02 fevereiro 2010

Na outra margem do meu silêncio


Na minha Alma recta, vergo
O espesso manto do silêncio
Venço o tempo que nos separa
Reconheço-te sem ver tuas feições

Exalo o grito abafado, amordaçado
Na minha boca ressequida de saudade
Reganho o cântico perdido na voz
Planto sonhos e fantasias

Entre sorrisos reflectidos, no olhar
De um mundo insuspeito e ardoroso
Compartilho o sentimento
Onde o amor volta a desabrochar

Por fim, grito de exultação
Vencida que foi a espera
Senhor de todas as razões
Rei das minhas ilusões

Mundo a preto e branco
Agora aberto em arco-íris
Deixa-me gemidos atravessados
A adornar a face nos cânticos ao mar

Canta o silêncio dentro de mim
Eco do meu coração, desenfreado
Afundo em vales de brandura
Na outra margem do meu silêncio


Maria Escritos – 2010
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http://escritosepoesia.blogspot.com

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