peter Paul Rubens
«O julgamento de Paris»
ca. 1632-1635, óleo sobre madeira, 144 x 149 cm
(National Gallery, Londres)

Há um episódio da mitologia grega, o julgamento de Páris, que pode ser considerado consequência do primeiro concurso de beleza de que se tem notícia.
Conta-se que o filho do rei de Tróia teria recebido a inesperada visita das deusas Hera, Atena e Afrodite.
Elas disputavam a maçã de ouro (o famoso pomo da discórdia ) que seria concedida à mais bela.
Páris foi nomeado por Hermes para ser o juiz do concurso, em nome da vontade de Zeus, o deus supremo.
As três imortais defenderam cada qual a sua candidatura, prometendo ao árbitro dons e bens particulares.
Hera ofereceu-lhe poder e o império da Ásia.
Atena, a sabedoria e a vitória em todos os combates.
Afrodite garantiu-lhe o amor da mulher mais bonita do mundo que era Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta.
O príncipe declarou Afrodite a deusa mais bela e esta cumpriu a promessa, fazendo com que Helena se apaixonasse por Páris.
Páris raptou então Helena estando aí a origem da famosa Guerra de Tróia.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido