01 setembro 2004

A Arca da Shivaree - edição especial Dildos

Ó Zé, tu és mesmo torcido!...Um dia perguntei ao meu irmão o que era um dildo, e ele disse-me que era uma espécie de batuta mas que servia para tocar outro tipo de instrumentos. À noite escrevi no meu diário que sonhava com o dia em que visse um desses objectos místicos à minha frente, e sempre esperei que todo o mundo soubesse partilhar o meu fascínio pelos dildos.

Hoje de manhã acordei e finalmente o meu sonho realizou-se : everyone knows...it's dildo! (*)(*)

Shivaree

(*)(*) se não conseguem visualizar o video no meio de tanta publicidade, experimentem aqui (precisam ter instalado o Quick Time)

Beliscão de perdição

.Vem até mim
Aparece por trás, silenciosamente,
Tapa-me os olhos
Beija-me o pescoço até eu suspirar
Morde-me os músculos até eu ganir
Prende-me as mãos atrás das costas
E rasga-me a blusa, sobe-me a saia
Lambe-me, arranha-me, desliza com força as mãos
Pela espinha, pelo rabo
Puxa-me os cabelos
Afasta-me as pernas
E penetra-me até eu guinchar
Até eu ter a certeza que estás aqui

Leituras de verão - 5

No livro «Le Honteux et le Sacré - Grammaire de l'érotisme divin» (Éditions Albin Michel), Odon Vallet analisa pares de palavras com sentidos diferentes mas que têm a mesma origem, como venerável/venéreo, circuncisão/decisão, são/santo, violação/virtude, mãe/matéria, testamento/testículo, castidade/castigo,...
Destaco algo que me fez pensar: "a mistura de sexo com dinheiro era chamada pelos Gregos porneia (de onde vem o nosso «porno»), isto é, «exportação», uma palavra tanto usada para o escravo vendido como para o político que se deixa comprar ou a mulher que aluga o seu corpo."
Bem faríamos em regressar às origens quando nos preocupa saber distinguir o que é erótico do que é pornográfico...

Um café

Pousou a mala na cadeira ao lado. Abriu o jornal que trazia na mão.
Levantou um dedo para pedir um café.
Desdobrou o jornal e leu os títulos da 1ª página enquanto acendia um cigarro.

Olhou à volta, o café não estava muito cheio, só umas 4 mesas ocupadas.
Um homem sentado numa dessas mesas apanhou-lhe o olhar.
Incomodada como se tivesse sido apanhada em falta, baixou rapidamente os olhos.
Tentou concentrar-se no jornal.
Sentia o olhar do homem em si, mirando-a demoradamente.
Não a olhava de uma forma vulgar ou ordinária mas sim contemplativo, lânguido.

O peso daqueles olhos fê-la levantar os dela. Ele esboçou um sorriso.
Ela viu a ponta da lingua dele percorrer os lábios, humedecê-los devagar.
Viu quando ele levou 2 dedos aos lábios e os lambeu semicerrando os olhos.

Ficou presa naquela mão que naquele momento descia e procurava o bolso das calças.
Seguiu-a quando entrou no bolso, quando ele entreabriu as pernas.
E quando o contorno da mão dele tocando o sexo se tornou perceptível sentiu a humidade nela.

A cadeira era uma âncora que a amarrava àquele momento.
Ela, espectadora e inspiradora.

A mão mexia-se em movimentos só visíveis nas rugas e no volume sob o tecido fino das calças.
De repente ele parou.

Ela aguardou ainda uns segundos.
A mão saiu do bolso. Ele tirou um cigarro do maço e pareceu procurar o isqueiro.
Enquanto ela o olhava interrogativamente ele levantou-se.
Aproximou-se dela. Perguntou:
Tem lume?

Texto de
(para darem lume, visitem o blog)

31 agosto 2004

A funda São induca e instrói

a chupar o dedo do pé

Amor de Lobos - por Quim Nogueira

"... o seu corpo ofegou e o instinto animal veio ao de cima e, no mesmo momento em que lambia todo aquele mar ele, num último uivo lancinante de prazer, espalhou sobre ela todo o fruto do seu amor... então os corpos misturaram-se e apenas se divisava um casal de lobos fazendo amor... os seus corpos não conseguiam parar e num espasmo final ela transformou-se em maresia, como que alva espuma misturada com o fluido dele..."

Cliquem aqui para lerem tudo... tudo...


quimnogueira
Lobices

30 agosto 2004

Nem tudo o que nos fode é erótico!

Se o Governo português queria abortar a vinda do navio Borndiep a Portugal, não devia fazê-lo com base num aborto de argumento [pondo em causa, com uma fundamentação muito questionável, a legalidade desta campanha].
Será utópico esperar que a hipocrisia da classe política termine? Que se deixe de fazer «debaixo dos panos» o que deveria ser assumido e acompanhado pelo Estado como um problema de saúde pública [aliás, tal como acontece com a prostituição]?
Acompanhem aqui a evolução dos acontecimentos:

Women on Waves
31 de Agosto - novidades
Abaixo-assinado - protesto ao Governo
2 de Setembro - a coligação mostra-se desligada

Até o OrCa sai do sério e ode sem rimar:

1. Não chamem "barco do aborto" à embarcação das Women on Waves, que isso já é meio caminho andado para a estupidificação nacional;

2. E não chamaria homossexuais a alguns mentores desta vergonhosa proibição, digna do Santo Ofício... Chamava-lhes mesmo era paneleiros, que a indigna atitude não merece pompas;

3. Ninguém é a favor do aborto! Isso é outra estupidez e distorção de juízos. E a atitude deve ser sustentada exclusivamente pela consciência individual. Ninguém pode estar na pele de ninguém, ainda para mais numa matéria deste tipo.

Cheirinho de Sexo

Dois primos caminhavam pelos campos da aldeia quando viram um cavalo com uma égua em pleno acto e a prima perguntou:
- Primo, o que é aquilo?

E o primo explica:
- Eles estão a acasalar: a égua está no cio e o cavalo percebeu isso.
E a prima pergunta:
- Mas como é que o cavalo sabe que ela está no cio?
Ele respondeu:
- É que o cavalo sentiu o cheiro da égua no cio.

Continuaram o seu passeio e encontraram um bode com a cabra, e a prima perguntou novamente e o primo deu a mesma resposta. Mais à frente um boi com uma vaca e ela perguntou outra vez e ele deu a mesma resposta sobre o cheiro da vaca no cio. Então, a prima perguntou :
- Ó primo, se eu te perguntar uma coisa prometes que não vais ficar chateado comigo?

Ele disse:
-Claro que não, podes perguntar.
Ela perguntou:
- Tu estás com o nariz entupido?

Cartas de Amor, por AdamastoR

É de consciência pesada que te escrevo desta vez, minha querida e amada São Rosas.

Eu prometi satisfazer-te sempre, mas não tenho cumprido. Tenho comprido, isso sim, e acalmo-te as ânsias molhadas com o meu monstro horrendo, mas não posso estar presente sempre que tens vontades quentes [tu és insaciável, bolas!].

Os normais vibradores não passam de dedos mindinhos para ti, os outros homens são meras lambidelas de gelado de água... e eu penitencio-me por te levar a esta insatisfação.

Depois de muito pensar, contactei alguns arTesãos [cientistas, designers, engenhocas, arquitectos, taxistas] para que inventassem alguma máquina de satisfação sexual que, realmente, pudesse satisfazer-te proFundamente.

Vê se há, pelo menos uma, que te faça aguentar até à minha próxima visita.

Continuam a sair coisas da arca da Shivaree

Há-de chegar o Outono e ninguém me desentala...Uma coisa é falar em sexo com melancias, outra é ver um manual piço a piço... digo, passo a passo...
... aquilo é um nariz de palhaço?...
... (re)apreciem as pin-ups de Gil Elvgren...
... há notícias que nos deixam sem palavras...
... lembram-se daquele rapaz que foi a correr pelo campo na final do Euro 2004, desconcentrou os portugueses e por isso perdemos? Pois há quem se dedique a essa «arte», mas nu. Vejam uma página especializada no assunto...
... os homens só pensam com uma cabeça de cada vez e depois dá nisto (flash)...
... a Ashley Judd levou este vestido aos Óscares. É impressão nossa ou o vestido é demasiado revelador?...

29 agosto 2004

Onde pára o sindicato?

Frases pós-orgasmo

A frase optimista:
Vais-me telefonar outra vez, não vais?

A frase adolescente:
Veste-te, os meus pais estão a chegar!

A frase literária:
Cuidado, assim vais acabar por molhar esses papéis;

A frase higiénica:
Passa-me um kleenex, por favor;

A frase de pânico:
Vieste lá dentro?

A frase paranóica:
Confere o preservativo;

A frase dorida:
Sopra, que está a arder;

A frase tardia:
Ai, acho que estou no período fértil;

A frase tonta:
E agora, o que vais pensar de mim?

A frase púdica:
Não olhes para mim até eu me vestir;

A frase farsante:
Nunca me tinha sentido tão bem;

A frase mentirosa:
És o primeiro!

A frase insatisfeita:
Vamos dar mais uma?

A frase oral:
Gostaste do sabor?

A frase de noivado:
Veste-te rápido que já é tarde, vão zangar-se comigo!

A frase marital:
Até amanhã;

A frase financeira:
São 25 contos.

Shivaree

A Espectacológica acrescenta...

Frase "Manda uma (pelo menos)":
Esta será a primeira de muitas, espero...

Frase optimista:
Amanhã há mais...

Frase original:
Escreve e... goza!

O Ocasional propõe...

Frase rapidinha:
Já vais?

... curiosa:
Amanhã trabalhas?

... ocasional:
Aproveita hoje, que nos próximos 5 dias é só cabidela e tu não gostas!...

... pontual:
nem te chegues aos cortinados!

28 agosto 2004

Leituras de verão - 4


«Origem do Mundo» - Gustave Courbet
(...) o sexo das mulheres é bem maior do que o dos homens e, nesse aspecto, representa o pleno e eles são o vazio.
(...) Nunca acabamos de pagar o preço deste seu amor. Esses conhecem o abismo irrecuperável do meio das pernas. É a caverna deles e todos desejam ser os quarenta ladrões num só.
(...) E quando olha diz que não somos nada quando comparadas a ele, que traz aquele dardo não excisado.
(...) é por isso que se amam entre eles, que possuem essa espécie de atracção irreprimível, pois assim se confortam e nisso podemos ver, de facto, uma espécie de fragilidade. Portanto, também podemos entender por que estão tão preocupados com eles próprios, por causa dessa fragilidade que espera ressuscitar o caos primevo, aquele de onde jorra a luz se tivermos a paciência de suportar a dor das trevas, que parece eterna.
(...) - Só os rapazes sabem chupar os homens? - murmurei, pois isso já o meu namorado me dissera.
(...) Portanto, eles, cuja virilidade imperativa é, por princípio, vitoriosa, sabem obscuramente que não podem satisfazer esta expectativa qualquer que seja o seu amor ou o seu ódio, tal como os seus sexos não podem preencher o sexo da mulher, feito para a dilação da criação.
Nenhum membro pode pretender alcançar o tamanho do filho que engendra.

Catherine Breillat
«Pornocracia»
Edição: Editorial Teorema