obra,
sabedoria prenhe de gazelas
sobre folhas caídas do peito
obra imperfeita, perfeita, inacabada e acabada
mantida nas pálpebras,
sobre o chão de folhas
da alma:
inverno nú, ave rasteira à terra
____ave entre as pernas da noite_____
obra acabada. solidão imperfeita:
olhos de água, rasos de auroras
nunca mais acontecidas.
flores do meu dorso,
em alvoradas desmedidas.
alvas estrelas de som, em noites imperfeitas
que, na hora de todas as quimeras,
se apoderam de todas as luzes do ventre
e me tolhem da quieta mansidão do sono.
hibiscos rosa. claridade do sonho:
habitas-me todas as utopias.
desagrega-me. agrega-me à areia do teu corpo.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
10 junho 2014
Revista «Le nouveau Marianne» nº 892 - Les Français, la politique et le sexe (os franceses, a política e o sexo)
Revista francesa de política com um artigo de capa sobre os franceses, a política e o sexo (páginas 20 a 29).
A partir de agora, junta-se a muitos outros exemplares de números especiais de revistas internacionais da minha colecção.
O detalhe das pilas políticas da capa:
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
A partir de agora, junta-se a muitos outros exemplares de números especiais de revistas internacionais da minha colecção.
O detalhe das pilas políticas da capa:
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09 junho 2014
Luís Gaspar lê «Cantos/II» de António Barahona
O início és tu: magra e fecunda deitada
sobre as folhas do Outono o ritmo
perfeito do amor no gesto esguio, na
glíptica cabeça, te concede a qualidade
de divina nua ascenderes dentro da noite
Corto a pedra onde modelo para
sempre a tua posição: desenho de
luz inquietante, sombra de animal
na montanha culta de agilidade e insónia
E penso na paisagem que habitas:
roupa de perfume nas cadeiras, o
urso polar, brinquedos, crianças,
solidão aérea de ausência tanta e a
presença da casa, alva barca
calada no mar ou na doca plana
Dás tudo ao homem que o homem quer:
irmã necessária, tépida e exacta, inclinada
sobre o filho és mãe numa hora, nos meus braços
oculta, filha fugidia Oh descantado
assombro da beleza inúmera, mulher, minha
esposa toda a vida
António Barahona
Escritor português, de nome completo António Manuel Baptista Barahona da Fonseca, nasceu em 1939, em Lisboa. Partindo da escrita surrealista - António Barahona da Fonseca integrou o grupo do Café Gelo. Após se ter convertido ao islamismo adoptou o nome Muhammad Abdur Rashid Barahona, com que passou a assinar alguns dos seus trabalhos.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
sobre as folhas do Outono o ritmo
perfeito do amor no gesto esguio, na
glíptica cabeça, te concede a qualidade
de divina nua ascenderes dentro da noite
Corto a pedra onde modelo para
sempre a tua posição: desenho de
luz inquietante, sombra de animal
na montanha culta de agilidade e insónia
E penso na paisagem que habitas:
roupa de perfume nas cadeiras, o
urso polar, brinquedos, crianças,
solidão aérea de ausência tanta e a
presença da casa, alva barca
calada no mar ou na doca plana
Dás tudo ao homem que o homem quer:
irmã necessária, tépida e exacta, inclinada
sobre o filho és mãe numa hora, nos meus braços
oculta, filha fugidia Oh descantado
assombro da beleza inúmera, mulher, minha
esposa toda a vida
António Barahona
Escritor português, de nome completo António Manuel Baptista Barahona da Fonseca, nasceu em 1939, em Lisboa. Partindo da escrita surrealista - António Barahona da Fonseca integrou o grupo do Café Gelo. Após se ter convertido ao islamismo adoptou o nome Muhammad Abdur Rashid Barahona, com que passou a assinar alguns dos seus trabalhos.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«conversa 2078» - bagaço amarelo
Eu - O que é que tem ser uma mulher como tu?
Ela - Gosto de dormir na diagonal da cama e de ocupar o colchão todo. Durmo mal se sinto alguém a mexer ao meu lado...
Eu - Podes sempre ter duas camas. Uma para ti, outra para ele.
Ela - O meu ex-marido dormia no chão.
Eu - E ele aceitava isso? Se tu é que estavas mal, ias tu para o chão.
Ela - Eu gosto de dormir na diagonal da cama, não na diagonal do chão.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
08 junho 2014
Restauração
Faltou-me o adesivo. Largo, de preferência, para tapar bem aquela boca. Toda a acção era precedida de uma pergunta. Pode ser aqui ou ali?…Quer assim ou assado?… Prefere frito ou cozido?… Gosta com molho ou sem?… Colocou-me na condição de cliente insatisfeita e compeliu-me a vestir e sair porta fora.
Não faltam na gíria sinónimos gastronómicos para as relações sexuais e contudo, estranho que se faça do acto em si uma prática de restauração e hotelaria, como se comprasse um serviço com direito a nome na factura e tudo.
07 junho 2014
Cachimbo com mulher nua atada a um cavalo a galope
Recipiente (fornilho) de cachimbo, em porcelana.
Peça que deverá ser dos anos 20 do Séc. XX, a partir de agora na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Peça que deverá ser dos anos 20 do Séc. XX, a partir de agora na minha colecção.
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