Qual é a solução preconizada pelas irmãs Doutoras Marcia Douglass e Lisa Douglass?
"A minha irmã e eu criámos uma nova palavra para os genitais femininos - cligeva, para clítoris, ponto G e vagina".
Porquê? Porque "não existe nenhuma palavra que abarque todas as partes".
Mostram isto tudo no livro "The Sex You Want".
E dizem mais:
"Homens e mulheres partilham as mesmas partes (sim, os homens também têm clítoris). Por isso a cligeva é, essencialmente, um pénis virado para dentro".
Como bem perguntou Graham Greene, "para que é que Deus nos deu os genitais se queria que nós pensássemos de forma clara?"
10 dezembro 2003
Cultura... para bom Observador
Julgam que é só em Portugal que há trocas de videos?
Pois na Alemanha, um padre quis distribuir pelos seus paroquianos 300 videos sobre a vida de Cristo. Mas os paroquianos receberam, por lapso da empresa fornecedora, um filme pornográfico.
E houve polémica, como em Portugal? Não! O padre garante que todas as cópias foram recuperadas e continua interessado na campanha da divulgação da vida de Cristo:
"é um sucesso enorme!"
Saibam mais detalhes da notícia, pela Reuters.
Pois na Alemanha, um padre quis distribuir pelos seus paroquianos 300 videos sobre a vida de Cristo. Mas os paroquianos receberam, por lapso da empresa fornecedora, um filme pornográfico.
E houve polémica, como em Portugal? Não! O padre garante que todas as cópias foram recuperadas e continua interessado na campanha da divulgação da vida de Cristo:
"é um sucesso enorme!"
Saibam mais detalhes da notícia, pela Reuters.
09 dezembro 2003
Mais um passeio
Primeiro, apreciem homens em fatos de banho de senhora. Gostam? Depende da perspectiva. Mas há quem goste de inovar mais ainda nos fatos de banho.
O que se faz a uma garrafa de dois litros vazia? Mete-se no vidrão (ficheiro zip).
E acreditem, que não são histórias de caçadores. Mas que há ali uma mão a mais, há...
Antes de irem embora, façam uma boa acção: usem as várias teclas do computador para o Richie se poder coçar.
O que se faz a uma garrafa de dois litros vazia? Mete-se no vidrão (ficheiro zip).
E acreditem, que não são histórias de caçadores. Mas que há ali uma mão a mais, há...
Antes de irem embora, façam uma boa acção: usem as várias teclas do computador para o Richie se poder coçar.
Poesia para os Gregos do Erotismo
Cantiga de Maldizer - Afonso Eanes de Coton
Marinha, o teu folgar
tenho eu por desacertado
e ando maravilhado
de te não ver rebentar
pois tapo com esta minha
boca, a tua boca, Marinha
e com este nariz meu
tapo eu, Marinha, o teu
com as mãos tapo as orelhas
os olhos e as sobrancelhas
tapo-te ao primeiro sono
com a minha piça o teu cono
e como o não faz nenhum
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?
Marinha, o teu folgar
tenho eu por desacertado
e ando maravilhado
de te não ver rebentar
pois tapo com esta minha
boca, a tua boca, Marinha
e com este nariz meu
tapo eu, Marinha, o teu
com as mãos tapo as orelhas
os olhos e as sobrancelhas
tapo-te ao primeiro sono
com a minha piça o teu cono
e como o não faz nenhum
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?
Poesia para os Troianos do Erotismo
A uma mulher amada - Safo
Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.
Sinto um fogo subtil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.
Uma nuvem confusa enevoa-me o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frémito abala-me... eu quase morro ... eu tremo.
Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.
Sinto um fogo subtil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.
Uma nuvem confusa enevoa-me o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frémito abala-me... eu quase morro ... eu tremo.
08 dezembro 2003
Notícia de Penúltima Hora
Segundo fontes geralmente muito bem informadas (isto é, a Gotinha), o Ministro da Defesa, Paulo Portas, terá ido fazer uma visita surpresa - como fez o Bush - às tropas da GNR que estão no Iraque.
Como é habitual nestas ocasiões, as tropas fizeram apresentar armas. Se foi assim ou não foi, não sei. Mas que o fotógrafo estava lá, ai isso estava...
Enquanto isso, era um dia banal na Costa da Caparica.
Como é habitual nestas ocasiões, as tropas fizeram apresentar armas. Se foi assim ou não foi, não sei. Mas que o fotógrafo estava lá, ai isso estava...
Enquanto isso, era um dia banal na Costa da Caparica.
07 dezembro 2003
A Torre de Babel ou a porra do Soriano - Guerra Junqueiro
Eu canto do Soriano o singular mangalho!
Empresa colossal! Ciclópico trabalho!
Para o cantar inteiro e para o cantar bem
precisava viver como Matusalém
Dez séculos!
Enfim, nesta pobreza métrica
cantemos essa porra, porra quilométrica,
donde pendem colhões que ideia vaga
das nádegas brutais do Arcebispo de Braga.
Sim, cantemos a porra, o caralho iracundo
que, antes de nervo cru, já foi eixo do Mundo!
Mastro de Leviathan! Iminência revel!
Estando murcho foi a Torre de Babel
Caralho singular! É contemplá-lo
É vê-lo teso!
Atravessaria o quê?
O sete estrelo!!
Em Tebas, em Paris, em Lagos, em Gomorra
juro que ninguém viu tão formidável porra
É uma porra, arquiporra!
É um caralhão atroz
que se lhe podem dar trinta ou quarenta nós
e, ainda assim, fica o caralho preciso
para foder a Terra, Eva no Paraíso!!
É uma porra infinita, é um caralho insone
que nas roscas outrora estrangulou Laoccoonte.
Oh, caralho imortal! Oh, glória destes lusos!
Tu podias suprir todos os parafusos
que espremem com vigor os cachos do Alto Douro!
Onde é que há um abismo, onde há um sorvedouro
que assim possa conter esta porra do diabo?!
O Marquês de Valadas em vão mostra o rabo,
em vão mostra o fundo o pavoroso Oceano!
- Nada, nada contém a porra do Soriano!!
Quando morrer, Senhor, que extraordinária cova,
que baínha, meu Deus, para esta porra nova,
esta porra infeliz, esta porra precita,
judia errante atrás duma crica infinita??
- Uma fenda do globo, um sorvedouro ignoto
que lhe dá de abrir talvez um dia um terramoto
para que desague, esta porra medonha,
em grossos borbotões de clerical langolha!!!
A porra do Soriano, é um infinito assunto!
Se ela está em Lisboa ou em Coimbra, pergunto?
Onde é que ela começa?
Onde é que ela termina
essa porra, que estando em Braga, está na China,
porra que corre mais que o próprio pensamento
que porra de pardal e porra de jumento??
Porra!
Mil vezes porra!
Porra de bruto
que é capaz de foder o Cosmos num minuto!
Empresa colossal! Ciclópico trabalho!
Para o cantar inteiro e para o cantar bem
precisava viver como Matusalém
Dez séculos!
Enfim, nesta pobreza métrica
cantemos essa porra, porra quilométrica,
donde pendem colhões que ideia vaga
das nádegas brutais do Arcebispo de Braga.
Sim, cantemos a porra, o caralho iracundo
que, antes de nervo cru, já foi eixo do Mundo!
Mastro de Leviathan! Iminência revel!
Estando murcho foi a Torre de Babel
Caralho singular! É contemplá-lo
É vê-lo teso!
Atravessaria o quê?
O sete estrelo!!
Em Tebas, em Paris, em Lagos, em Gomorra
juro que ninguém viu tão formidável porra
É uma porra, arquiporra!
É um caralhão atroz
que se lhe podem dar trinta ou quarenta nós
e, ainda assim, fica o caralho preciso
para foder a Terra, Eva no Paraíso!!
É uma porra infinita, é um caralho insone
que nas roscas outrora estrangulou Laoccoonte.
Oh, caralho imortal! Oh, glória destes lusos!
Tu podias suprir todos os parafusos
que espremem com vigor os cachos do Alto Douro!
Onde é que há um abismo, onde há um sorvedouro
que assim possa conter esta porra do diabo?!
