13 outubro 2022

«Escrever as palavras a foder» - Luísa Demétrio Raposo

"Gosto muito de escrever as palavras a foder porque além de políticas elas atordoam na descoberta afinal e deixam destelhada a miséria de quase todos os dentes e da caralhada.
Hoje em dia está muito em voga entre os verbos, encontra-se um por outro e até parecem estremecer quando se abre o livro porque assim deve ser e porque convém à boa digestão das livreiras. Das profundezas inumeráveis um pipi não se pretende rebelde, é mais pelo prestável, já uma cona ou um caralho falam muito e muito alto fodem muito e não usam guarda lamas e comem tudo e o sem fundo e com os dedos e nos dedos criam tudo o que arrancam ao que fazem um ao outro dentro um do outro ao fundo.
Um pipi dá beijinho. Um pipi escreve apenas a palavra com quatro letras, foda sim, meu dono.
Em boa verdade, um texto meu não é nem nunca será lugar para nenhum.  Estou só e só o meu nome está cheio de fogo e de queimas que a carne devora, da força incontrolável e a esfola, como é a monta de qualquer um dos meus textos.
Um pipi é um petisco ou um puto se à mulher delicia e até à boca se for múltiplo entre o que apeteça."

ldr

Luísa Demétrio Raposo

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia