05 fevereiro 2010
Monumento à entrada da fábrica da CIMPOR em Souselas (Coimbra)
Digam lá que não é um enquadramento erótico...
04 fevereiro 2010
Sal @MissJoanaWell
Arte
Era uma puta delicada e triste, que seduzia com a sua delicada tristeza e com a sua triste delicadeza.
A encantadora puta, delicada e triste, conquistava com os seus gestos tímidos, com o sorriso que nunca se formava totalmente e com o seu ciciar sussurrado de gata delicada e triste apanhada nas malhas de um mundo maior do que ela e que a obrigava a ser puta, ainda que se mantivesse delicada e continuasse triste.
Depois, ainda que a princípio mostrasse um sorriso contrafeito, um sorriso falso, tão delicado e triste como ela, a puta abocanhava com inesperado fragor e entusiasmo, surpreendendo-os, e enquanto chupava e lambia sussurrava elogios inéditos e louvores excêntricos enquanto as mãos de pele suave se afadigavam vertiginosamente numa aceleração arrebatadora.
– Ah! – exclamavam os clientes, precocemente aliviados mas satisfeitos como se tivessem fodido. – Aaaah…
– Oh… – deixava escapar delicadamente a triste puta, visivelmente sentida e desconsolada por não ter sido fodida por tão brioso macho e por fim, preocupada por lhes manter a auto-estima e para lhes renovar a vaidade, aditava sorridente e entusiasmada, como se fosse coisa nunca vista: – Oh, meu querido… Mas que jacto! Que bombada!
E eles sorriam como adolescentes, cheios de brio e mania, orgulhosos do sorriso encantado da puta triste e delicada.
A encantadora puta, delicada e triste, conquistava com os seus gestos tímidos, com o sorriso que nunca se formava totalmente e com o seu ciciar sussurrado de gata delicada e triste apanhada nas malhas de um mundo maior do que ela e que a obrigava a ser puta, ainda que se mantivesse delicada e continuasse triste.
Depois, ainda que a princípio mostrasse um sorriso contrafeito, um sorriso falso, tão delicado e triste como ela, a puta abocanhava com inesperado fragor e entusiasmo, surpreendendo-os, e enquanto chupava e lambia sussurrava elogios inéditos e louvores excêntricos enquanto as mãos de pele suave se afadigavam vertiginosamente numa aceleração arrebatadora.
– Ah! – exclamavam os clientes, precocemente aliviados mas satisfeitos como se tivessem fodido. – Aaaah…
– Oh… – deixava escapar delicadamente a triste puta, visivelmente sentida e desconsolada por não ter sido fodida por tão brioso macho e por fim, preocupada por lhes manter a auto-estima e para lhes renovar a vaidade, aditava sorridente e entusiasmada, como se fosse coisa nunca vista: – Oh, meu querido… Mas que jacto! Que bombada!
E eles sorriam como adolescentes, cheios de brio e mania, orgulhosos do sorriso encantado da puta triste e delicada.
Liaison dangereuse - Sexiness for everyone
Anúncio de 2009 da casa alemã Liason Dangereuse para a Glow, em que uma mulher (Miriam Wimmer) gasta 40 segundos a arranjar a sua lingerie e a sua maquilhagem... antes de pôr a burqa.
03 fevereiro 2010
Sem sinal de ti
Espera que te diga aquilo a que me obriga a condição masculina, a iniciativa tem que ser minha (são tradições...) ou serei desacreditado e ficarei posto de lado na tua deliberação.
Espera que peça a tua mão para um beijo nas suas costas, o desejo que apostas existir no meu olhar que insiste em fugir para partes tuas que anseio ver tão nuas como a alma que (afinal não) expões.
Guarda para mim o que tens de mais precioso, para lá do corpo generoso, essa vontade de amar que te esforças por demonstrar pelos meios ao teu alcance e eu pareço só olhar de relance mas devoro com a ansiedade de quem aguarda cada sinal.
Torna-me indispensável, fundamental, nos teus dias e aproveita as alegrias que te dou e que compensam tudo aquilo que sou de menos positivo.
Espera que me torne mais activo neste caminho que precisamos percorrer, este tempo necessário para aprender o outro em toda a sua dimensão. Abre um pouco o coração e aligeira esses filtros que impedem de passar tudo aquilo que quero dar mas hesito por não confiar em mim enquanto capaz de ser assim como me precisas. Ou em ti, na tua capacidade de conviver com a verdade que me define, para lá do que se afirme nos esboços grosseiros que te permito espreitar.
Espera por mim num lugar onde nos saibas sossegados, para sentires os teus medos dissipados como vapor da transpiração, uma espécie de (sinais de) fumo dos corpos em ebulição que podemos soprar a dois. Deixa que fique para depois o acerto das agulhas, a devida arrumação desta informação que entulhas para mais tarde reciclares nessa estação de tratamento, esse teu filtro com que avalias os amores em cada tempo que te predispões a viver uma paixão.
Aceita o amor, essa emoção superior que te arrebata, não receies aquilo que escapa à tua atenção e que possa trair a intenção de defenderes com unhas e dentes os teus bastiões mais importantes contra traições e outras ameaças já experimentadas em tempos que são águas passadas e que se lavam com um beijo presente de um amor que seja amante no futuro também.
Espera que te trate sempre tão bem que me queiras, por inerência, com toda a certeza possível, afastado jamais do tempo que te reste viver.
Mas não presumas que espere eternamente sentado pela maior clareza, pela imprescindível coerência dos teus sinais que continuo sem perceber.
Espera que peça a tua mão para um beijo nas suas costas, o desejo que apostas existir no meu olhar que insiste em fugir para partes tuas que anseio ver tão nuas como a alma que (afinal não) expões.
Guarda para mim o que tens de mais precioso, para lá do corpo generoso, essa vontade de amar que te esforças por demonstrar pelos meios ao teu alcance e eu pareço só olhar de relance mas devoro com a ansiedade de quem aguarda cada sinal.
Torna-me indispensável, fundamental, nos teus dias e aproveita as alegrias que te dou e que compensam tudo aquilo que sou de menos positivo.
Espera que me torne mais activo neste caminho que precisamos percorrer, este tempo necessário para aprender o outro em toda a sua dimensão. Abre um pouco o coração e aligeira esses filtros que impedem de passar tudo aquilo que quero dar mas hesito por não confiar em mim enquanto capaz de ser assim como me precisas. Ou em ti, na tua capacidade de conviver com a verdade que me define, para lá do que se afirme nos esboços grosseiros que te permito espreitar.
Espera por mim num lugar onde nos saibas sossegados, para sentires os teus medos dissipados como vapor da transpiração, uma espécie de (sinais de) fumo dos corpos em ebulição que podemos soprar a dois. Deixa que fique para depois o acerto das agulhas, a devida arrumação desta informação que entulhas para mais tarde reciclares nessa estação de tratamento, esse teu filtro com que avalias os amores em cada tempo que te predispões a viver uma paixão.
Aceita o amor, essa emoção superior que te arrebata, não receies aquilo que escapa à tua atenção e que possa trair a intenção de defenderes com unhas e dentes os teus bastiões mais importantes contra traições e outras ameaças já experimentadas em tempos que são águas passadas e que se lavam com um beijo presente de um amor que seja amante no futuro também.
Espera que te trate sempre tão bem que me queiras, por inerência, com toda a certeza possível, afastado jamais do tempo que te reste viver.
Mas não presumas que espere eternamente sentado pela maior clareza, pela imprescindível coerência dos teus sinais que continuo sem perceber.
Estores et al.
Há alguns dias atrás tive de passar, por razões profissionais, por um local onde actualmente já raramente passo. Nem de propósito, porque tenho aqui em casa uma janela fixa que preciso mudar por uma móvel, e umas quantas fitas de estores para trocar porque estas, não sei bem porquê, estão a desfazer-se. Acontece que tenho muito boas referências da empresa de estores cujo contacto procurei fotografar. Tenho de ligar-lhes amanhã, para obter um orçamento. Estranhamente estava lá também a Irina Sheik. Paciência.
Madura
Tinha língua de leite
trajada de vermelho,
temperada de branco,
redemoinhos no cabelo;
eram restos do leito
e do turbilhão da noite
que via num espelho
pintado de solavanco
com dedadas do duelo,
um abstracto perfeito,
a pincel suado, já inerte.
Tinha olhos de leite,
e um deleite já velho,
maduro de tão franco
que o tempo manteve belo
mergulhado em leite quente;
ainda tinha pele de leite.
trajada de vermelho,
temperada de branco,
redemoinhos no cabelo;
eram restos do leito
e do turbilhão da noite
que via num espelho
pintado de solavanco
com dedadas do duelo,
um abstracto perfeito,
a pincel suado, já inerte.
