Explícitas as mãos descem vertiginosamente
Roçando os cúmulos que queimam os dedos
Na planície constante e clara do amanhecer.
Fulgem as dermes que o Sol incendeia
Em tardes paradas sem ar e sem cor.
Na cortina translúcida da lareira acesa
Eleva-se a lucidez que ruboresce e arde
Soltando brisas arfares remoinhos
Evaporando águas nos lagos serenos
Em labaredas finas de azul e magenta
Cerrando pupilas ofuscando mentes
No ténue deslumbre de vulcão em chama.
E sobram tornados em lençóis de fogo
Que somem paixões esbraseadas
E cinzas.
«Na tarde liquefeita dos teus olhos», 2023
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Uma por dia tira a azia