30 março 2017
29 março 2017
Dick Hard
Campanha da MTV pelo uso de preservativo conta a vida de Dick, o cão que não pode ver um buraco quer logo enfiar-se lá.
Repousa em mim...
Repousa em mim o teu ser e depressa terás vontade de entrar numa cadência tão nossa que nada a interrompe.
Usa o meu ser como um heterónimo daquilo que és e nunca quiseste e sentes mas nunca quiseste ver.
Do meu mundo
Usa o meu ser como um heterónimo daquilo que és e nunca quiseste e sentes mas nunca quiseste ver.
Do meu mundo
28 março 2017
Definição de abraço
Abraço é o que sinto quando alguém consegue fazer a magia de me envolver com uma energia sem outra explicação que não a das emoções genuínas
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 83
O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.
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O fruto proibido
Peça original em bronze de ramo com pássaro e fruto com vagina, de Pierre Leroux (França).
Junta-se a muitas outras peças deste autor, na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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27 março 2017
Luís Gaspar lê «Primeiro a tua mão…» de Rosa Lobato Faria
Depois o pé – o meu – sobre o teu pé.
Logo o roçar urgente do joelho
e o ventre mais à frente na maré.
É a onda do ombro que se instala
É a linha do dorso que se inscreve.
A mão agora impõe, já não embala
mas o beijo é carícia, de tão leve.
O corpo roda: quer mais pele, mais quente.
A boca exige: quer mais sal, mais morno.
Já não há gesto que se não invente,
ímpeto que não ache um abandono.
Então já a maré subiu de vez.
É todo o mar que inunda a nossa cama.
Afogados de amor e de nudez
Somos a maré alta de quem ama.
Por fim o sono calmo, que não é
senão ternura, intimidade, enleio:
o meu pé descansando no teu pé,
a tua mão dormindo no meu seio.
Rosa Lobato Faria
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
26 março 2017
«Para adopção» - bagaço amarelo
Entretanto eu vou sair um bocado. Andar por aí e tentar conhecer alguém que a queira adoptar. Pode ser que num café ou numa cerveja isso aconteça. Se não acontecer, assim que eu voltar levo-a comigo para casa.
Sabes... hoje em dia as solidões andam muito abandonadas. É uma tristeza, vê-las por aí a abanar a cauda em busca de um dono. Ainda ontem alguém me disse que dantes não era nada disto. Havia mais respeito pela solidão de cada um.
Ela come duas a três vezes por dia e não precisa de trela. Normalmente nem dás por ela, aliás. É uma solidão de trato fácil. Adormece num canto da casa e só acorda se te sentir passar.
Obrigado.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
25 março 2017
«Sobre machismo, misoginia, cultura do estupro e um idiota chamado Diógenes» - Cláudia de Marchi
Diógenes deve ter esposa, namorada ou ficante. Diógenes é este machista asqueroso como muitos caras com quem namorei! Hoje eu não daria 10 minutos do meu tempo a um tipo deste, nem por bilhões! Porque sou cortesã feminista sim senhor, porque tento desconstruir o machismo como posso, porque eu luto pelas mulheres da minha maneira, porque dispenso homem otário e porque os Diógenes do mundo existem porque existe mulher reprimida sexualmente ou sem estima por si mesma que paga pau pra esse tipo de mané, sim! (Eu já fui uma, meus ex em sua maioria não pensavam muito diferente deste aborígine aí!).
E existem várias miseráveis assim, das quais tenho pena, assim como tenho pena de você que aceita a companhia de homem machista e misógino para não ficar sozinha e, assim, porque no fundo nem você se ama, você alimenta o que de mais negativo há no mundo. A cultura do estupro, inclusive! Porque ela nada mais é do que a "aculturação" que coloca a culpa de tudo nas mulheres, a "aculturação" que gera o ódio ao invés da empatia entre as mulheres, a "aculturação" que faz mulheres debocharem de outras mulheres para mostrarem aos trastes que chamam de "amor" quão "decentes" e superiores elas são, a "aculturação" que, inclusive apoia a "castração química" pra estuprador!
Estupro, baby, é sobre poder, sobre menosprezo a mulher, sobre machismo, sobre ódio, sobre ego, não é sobre libido avantajada, não! Estupro é sobre cultura misógina. O remédio é o feminismo, é a intolerância a opiniões machistas e misóginas, é educação, não é castração química! É castração do machismo da mente dos homens e isso começa em casa, quando, ao invés de ensinar o filho a "pegar todas" (como se mulher fosse gripe!) e a filha a se "guardar", você ensinar que sexo não define masculinidade e virgindade não define moralidade, quando, ao invés de dizer pra menina se "vestir discretamente para não excitar os meninos", você ensinar o seu menininho a respeitar as meninas ainda quando nuas e deitadas de pernas abertas na rua, porque o "não é não" e se aproveitar de quem está desacordada é imoral e criminoso!
E este será um bom começo, porque não tem essa de que "homem pensa com o pênis", nenê, o que tem é mãe e pai machista convencendo o filho portador de falo que é pelo número ou pelas vezes que ele faz sexo que ele será "macho de verdade". E não é! É pela forma respeitosa, cavalheira, educada e gentil com que trata uma mulher, seja ela uma idosa, uma freira, uma estudante, uma garçonete com decote grande, uma coleguinha com traseiro avantajado e jeans justo, uma stripper, uma cortesã de luxo ou uma prostituta de beira de estrada!
Homem não pensa com o pênis não, ele só é ensinado a ostentar poder e sexualidade ainda que acabe não respeitando a mulher que chama de "amor", porque o seu ego frágil e tolo lhe faz achar que precisa enfiar o pau na "gata" do trabalho ou na moça da cantina e depois contar para os amigos, igualmente otários, pra ser "macho de verdade", quando, na verdade, é só mais um babaca broxante no mundo! ("Ah, mas mimimi eu sou exceção à regra!". Bom pra ti, o dia que eu escrever um tratado sobre sexualidade e machismo eu abordo as exceções, no momento só tenho tempo pra falar das regras!).
Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!
E existem várias miseráveis assim, das quais tenho pena, assim como tenho pena de você que aceita a companhia de homem machista e misógino para não ficar sozinha e, assim, porque no fundo nem você se ama, você alimenta o que de mais negativo há no mundo. A cultura do estupro, inclusive! Porque ela nada mais é do que a "aculturação" que coloca a culpa de tudo nas mulheres, a "aculturação" que gera o ódio ao invés da empatia entre as mulheres, a "aculturação" que faz mulheres debocharem de outras mulheres para mostrarem aos trastes que chamam de "amor" quão "decentes" e superiores elas são, a "aculturação" que, inclusive apoia a "castração química" pra estuprador!
Estupro, baby, é sobre poder, sobre menosprezo a mulher, sobre machismo, sobre ódio, sobre ego, não é sobre libido avantajada, não! Estupro é sobre cultura misógina. O remédio é o feminismo, é a intolerância a opiniões machistas e misóginas, é educação, não é castração química! É castração do machismo da mente dos homens e isso começa em casa, quando, ao invés de ensinar o filho a "pegar todas" (como se mulher fosse gripe!) e a filha a se "guardar", você ensinar que sexo não define masculinidade e virgindade não define moralidade, quando, ao invés de dizer pra menina se "vestir discretamente para não excitar os meninos", você ensinar o seu menininho a respeitar as meninas ainda quando nuas e deitadas de pernas abertas na rua, porque o "não é não" e se aproveitar de quem está desacordada é imoral e criminoso!
E este será um bom começo, porque não tem essa de que "homem pensa com o pênis", nenê, o que tem é mãe e pai machista convencendo o filho portador de falo que é pelo número ou pelas vezes que ele faz sexo que ele será "macho de verdade". E não é! É pela forma respeitosa, cavalheira, educada e gentil com que trata uma mulher, seja ela uma idosa, uma freira, uma estudante, uma garçonete com decote grande, uma coleguinha com traseiro avantajado e jeans justo, uma stripper, uma cortesã de luxo ou uma prostituta de beira de estrada!
Homem não pensa com o pênis não, ele só é ensinado a ostentar poder e sexualidade ainda que acabe não respeitando a mulher que chama de "amor", porque o seu ego frágil e tolo lhe faz achar que precisa enfiar o pau na "gata" do trabalho ou na moça da cantina e depois contar para os amigos, igualmente otários, pra ser "macho de verdade", quando, na verdade, é só mais um babaca broxante no mundo! ("Ah, mas mimimi eu sou exceção à regra!". Bom pra ti, o dia que eu escrever um tratado sobre sexualidade e machismo eu abordo as exceções, no momento só tenho tempo pra falar das regras!).
«Jogar às escondidas» - por Rui Felício
A Praça dos Açores era normalmente o local escolhido. Amplo, rodeado de casas com jardins, arbustos e árvores de fruto, reunia boas condições para o jogo.
A voz de galo roufenho e os primeiros pêlos da cara a despontarem, eram os sinais visíveis dos rapazes acabados de entrar na idade da adolescência.
Os pequenos e rijos seios espetados debaixo das blusas e as ancas alargadas a encherem as justas saias, denunciavam a puberdade das raparigas.
Jogar às escondidas era um divertimento que possibilitava que, ocultos pelos arbustos ou atrás de casinhotos e muros dos quintais, muitos desses jovens se acasalassem, encostados e em silêncio, longe dos olhares do descobridor.
Este descobridor, escolhido por sorteio, era obrigado a tapar os olhos, encostando a cabeça a um portão de madeira, enquanto contava em voz alta de um a cem, para dar tempo a que os jogadores se escondessem.
Finda a contagem, movia-se lentamente pelos locais onde suspeitasse que havia alguém escondido e, se descobrisse algum, corria para o portão, dava três toques com os nós dos dedos na madeira e gritava o nome e o local onde tinha descoberto o jogador escondido.
Os que ainda não tivessem sido descobertos, esperavam, escondidos, pela oportunidade em que o descobridor estivesse distraído com a sua pesquisa, para então correrem céleres para o tal portão e baterem os três toques combinados antes que o descobridor o fizesse.
Lembro-me de uma das vezes em que uma das raparigas exultava, no fim do jogo:
- Fui a vencedora!
- Fui a primeira a dar os três!
Santa inocência!
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
A voz de galo roufenho e os primeiros pêlos da cara a despontarem, eram os sinais visíveis dos rapazes acabados de entrar na idade da adolescência.
Os pequenos e rijos seios espetados debaixo das blusas e as ancas alargadas a encherem as justas saias, denunciavam a puberdade das raparigas.
Jogar às escondidas era um divertimento que possibilitava que, ocultos pelos arbustos ou atrás de casinhotos e muros dos quintais, muitos desses jovens se acasalassem, encostados e em silêncio, longe dos olhares do descobridor.
Este descobridor, escolhido por sorteio, era obrigado a tapar os olhos, encostando a cabeça a um portão de madeira, enquanto contava em voz alta de um a cem, para dar tempo a que os jogadores se escondessem.
Finda a contagem, movia-se lentamente pelos locais onde suspeitasse que havia alguém escondido e, se descobrisse algum, corria para o portão, dava três toques com os nós dos dedos na madeira e gritava o nome e o local onde tinha descoberto o jogador escondido.
Os que ainda não tivessem sido descobertos, esperavam, escondidos, pela oportunidade em que o descobridor estivesse distraído com a sua pesquisa, para então correrem céleres para o tal portão e baterem os três toques combinados antes que o descobridor o fizesse.
