22 julho 2005

Razões de uma ausência.

Desde que descobri uma forma inovadora de reciclar frascos de plástico, dando-lhes outra utilidade depois de vazios, que ando muito ocupado. Ocupado demais até para blogar. Sei que me vão perdoar pelo abandono a que vos condenei mas valores mais altos levantaram-se. Quer dizer, não são assim tão altos... mas o tamanho não importa, desde que se saiba o que fazer com... os valores. Bom, entretanto deixo aqui uma sugestão para as meninas usarem na praia.
Fiquem bem.

A compra mais recente para a minha colecção...

... foi feita por encomenda.
Baseia-se no artesãonato alentejano de pintura em pratos de barro, com desenhos adaptados por mim:

Se queres ver os pratos ampliados, crica aqui:
O alentejano e a ovelha
O alentejano e a mula
O alentejano entretido
O alentejano e a ceifeira

Dança do ventre

Tal qual como nos westerns, ele ostentava a barba por fazer numa cara tisnada do sol. Uns olhos penetrantes, azulados como a água. As formas proporcionadas e simétricas de modo que São, só te posso dizer que era tão lindo que até doía!...
Bastas vezes eu assumia o papel de moura encantada e encostava o meu ventre ao dele, escutando o som das suas frases, tocadas palavra a palavra. Todas as imperfeições da carne, desde o sinal escuro e inestético à meia dúzia de pêlos no peito se dissolviam na ânsia de o sentir a medrar dentro de mim. E apertá-lo, porra!... Deixar a minha vagina pulsar nele compulsivamente até àquela parte em que o fazia involuntariamente por uns segundos e esmorecia.
Um dia, na casa caiada da planície despovoada, de filete azulinho nas janelas, chegou-se a mim e beijou-me tão fundamente que juro que pensei estar a engoli-lo esófago abaixo como se fora um pastel de nata triturado em saliva. Depois, com os braços esticados e as mãos atachadas nos meus ombros, envolto no dramatismo de Humphrey Bogart em Casablanca, desferiu um Toma conta disto! e abalou.
Da costa vicentina saiu o seu barco direitinho aos reinos algarvios. O bimotor de outro aventureiro voou para o topo da costa africana e voltou carregadinho de matéria prensada, ensacada em sarapilheira. Só que a polícia não dorme Sãozinha e foi logo acordá-los depois de transferirem a carga para o barco e antes de largar ferro.

21 julho 2005

A racha da polémica

A polémica que este rabo causou. Primeiro foi a Mad, que o achou "uma coisa horrorosa", já que "aquele rabo e aquela... coisa... não são normais. Parece carne a mais...".
E, de facto, é demasiado rachada.
O Nikonman questionou: "Rachada?! Em que sentido?". Norte-Sul, é evidente!
O OrCa desempata odes, "a propósito da extensa e abrangente fenda divisada no posterior da donzela e dos dias difíceis que vamos vivendo como se p(h)ode, com IVA a 21%:
mas que povo tão benzido
que delícia de cachopas
perturbadas sem motivo
ao ver um tal ás de copas

na volta tal rachadela
como o Suez tem canal
mais não é do que ter ela
aberto uma sucursal

pois que a vida está difícil
p'ra encaixar as merdas todas
rachada assim é mais fácil
de levar todas as fodas

talvez ela bem acerte
ao abrir assim o pinto
cá por mim por mais que aperte
mais enrabado me sinto..."

O Vizinho ficou tão impressionado que também ode:
Fiquei parvo, estupefacto
Incrédulo, boquiaberto
Sofreu-me o nariz impacto
Por querer ver mais de perto

Qual sonho, qual carapuça
Aquilo não é miragem
Dentro daquela chamuça
Já se fez muita viagem

Que trincheira tão comprida
Que exagero de bordedo
Mesmo sendo homem da vida
Reconheço, tive medo!

No que a Mad foi reparar. Até o Axpegix ode:
Algo ali aconateceu
O que foi, não sei explicar
Sei que as bordas estão inchadas
Parece que vai rebentar!