O Marquês de Valadas em vão mostra o rabo,
em vão mostra o fundo o pavoroso Oceano!
- Nada, nada contém a porra do Soriano!!
Quando morrer, Senhor, que extraordinária cova,
que baínha, meu Deus, para esta porra nova,
esta porra infeliz, esta porra precita,
judia errante atrás duma crica infinita??
- Uma fenda do globo, um sorvedouro ignoto
que lhe dá de abrir talvez um dia um terramoto
para que desague, esta porra medonha,
em grossos borbotões de clerical langolha!!!
A porra do Soriano, é um infinito assunto!
Se ela está em Lisboa ou em Coimbra, pergunto?
Onde é que ela começa?
Onde é que ela termina
essa porra, que estando em Braga, está na China,
porra que corre mais que o próprio pensamento
que porra de pardal e porra de jumento??
Porra!
Mil vezes porra!
Porra de bruto
que é capaz de foder o Cosmos num minuto!
06 dezembro 2003
Mais uma voltinha pela Internet
Como o Isso Agora... vai a New York, aqui vai uma dica amiga (recomendo especialmente o clube Lava Gina). Ai, quem me dera que também me fizessem festas na grande maçã...
Como não posso ir, contento-me a ler o "Divã da Loura", uma espécie de Cartas da Maria, com menos piada mas com melhores ideias, como a da banana flambé (meninos, cuidado).
Ainda para o Isso Agora... levar para a viagem, sardinhas em lata (quem é amiga, quem é?).
Quem pode, pode... quem não pode, imagina...
E, para terminar em força, um video para quem pensa que já viu de tudo: até as bolas!...
Como não posso ir, contento-me a ler o "Divã da Loura", uma espécie de Cartas da Maria, com menos piada mas com melhores ideias, como a da banana flambé (meninos, cuidado).
Ainda para o Isso Agora... levar para a viagem, sardinhas em lata (quem é amiga, quem é?).
Quem pode, pode... quem não pode, imagina...
E, para terminar em força, um video para quem pensa que já viu de tudo: até as bolas!...
04 dezembro 2003
Vejam lá se estes anúncios não são um mimo
A pedido de 3.209 visitantes, estas imagens de anúncios serão acessíveis clicando nestes bigodes portugueses, porque há quem não tenha ADSL e blá blá blá:
Este é para as meninas se babarem
Quem dá jóias dá tusa
Venham-se daí... esses comentários.
Este é para as meninas se babarem
Quem dá jóias dá tusa
Venham-se daí... esses comentários.
03 dezembro 2003
Pagu - Rita Lee / Zélia Duncan
Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na carveira
Sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra-louca, tudo bem
Minha mãe é Maria-Ninguém
Não sou atriz-modelo-dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Só quem já morreu na carveira
Sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra-louca, tudo bem
Minha mãe é Maria-Ninguém
Não sou atriz-modelo-dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Texto de Heloneida Stuart
"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os dois irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.
Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou «vestígios himenais dilacerados», e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente esqueceu, morrendo tuberculosa.
Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres. Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte-americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.
Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estrupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico,como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.
As mulheres detestam o sangue, porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que imporão um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e doçura de seus corações.
Heloneida Stuart (jornalista/cronista)
Jornal do Brasil - 06/02/2001"
Leram bem, meninos?
Muitos beijinhos para M P, que por e-mail me esclareceu a autoria real deste texto. De facto, só a citação final era da Rita Lee (entretanto, encontrei a letra completa de onde foi retirada essa citação e penso que vale a pena transcrevê-la noutro post).
Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou «vestígios himenais dilacerados», e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente esqueceu, morrendo tuberculosa.
Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres. Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte-americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.
Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estrupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico,como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.
As mulheres detestam o sangue, porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que imporão um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e doçura de seus corações.
Heloneida Stuart (jornalista/cronista)
Jornal do Brasil - 06/02/2001"
Leram bem, meninos?
Muitos beijinhos para M P, que por e-mail me esclareceu a autoria real deste texto. De facto, só a citação final era da Rita Lee (entretanto, encontrei a letra completa de onde foi retirada essa citação e penso que vale a pena transcrevê-la noutro post).
Subscrever:
Mensagens (Atom)