31 julho 2016

Luís Gaspar lê «Sobre mim cavalgas…» de David Mourão-Ferreira

Sobre mim cavalgas 

cingindo-me os flancos

Colhes à passagem
a luz do instante

De dentes cerrados

ondulas, avanças, 

retesas os braços,

comprimes as ancas.

Depois para a frente 

inclinas-te olhando
o que entre dois ventres 

ocorre entretanto,
e o próprio galope

em que vais lançada 

Que lua te empolga 

Que sol te embriaga

Lua e sol tu és 

enquanto cavalgas 

amazona e égua

de espora cravada
no centro do corpo 


Centauresa alada 

com os seios soltos 

como feitos de água.

Queria bebê-los 

quando mais te dobras 

Os cabelos esses 

sorvê-los agora

Mas de cada vez
que o rosto aproximas
já é outra a sede
que me queima a língua:
A de nos teus olhos 

tão perto dos meus
descobrir o modo

de beber o céu.

David Mourão-Ferreira
David de Jesus Mourão-Ferreira (24 de Fevereiro de 1927 — 16 de Junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde, em 1957, foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«respostas a perguntas inexistentes (346)» - bagaço amarelo

Amor à primeira vista

Um dia destes vou tentar perceber porque é que se fala apenas do Amor à primeira vista. E os Amores à primeira audição, ao primeiro toque, ao primeiro aroma ou ao primeiro sabor? São tão ou mais importantes que o da vista, mas ninguém lhes liga nenhuma.
Acho que é por isso que todas as histórias de príncipes e de princesas são sempre uma boa merda. A Disney, por exemplo, só nos apresenta a visão como elemento fulcral da paixão. Mas que erro mais limitador e que péssimo exemplo para quem é criança. Corremos o risco de crescermos a pensar que o Amor é apenas aquilo que vimos e chegar a adulto sem saber Amar. A Disney é apenas pornografia barata.
Quem tem saudades de um Amor tem saudades muito para além daquilo que viu. Eu, que sinto uma enorme saudade de tudo o que me lembro no escuro de um quarto, estou-me nas tintas para a visão. A escuridão é o meu ninho, onde o Amor ultrapassa totalmente os meus olhos enganadores.
Nunca me apaixonei de verdade por ver uma mulher, mas já me apaixonei por um segredo contado ao ouvido, um toque de uma mão ou o cheiro de um abraço apertado. Talvez o melhor dos Amores seja aquele em que a vista começa a ver realmente depois de tudo o resto.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do pico do verão


Maitena - Condição feminina 38




30 julho 2016

Posso apanhar as tuas Pokébolas?!


Pareceu-lhe um papo-seco?!


A padeira onde compro o pão quente olhou fixamente para o meu papo de picha. Repete lá isso que eu explico-te o que é meter a mão na massa.

Patife
@FF_Patife no Twitter

Ratinhos cabeçudos

Pratinho de bronze em forma de cesto com 3 ratinhos com forma de pénis.
Uma das muitas peças subtis da minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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Crica para veres toda a história
Rudimentos


1 página

29 julho 2016

Shunga


SHUNGA from BiRo on Vimeo.

«#visibilidadetrans» - Rubros Versos


Tiago Silva

«Brincadeiras de crianças» - Ruim

Hoje, no caminho até casa, passei por dois miúdos na casa dos 9/10 anos a brincar à apanhada. Exacto. A rir e tudo. Sem capacete, joelheiras ou outro qualquer artifício de protecção imposto por algum pai que leu blogs a mais de pediatras sem filhos, por recear que eles se magoassem nas folhas. Parei por um pouco a admirar aquela cena à meia distância, porque julgava que isto já não existia. Reminiscências de uma infância vivida na sua plenitude, longe da monotonia solitária que um quarto de apartamento suburbano me proporcionava. Até que um dos petizes escorrega na relva, embrulha-se todo no chão e o outro a lança-se para cima dele cheio de ganas para o agarrar. Novamente, não vi nenhum pai a intervir e a separar os miúdos por receio que algum ficasse traumatizado com aquele contacto, ou pior: gay. Não, agora já se pode. Continua-se a pensar que é assim que as pessoas definem a sua sexualidade, mas agora já é aceite e até fica bem, apesar de haver ainda um longo caminho a percorrer.
Alegria em estado puro, pensei eu.

"DÁ-ME O IPHONE, SEU FILHO DA PUTA!"
"F#DA-SE, TÁ ALI UM PEDÓFILO A OLHAR PARA NÓS A SORRIR. Ó PAI, TÁ AQUI UM VIOLADOR!"

Foge... putos de merda. Deviam dar com os cornos numa árvore e partirem os braços. Ainda por cima tinham mesmo ar de bichas os dois, mais aquelas brincadeiras de rotos!

‪#‎nuncamais‬

Ruim
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«Vamos!» - Shut up, Cláudia!



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28 julho 2016

Postalinho da Nossa Senhora da Lapa

"Monumento fálico, no trilho pedestre quase à chegada ao santuário da Nossa Senhora da Lapa.
Demonstra claramente que o culto religioso (a partir do século XV) se construiu, como em muitos outros locais (capelas, ermidas, mosteiros, conventos,...), num sítio aonde os Homens sempre praticaram, desde os tempos pré-históricos, culto aos seus deuses, nomeadamente de fertilidade."
Paulo M.