Entras como um punhal
até à minha vida.
Rasgas de estrelas e de sal
a carne da ferida.
Instala-te nas minas.
Dinamita e devora.
Porque quem assassinas
é um monstro de lágrimas que adora.
Dá-me um beijo ou a morte.
Anda. Avança.
Deixa lá a esperança
para quem a suporte.
Mas o mar e os montes…
isso, sim.
Não te amedrontes.
Atira-os sobre mim.
Atira-os de espada.
Porque ficas vencida
ou desta minha vida
não fica nada.
Mar e montes teus beijos, meu amor,
sobre os meus férreos dentes.
Mar e montes esperados com terror
de que te ausentes.
Mar e montes teus beijos, meu amor!…
in “Poesia 1956-1979”
Fernando Echevarría
Fernando Echevarría Ferreira, de nome literário Fernando Echevarría, poeta e escritor português, traduzido em francês, castelhano, inglês e romeno, nasceu em Cabezón de la Sal (Santander, Espanha) em 26 de fevereiro de 1929, filho de pai português. Autor de uma vasta obra, morreu, aos 92 anos, no dia 4 de outubro de 2021, na cidade do Porto, onde residia.
Fernando Echevarría Ferreira, de nome literário Fernando Echevarría, poeta e escritor português, traduzido em francês, castelhano, inglês e romeno, nasceu em Cabezón de la Sal (Santander, Espanha) em 26 de fevereiro de 1929, filho de pai português. Autor de uma vasta obra, morreu, aos 92 anos, no dia 4 de outubro de 2021, na cidade do Porto, onde residia.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
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