Tinha olhos de leite,
e um deleite já velho,
maduro de tão franco
que o tempo manteve belo
mergulhado em leite quente;
ainda tinha pele de leite.
02 fevereiro 2010
Sorriso
Com o melhor sorriso,
cativante e sensual,
sou capaz de te dizer
o quanto te amo:
tanto que as palavras
ficam nos gemidos!
Com este lindo sorriso
(descoberto há pouco),
poderei abrir caminhos
ou deitar-me contigo
e receber algo em troca.
Que achas?
- Vale a pena sorrir
por uns minutos
de um prazer tão fingido?!
Foto e poesia de Paula Raposo
Na outra margem do meu silêncio
Na minha Alma recta, vergo
O espesso manto do silêncio
Venço o tempo que nos separa
Reconheço-te sem ver tuas feições
Exalo o grito abafado, amordaçado
Na minha boca ressequida de saudade
Reganho o cântico perdido na voz
Planto sonhos e fantasias
Entre sorrisos reflectidos, no olhar
De um mundo insuspeito e ardoroso
Compartilho o sentimento
Onde o amor volta a desabrochar
Por fim, grito de exultação
Vencida que foi a espera
Senhor de todas as razões
Rei das minhas ilusões
Mundo a preto e branco
Agora aberto em arco-íris
Deixa-me gemidos atravessados
A adornar a face nos cânticos ao mar
Canta o silêncio dentro de mim
Eco do meu coração, desenfreado
Afundo em vales de brandura
Na outra margem do meu silêncio
Maria Escritos – 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com
Onde é que eu já vi um anexo com uma colecção de arte erótica?!
Não é o anexo de minha casa mas é parecido. E o que está lá dentro também: neste caso, é onde o Museo Rafael Larco Herrera, em Lima, no Peru, tem a sua colecção de arte erótica pré-colombiana.
Na minha colecção tenho umas quarenta peças que são reproduções de peças desta região da América do Sul.
Nesta foto podem ver algumas delas:
Arte erótica pré-colombiana da minha colecção
Obrigada, Carla Portilho (brasileira, "professora de literatura, doutoranda de literatura comparada, viajante compulsiva") pela dica e pela foto do anexo do museu no seu artigo.
01 fevereiro 2010
Dispo-me...
Dispo-me; sei bem a tua história, um fragmento dela colado nas minhas costas, a língua em flor a desenhar-me pétalas no dorso - um beijo que lá ficou, caído, perdido, vermelho. Nítido como um cubo num circulo triangular. O nexo não pode falar, nem uma só palavra azul.
Dispo-me; sei bem os teus segredos - estavam nos ninhos entre os dedos das tuas mãos, o teu peito nas minhas costas, o meu peito nas tuas mãos - perdeste-os na minha pele; suaste-os, regados de paixão enraizaram no meu ventre, cresceram árvores.
Dispo-me; sei bem a tua nudez, esteve no meio de mim, bem dentro do meu corpo, nadou até à exaustão do meu mar - desmaiou na areia da minha praia, de boca salgada, de corpo ainda a ondular. O botão de rosa, largado no meio da jangada, abriu. Era o meu sexo.
Dispo-me; já nem bem sei quem tu és - mas sei quem és em mim - dispo-me para encontrar a tua história, para encontrar os teus segredos, para encontrar a tua nudez; aqui dentro encontro-te perdido - ramificado, ainda assim - dou-te a mão e estás aqui, no cheiro a cores suaves do meu pescoço, amor imperfeito, nova flor.
Dispo-me; sei bem os teus segredos - estavam nos ninhos entre os dedos das tuas mãos, o teu peito nas minhas costas, o meu peito nas tuas mãos - perdeste-os na minha pele; suaste-os, regados de paixão enraizaram no meu ventre, cresceram árvores.
Dispo-me; sei bem a tua nudez, esteve no meio de mim, bem dentro do meu corpo, nadou até à exaustão do meu mar - desmaiou na areia da minha praia, de boca salgada, de corpo ainda a ondular. O botão de rosa, largado no meio da jangada, abriu. Era o meu sexo.
