17 fevereiro 2015

Chinesices maravilhosas...

... neste filme animado descoberto pela nossa amiga de longa data, Madr.



Aqui, o link para a versão original:

Topografias


E foi então que ele se virou para a engenheira civil e lhe pediu em tom lânguido: "faz-me um beco".

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Carnaval europeu



HenriCartoon

«Aprenderei a amar-te» - João Costa e Susana Duarte

aprenderei a amar-te
num labirinto de praias
onde a lua se esconde da noite
e penetra na maré cheia
que te cobre o ventre...
mil cavaleiros se ajoelharam
mas nenhum trazia a lâmina
para te cortar a venda
e te permitir ouvir o vento
que em mim por ti clama.
_______________________ João Costa

aprenderás a amar as ondas
submarinas que em mim-estranhas-
habitam? é nelas que residem
os cabelos verdes das algas
e dos olhos marulhados de noite
que te percorrem. é nelas que vivo
e é sobre elas que as espadas
perdem todas as lutas, pois o vento,
esse, nunca ouviu o meu lamento.
_______________ Susana Duarte

Blog Terra de Encanto

Sexo com apoio de um cesto e roldanas

Frasco em porcelana para rapé (tabaco em pó).
Fabricado por Wagner & Apel, Lippelsdorf, Thuringe. No verso do frasco, tem gravada a frase "Berta liebt sich Neuerungen, durch dies Patent ist's ihr gelungen" ("Berta ama inovações e com esta patente foi bem sucedida")
Uma obra de engenharia da minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)



16 fevereiro 2015

O que seriam as ladies sem os seus gentlemen?

«Orgânicos» - João

"Eu não quero ter um orgasmo e ejacular na tua vagina. Não quero preencher-te com o meu sémen. Isso é asséptico, é como um ensaio clínico, como se ambos fossemos anónimos num estudo de Masters and Johnson. Não. O que eu quero é que fodamos, quero vir-me na tua cona, quero inundar-te de esporra que te faça pingar, escorrer pelas pernas, pingar o chão, no momento em que te levantes. O que eu quero é que nos sujemos um do outro, que nos façamos vivos, que espalhemos o cheiro a foda onde estivermos, que os teus músculos se agitem como a força a falhar-me nos joelhos se nos comermos em pé contra uma parede. Eu não quero o sexo mecânico tapado em lençóis na escuridão puritana. Eu quero a nossa nudez partilhada e exposta, da nossa pornografia, o espaço da nossa fantasia feita real. Eu não quero que a tua vagina se lubrifique, quero que a tua cona se encharque ou fique como forma untada de manteiga antes do forno. Quero tudo visceral, orgânico, molecular. Como se o meu caralho na tua cona fosse o contínuo da existência, ar para respirar. Pareço pedir muito, mas dir-me-ias que não. Que não queres nada daquilo que eu não quero, mas queres tudo quanto eu quero. Muito."
João
Geografia das Curvas

«engolida pelo Sol» - bagaço amarelo

Hoje encontrei uma amiga que já não via há muito tempo. Talvez há uns quatro anos, pelo que me lembro. A primeira vez que olhei para ela pensei que fosse apenas uma mulher parecida, mas depois reparei que era mesmo ela e então cumprimentei-a. Acho que lhe aconteceu o mesmo relativamente a mim, porque não me disse nada na primeira vez que trocámos olhares.
Estávamos num café em Aveiro. Eu sozinho numa mesa e ela acompanhada por um homem e uma criança noutra mesa. Levantámo-nos ao mesmo tempo, depois de um lapsus facial simultâneo, e demos um abraço a meio do caminho, muito perto duma outra mesa onde duas mulheres bebiam chá e comiam torradas.
De certa forma apetecia-me contar-lhe e ouvir-lhe tudo sobre o tempo que passou por nós desde a última vez que nos vimos, mas a situação não o permitiu. Dois minutos depois do nosso abraço, o homem levantou-se e levou a criança pela mão até à porta do estabelecimento, onde ficou em pé a esperar por ela. Eram o marido e o filho que a chamavam sem chamar. Ela abanou os ombros como que desculpando-se, deu-me outro abraço e despediu-se. Disse-me que temos que falar para pôr a conversa em dia.
Não fiquei com o número dela nem ela com o meu. Acabei de o procurar e não consta da minha lista telefónica. Acho que o perdi numa das mudanças de telemóvel bruscas que fiz no passado recente. O mais provável é que se passem mais quatro anos até eu a encontrar de novo, por acaso, num café qualquer da cidade.
Não sei quando é que o tempo se tornou assim, imensamente pequeno e minuciosamente grande. Acho que fiquei alguns minutos em pé no meio do bar, a vê-la afastar-se e sair pela porta cujos vidros eram violentamente trespassados pela luz do Sol. Quando me sentei percebi que as mulheres que bebiam chá e comiam torradas cochichavam qualquer coisa sobre mim. Não sei bem o quê, mas suspeito que tinha a ver com o facto de eu ter ficado a suspirar assim que ela foi engolida pelo Sol.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Moderno Oeste

As coisas mudaram.



Capinaremos.com

15 fevereiro 2015

Diferença do movimento entre seios naturais e siliconados, vista em câmara lenta

Chamem os bombeiros!



HenriCartoon

Luís Gaspar lê «Floriram por engano as rosas bravas» de Camilo Pessanha


Oiça, vizinha: o melhor
É combinarmos o modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo.

Passo os meus dias a vê-la
Bordar ao pé da sacada.
Não me tiro da janela,
Não leio, não faço nada…

0 seu trabalho é mais brando,
Não lhe prende o pensamento,
Vai conversando, bordando,
E acirrando o meu tormento…

0 meu não: abro um artigo
De lei, mas nunca o acabo,
Pois dou de cara consigo
E mando as leis ao diabo.

Ao diabo mando as leis
Com excepção dum artigo:
0 mil e cinquenta e seis…
Quer conhecê-lo? Eu lhe digo:

«Casamento é um contrato
Perpétuo». Este adjectivo
Transmuda o mais lindo pacto
No assunto mais repulsivo.

«Perpétuo». Repare bem
Que artigo cheio de puas.
Ainda se não fosse além
Duma semana, ou de duas…

Olhe: tivesse eu mandato
De legislar e poria:
Casamento é um contrato
Duma hora – até um dia…

Mas não tenho. É pois melhor
Combinarmos algum modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo.

Camilo Pessanha
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

PI da leitura labial