Lembro-me de uma das vezes em que uma das raparigas exultava, no fim do jogo:
- Fui a vencedora!
- Fui a primeira a dar os três!
Santa inocência!
«Mulher com toalha» Peça em porcelana Colecção de arte erótica «a funda São» |
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Duas formas de fome
Sentir? Só sinto duas coisas na vida: Fome e tesão. Quando não me vires erecto, prepara-me uma sandes.
Patife
@FF_Patife no Twitter
24 março 2017
Eva portuguesa - «Maturidade»
Aprendi a amar o meu corpo, mesmo não sendo perfeito. Aprendi que mostrar o que sinto é sinal de força e não de fraqueza. Aprendi que o importante é ter respeito e não atenção. Aprendi que devo ser a minha prioridade e pôr-me a mim em primeiro lugar. Que não sou uma alternativa ou plano B, como tantas vezes acreditei ser. Aprendi que não posso, nem preciso ser perfeita. Ninguém é. Até mesmo as pessoas mais bonitas acordam com o cabelo feio. Aprendi que as estrias que incomodam deixam inveja em muitas outras que tanto queriam ter sido mães e não puderam. Aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Aprendi que não importa o tamanho da casa, mas sim a felicidade de quem lá vive. Aprendi que apesar dos meus defeitos, eu sou maravilhosa e devo acreditar em mim. Obrigado a todos os que me ajudaram a conseguir isto.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
#invejosos #nabodecenteio - Ruim
Nós homens, somos uma raça fantástica. Somos capazes de estar em grupos de 6 a ver pornografia e todos juram a pés juntos que não repararam no nabo do actor que mais parece um silo de centeio.
Incrível.
Ruim
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23 março 2017
Dijsselbloem sem polémicas
«Pay & Lay - Big Maudies Bawdy House»
"Paga e deita-te"...
Fivela de cinto em peltre (liga de chumbo e estanho), gravada em relevo, de um bordel dos E.U.A.
A juntar-se a outras fivelas da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Fivela de cinto em peltre (liga de chumbo e estanho), gravada em relevo, de um bordel dos E.U.A.
A juntar-se a outras fivelas da minha colecção.
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22 março 2017
Medcare Women & Children Hospital - «Footnote for the breast» (nota de rodapé para a mama)
Comunicação discreta, com mulheres árabes, sobre um assunto que é tabu na sua cultura, através do uso de um método original, num local muito inesperado.
21 março 2017
Rotinas perigosas
Abusos sexuais no futebol, abusos sexuais na Igreja, abusos sexuais por polícias.
O abjecto virou moda.
Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 82
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Gato de fora com "rabo" escondido
Pequena estatueta de gato com cabeça amovível que, sendo retirada, mostra um pénis.
Mais um trabalho original de Pierre Leroux (França), a juntar-se a tantos outros na minha colecção.
>
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20 março 2017
Luís Gaspar lê «Estrela da Manhã» de António Gedeão
vindo de qualquer pai,
acorda e vai.
Vai.
Como se cumprisse um dever.
Nas incógnitas mãos transporta os nossos gestos;
nas inquietas pupilas fermenta o nosso olhar.
E em seu impessoal desejo latejam todos os restos
de quantos desejos ficaram antes por desejar.
Abre os olhos e vai.
Vai descobrir as velas dos moinhos
e as rodas que os eixos movem,
o tear que tece o linho,
a espuma roxa dos vinhos,
incêndio na face jovem.
Cego, vê, de olhos abertos.
Sozinho, a multidão vai com ele.
Bagas de instintos despertos
ressuma-lhe à flor da pele.
Vai, belo monstro.
Arranca
as florestas com os teus dentes.
Imprime na areia branca
teus voluntariosos pés incandescentes.
Vai
Segue o teu meridiano, esse,
o que divide ao meio teus hemisférios cerebrais;
o plano de barro que nunca endurece,
onde a memória da espécie
grava os sonos imortais.
Vai
Lábios húmidos do amor da manhã,
polpas de cereja.
Desdobra-te e beija
em ti mesmo a carne sã.
Vai
À tua cega passagem
a convulsão da folhagem
diz aos ecos
“tem que ser”.
O mar que rola e se agita,
toda a música infinita,
tudo grita
“tem que ser”.
Cerra os dentes, alma aflita.
Tudo grita
“Tem que ser”.
António Gedeão
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
19 março 2017
«E então vou de pé» - bagaço amarelo
É que nunca me sento quando viajo de metro à hora de ponta, mesmo que na estação onde eu normalmente entro ainda costume haver alguns lugares livres. Sei que é uma questão de tempo, pouco, até que pessoas mais velhas do que eu invadam o espaço e o preencham como se fosse um ovo.
E então vou de pé.
A minha mão agarrou-se a um varão horizontal como se a minha vida dependesse disso. A vida não, mas o equilíbrio do corpo sim. Toda a força que faço está concentrada nos meus dedos para contrariar a aceleração e a desaceleração da carruagem.
E então vou de pé.
Ali dentro todos os olhares se escondem, a maior parte deles no ecrã de um telemóvel ou num livro. Os outros, aqueles que não têm um esconderijo próprio, colam-se a coisas tão absurdas como os próprios pés ou o vazio. Se fosse possível desenhar uma recta a partir de cada um desses olhares, tenho a certeza que nenhuma delas tocava noutra. É estranho, todos os olhares irem dar a um infinito dentro de uma carruagem de metro que me parece tão finita.
E então vou de pé e pergunto-me se a vida é só isto: uma viagem matinal para um trabalho que permite a toda a gente viver uma vida de que, pelo menos neste momento, parece não gostar muito. Pergunto-me se a vida é um homem cujo olhar se derreteu na palma da própria mão, uma mulher que encostou a cabeça a um vidro trémulo ou esta voz repetitiva a anunciar cada estação que se aproxima.
E então vou de pé. A vida é só isto?
Sou um explorador numa densa e quieta floresta de braços e pernas. Silenciosa também. Sem bússola, os meus olhos percorrem-na como se fossem uma afiada catana. Descobrem um outro olhar, também perdido, que talvez se pergunte o mesmo. Diz-me adeus. Respondo com um sorriso. É uma mulher a quem pedi ajuda uma vez quando estava totalmente perdido num dos bairros da cidade.
E então vou de pé. Já sei que a vida não é só isto.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
18 março 2017
«Sobre quem eu sou» - Cláudia de Marchi
Eu não sou arrogante, orgulhosa e estúpida. Eu não sou ignorante, amarga e mal educada. Eu não sou grossa, desrespeitosa e petulante. Eu não sou tosca e cheia de mim. Agora, se você for, arrogante, orgulhoso e estúpido comigo, se prepara, porque eu lhe mostrarei como eu posso ser tudo isso e, mais, como eu posso ser cruel e impiedosa! Se você for ignorante, amargo, mal educado, tosco e cheio de si frente a mim, se prepare que lhe mostrarei como eu consigo ser tudo isso e, igualmente ou mais, desrespeitosa!
Se você for grosso, sem respeito e petulante, espere minha grosseria, desrespeito e petulância em dobro! Sou, um doce de pessoa, sou toda carinho, afeto e respeito. Sorrio para todos, trato todo mundo com respeito e educação exímia, mas, como diria meu "conterrâneo" Teixeirinha, se "alguém me pisar no pala o meu revólver fala e o bochincho está feito". Revólver da grosseria leia-se bem.
Ou seja, meu querido, se você me jogar uma pedra, eu lhe jogarei um enorme buquê de rosas. Com o vaso junto, obviamente. Eu nunca ajo mal com as pessoas, todavia, falou errado ou agiu mal comigo, sei dar uma aula de maldade e estupidez. Enfim, eu não aturo nada com passividade, só o prazer, que, diga-se de passagem, sei dar com muito talento!
Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!
Se você for grosso, sem respeito e petulante, espere minha grosseria, desrespeito e petulância em dobro! Sou, um doce de pessoa, sou toda carinho, afeto e respeito. Sorrio para todos, trato todo mundo com respeito e educação exímia, mas, como diria meu "conterrâneo" Teixeirinha, se "alguém me pisar no pala o meu revólver fala e o bochincho está feito". Revólver da grosseria leia-se bem.
Ou seja, meu querido, se você me jogar uma pedra, eu lhe jogarei um enorme buquê de rosas. Com o vaso junto, obviamente. Eu nunca ajo mal com as pessoas, todavia, falou errado ou agiu mal comigo, sei dar uma aula de maldade e estupidez. Enfim, eu não aturo nada com passividade, só o prazer, que, diga-se de passagem, sei dar com muito talento!
«O que se há-de fazer à prenda que está para sair?» - por Rui Felício
Alguns não se lembrarão deste jogo.
Joguei-o várias vezes na Rua Infante Santo e na Praça de Ceuta, com a Milu, a Betinha e a Letinha (estudantes de Letras e hóspedes em casa do Sr. Milheiro), a NôNô, a Olivia (filha do conhecido Carlos “Veneno”), a Eduarda, a Regina Morato, o Rui Pato, o Mário Oliveira (vizinho do Rui Pato), os Moratos (idem, idem), o Pedro Gama (primo da Milú), o Paulo Nobre e o Cruz.
Este último, o Cruz, morava na Rua do Brasil mas ia ao bairro porque namorava a Milú, minha vizinha.
Mais tarde andei com ele em Mafra e encontrei–o algumas vezes na CP onde viria a ser engenheiro.
Era um jogo algo feminino mas os rapazes adoravam jogá-lo...
Já vão perceber porquê.
________________________________________
Um dos jogadores metia entre as suas mãos uma “prenda” que poderia ser um anel, um brinco, um botão, qualquer coisa que ali pudesse permanecer bem escondida.
As mãos eram juntas como se estivesse a rezar e, com a “prenda” entre elas, passava-as entre as mãos dos restantes jogadores também na mesma posição de oração, um por um.
A cada um deles, no momento de passar as mãos, perguntava:
- O que é que se há-de fazer à prenda que está para sair?
O jogador inquirido respondia aquilo que lhe viesse à cabeça, como por exemplo:
- Aquele (a) a quem sair a prenda vai ter de dar um beijinho a fulano(a).
O jogador que distribuía a “prenda” tinha que obrigatoriamente deixá-la cair nas mãos de um dos outros jogadores , mas de forma a que ninguém se apercebesse qual deles(as) teria sido o(a) escolhido(a).
No final, as mãos de toda a gente eram abertas ficando-se a saber quem tinha sido o(a) contemplado(a).
________________________________________
A “sentença” que esse contemplado tivesse dado antes de lhe ter sido atribuída a “prenda” era então executada.
Onde estava o aliciante deste jogo?
Tão somente nisto:
1. - No passar das mãos dos rapazes nas mãos das meninas e vice-versa, o que equivalia a uma carícia encapotada, coisa que a moral e os bons costumes da época não permitia senão através destes subterfúgios.
2. – Na execução da sentença que, na maior parte das vezes, se traduzia em beijos ou abraços.
Claro que o efeito pretendido não surtia quando o executor da sentença era do mesmo sexo do executado.
As sentenças bem imaginadas eram aquelas que previam essa hipótese e deixavam alternativas.
Vejam a ingenuidade dos nossos jogos.
E a imaginação com que eram inventados, como forma de permitir o contacto físico ainda que simples e inócuo, entre rapazes e raparigas e que se restringia ao dos bailes e, mesmo assim, sob apertada vigilância materna.