Dispo-me; já nem bem sei quem tu és - mas sei quem és em mim - dispo-me para encontrar a tua história, para encontrar os teus segredos, para encontrar a tua nudez; aqui dentro encontro-te perdido - ramificado, ainda assim - dou-te a mão e estás aqui, no cheiro a cores suaves do meu pescoço, amor imperfeito, nova flor.
Ora bolas, FNAC!
"Na verdade, detectei isto na FNAC Coimbra mas certamente é um problema na base de dados de livros de todas as FNAC (excepto a FNAC on-line, onde o livro aparece bem).
Sou uma das autoras do livro «DiciOrdinário ilusTarado» que a FNAC tem à venda.
Desde que o livro foi publicado, no verão do ano passado, tive o alerta de várias pessoas que procuravam pelo meu livro numa das lojas FNAC mas que não o encontravam. Pensava que era um problema de localização... e recomendava-lhes que perguntassem pelo livro a um funcionário. E alguns respondiam-me que tinham feito isso... e diziam que não tinham.
Hoje, na FNAC de Coimbra, perguntei pelo livro. A funcionária foi pesquisar à base de dados e não o encontrou. Disse-lhe que isso seria impossível e pedi-lhe para ver na FNAC on-line. Lá estava o livro. Quando ela viu a imagem da capa, reconheceu-o e confirmou que o tinham mas que estava esgotado na loja. Voltou à base de dados e localizou-o, finalmente, pelo ISBN.
Conclusão: o livro está registado na vossa base de dados como «Dicionário ilusTarado»!
Com este erro, estou certa que perdemos todos: a FNAC, os autores e os potenciais compradores, pois ficaram exemplares por vender, em todo o país, por não serem pesquisáveis na vossa base de dados.
Podem corrigir isso com a máxima brevidade?
Cumprimentos,
São Rosas"
É claro que a maltinha pode continuar a comprá-lo aqui (com dedicatória minha e com portes gratuitos para envios em correio normal).
Sou uma das autoras do livro «DiciOrdinário ilusTarado» que a FNAC tem à venda.
Desde que o livro foi publicado, no verão do ano passado, tive o alerta de várias pessoas que procuravam pelo meu livro numa das lojas FNAC mas que não o encontravam. Pensava que era um problema de localização... e recomendava-lhes que perguntassem pelo livro a um funcionário. E alguns respondiam-me que tinham feito isso... e diziam que não tinham.
Hoje, na FNAC de Coimbra, perguntei pelo livro. A funcionária foi pesquisar à base de dados e não o encontrou. Disse-lhe que isso seria impossível e pedi-lhe para ver na FNAC on-line. Lá estava o livro. Quando ela viu a imagem da capa, reconheceu-o e confirmou que o tinham mas que estava esgotado na loja. Voltou à base de dados e localizou-o, finalmente, pelo ISBN.
Conclusão: o livro está registado na vossa base de dados como «Dicionário ilusTarado»!
Com este erro, estou certa que perdemos todos: a FNAC, os autores e os potenciais compradores, pois ficaram exemplares por vender, em todo o país, por não serem pesquisáveis na vossa base de dados.
Podem corrigir isso com a máxima brevidade?
Cumprimentos,
São Rosas"
É claro que a maltinha pode continuar a comprá-lo aqui (com dedicatória minha e com portes gratuitos para envios em correio normal).
O Bruno Aleixo a falar no rádio
O pai do Busto revela o que o filho levava para a casa de banho quando era puto.
O Aleixo desvirtua um pouco a história... para lhe dar mais piada.
Aleixo FM na Antena 3
O Aleixo desvirtua um pouco a história... para lhe dar mais piada.
Aleixo FM na Antena 3
31 janeiro 2010
Os de 60
Com esse (sempre) ar ingénuo
pensas dizer-me o quê?!
- Que é monótono estar aqui,
que te cansaste (subitamente),
ou talvez me queiras dizer:
- quanto mais envelheces
melhor estás, em todos os sentidos...
Afinal queres o quê?!
- Ahhhh
julgo perceber:
tens quase 60 anos.
Eu não consigo acompanhar-te:
cheia de artrose (aos 55),
de algumas (outras) falhas físicas;
não te inibas, fala à vontade,
estás óptimo, lindo e maravilhoso,
e as meninas de 30 adoram-te!
- Então? O que esperas?! Vai em frente,
não hesites.
Dispenso-te. Para sempre.
- Que alívio!
Foto e poesia de Paula Raposo
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