Mas isso não é problema
O inchaço vai passar
Só espero que isto tudo
Não me impeça de lá entrar!

Até já estou com fomeca
De pensar em tal jantar
E mesmo com carne a mais
Não sei se irá sobrar...

Mas não é por acaso que o OrCa é The Big Ode:
não é por fazer questão
de ter o último dito
mas não encontro razão
para tanto ar aflito

a borda é algo de instável
inche e encolha ou aumente
'inda hoje solo arável
amanhã vai na corrente

e com a seca que lavra
- seio-o e eu, sabe-lo tu -
te digo numa palavra:
vai aquele borda ao cu...

Arte Vaginal

Li um post sobre arte no Bosque da Robina e acho que fica a matar aqui na Funda São. Não concordam?!
"A artista agradece e explica como é que faz as suas "obras de arte". Se julgavas que pintar com os pés ou com a boca era um acto de génio... Mata lá a tua curiosidade,
aqui"



As décadas do Amor, por moStrenGo adamastoR

Ainda que rigoroso - austero até, noutras matérias - o meu pai nunca teve em relação ao sexo uma atitude de falso-moralismo ou castração. Apreciador de Russ Meyer, sempre me respondeu com clareza às perguntas difíceis da puberdade [tudo o que não consegui deduzir das Ginas e das gabarolices dos colegas do liceu] e nunca me vedou o acesso a todo o tipo de informação sobre essa matéria tão importante.

Não é por isso surpresa que, em vez de regalar os olhos com filmes leves como Emanuelle, eu tivesse acesso a coisas como Atrás da Porta Verde e Garganta Funda, para regalo de todos meus amigos.

Só me faltou arranjar um destes belos posters, para encher de manchas.


O Dupont (do blog Vilacondense) ensina-me

20 julho 2005

Overdose



O poeta evacuou o poema.
Consumiu ao almoço Ary e Pessoa
Florbela, Sophia e Eugénio
Gomes Ferreira e Jorge de Sena
E as palavras ficaram pesadas
Excessivas, demasiadas
Enroladas no estômago
Perturbando poeta, dia e digestão.
O poeta ficou prostrado
Com a overdose de poesia.
Só por volta das seis
Evacuou poetas e poemas
E livre de palavras
Descansou.

Foto:Victor Ivanovski

O OrCa ode à Encandescente e restante "família", circulando quadrangular por uma refeição diferente, tipo sopa dos pobres, rimando...

quando se come um poeta
daqueles que muito apetecem
há que morder letra a letra
pois só assim acontecem

e depois regá-lo bem
com casta pura e sonhada
dando-o sem olhar a quem
que a poesia é bem dada

e enquanto se mastiga
com volúpia algum poema
há que sentir-lhe a cantiga
para que nos valha a pena

pois quem não gostar não coma
e quem não comer jejue
que nada tem mais aroma
do que o poema insinue

por fim um arroto breve
a contragosto soltado
dirá que o poeta é leve
quem o comeu consolado

FodoGrafia do Dia



(via Farinha Amparo)

Adivinha São

A lapiseira saiu à noite com 2 lápis: o lápis rico e o lápis pobre.
Passado um tempo descobriu-se que estava grávida.
Quem foi o culpado? O lápis rico ou o lápis pobre?

Vê aqui a solu São.

(o Vizinho achou que era o rico porque o lápis pobre já nem dá para afiar...)

Este blog não é uma democracia, mas...

Garfiar, só me apetece - 17

31 de Novembro

Ainda estou para perceber porque fui jantar com a gaja.
Conversas lamechas e saudades de tudo e de nada.
Estava a jantar e só via era a empregada do balcão: fazia-me lembrar uma brasileira do Sexxy.
Não ouvi metade das conversas mas fui concordando com tudo, principalmente, com as metades que não ouvi.
Tenho de voltar ao restaurante e sentar-me ao balcão. Que luxo.

Garfanho