A geração mais nova que ler isto vai ter dificuldade em compreender, eu sei...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Joguei-o várias vezes na Rua Infante Santo e na Praça de Ceuta, com a Milu, a Betinha e a Letinha (estudantes de Letras e hóspedes em casa do Sr. Milheiro), a NôNô, a Olivia (filha do conhecido Carlos “Veneno”), a Eduarda, a Regina Morato, o Rui Pato, o Mário Oliveira (vizinho do Rui Pato), os Moratos (idem, idem), o Pedro Gama (primo da Milú), o Paulo Nobre e o Cruz.
Este último, o Cruz, morava na Rua do Brasil mas ia ao bairro porque namorava a Milú, minha vizinha.
Mais tarde andei com ele em Mafra e encontrei–o algumas vezes na CP onde viria a ser engenheiro.
Era um jogo algo feminino mas os rapazes adoravam jogá-lo...
Já vão perceber porquê.
________________________________________
Um dos jogadores metia entre as suas mãos uma “prenda” que poderia ser um anel, um brinco, um botão, qualquer coisa que ali pudesse permanecer bem escondida.
As mãos eram juntas como se estivesse a rezar e, com a “prenda” entre elas, passava-as entre as mãos dos restantes jogadores também na mesma posição de oração, um por um.
A cada um deles, no momento de passar as mãos, perguntava:
- O que é que se há-de fazer à prenda que está para sair?
O jogador inquirido respondia aquilo que lhe viesse à cabeça, como por exemplo:
- Aquele (a) a quem sair a prenda vai ter de dar um beijinho a fulano(a).
O jogador que distribuía a “prenda” tinha que obrigatoriamente deixá-la cair nas mãos de um dos outros jogadores , mas de forma a que ninguém se apercebesse qual deles(as) teria sido o(a) escolhido(a).
No final, as mãos de toda a gente eram abertas ficando-se a saber quem tinha sido o(a) contemplado(a).
________________________________________
A “sentença” que esse contemplado tivesse dado antes de lhe ter sido atribuída a “prenda” era então executada.
Onde estava o aliciante deste jogo?
Tão somente nisto:
1. - No passar das mãos dos rapazes nas mãos das meninas e vice-versa, o que equivalia a uma carícia encapotada, coisa que a moral e os bons costumes da época não permitia senão através destes subterfúgios.
2. – Na execução da sentença que, na maior parte das vezes, se traduzia em beijos ou abraços.
Claro que o efeito pretendido não surtia quando o executor da sentença era do mesmo sexo do executado.
As sentenças bem imaginadas eram aquelas que previam essa hipótese e deixavam alternativas.
Vejam a ingenuidade dos nossos jogos.
E a imaginação com que eram inventados, como forma de permitir o contacto físico ainda que simples e inócuo, entre rapazes e raparigas e que se restringia ao dos bailes e, mesmo assim, sob apertada vigilância materna.
A geração mais nova que ler isto vai ter dificuldade em compreender, eu sei...
«Jogos do Prazer e da volúpia» Uma Mulher do Mundo, 1991, Colecção Canto Nono, Editorial Teorema Colecção de arte erótica «a funda São» |
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Vento nas ventas
Uma mulher andar de cabelos soltos na rua num dia de vento como este é um apelo explícito ao pinanço.
Patife
@FF_Patife no Twitter
17 março 2017
Eva portuguesa - «Procuro-te»
O meu corpo procura o teu, enquanto o verão pinta de azul o céu e o mar é devassado pelas estrelas.
O meu corpo procura o teu, antes que a morte se aproxime. Nas ruas, na cama, com amor, com ódio, ao sol, à chuva, de noite, de dia, triste, alegre.
Procuro-te.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
O meu corpo procura o teu, antes que a morte se aproxime. Nas ruas, na cama, com amor, com ódio, ao sol, à chuva, de noite, de dia, triste, alegre.
Procuro-te.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
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