12 novembro 2005

ponham lá um pouco de mar nisso...

I
dá-me tudo quanto anseio
esse tudo que é tão pouco
quase nada
- sentindo tão macio esse teu seio -
um olhar ao nascer de uma alvorada
- abres para mim as coxas que torneio -
fundeando esta nau numa enseada

II
vem liberta
mar de seda dos cabelos
vento alíseo
areal entre os meus dedos
enfuna ao de leve o meu velame
e eu singro corpo afora nos gemidos
que soltamos em lamentos de cordame

III
já a âncora de ti se desprendeu
na estridência acre das correntes
e descai num enleio de sargaço
deslizante pelo corpo tais serpentes
evanescente o abraço
tão humano
que me atrai já tão livre e tão dolente
ao azul mais profundo do oceano

IV
aproo ao teu ventre
navegante
e o corpo de tormentas
ofegante
solta amarras para além dos horizontes.


(pois, pois, que depois do S. Martinho é bom tê-lo no quentinho...)

A marxa atráz do Nelo





Cum o Nelo a marxar
Junto a eshta alavanca
Nam á tempo pra pençar
Se é sorti ô asar
É jogar á mão à tranca

E parasse de bom corte
Coisa boa de chupari
Çinto me cheo de sorti
Que me salte já a morti
se eu o bicho nam papari

Xego-me todo lá por tras
Em dansas de total deboche
Saltando de fato lilás
Entalo o bicho, já lá tás
E fasso-lhe um belo... bico de peito

Nelo

Não me importava - por Charlie



Não me importava de ser gato!
Passares-me a mão assim no pêlo.
Pegares-me ao colo e sentires-te grata
com o meu brincar com o teu cabelo.

Com o arranhar das minhas patas
Pelos teus sapatos de quarto
E saborear-me a tua rata
Com o meu lamber guloso de gato

Charlie

11 novembro 2005

Porque as Meninas também Merecem


Especial Nelo e Lalito


Cria o homem dos teus sonhos

Faça você mesmo...

... o seu próprio abat-jour!

Sugestão do J. Costa
O Mano 69 esclarece-nos: "Isto é a maneira de matar o vírus da gripe da passarinha!"
O JF questiona: "Isto é que é dar à luz?"
O Tiko Woods clarifica: "É uma técnica de socorro para as frígidas."
Mas o 1313 ainda nos deixa lugar para a imaginação: "Estará a mulher elástica a dar à luz?"
A cultura é uma coisa muito linda...

10 novembro 2005

4º Encontra-a-Funda - o cartaz

Beja-me mucho!
Crica para veres todos os detalhes actualizados do 4º Encontra-a-Funda
O Nikonman pediu-me um cartaz oficial e cavalheiro do 4º Encontra-a-Funda. Este é o que se fode arranjar. Não sei se o conceito «Beja-me mucho» é original mas veio-se-me bem.
Vê aqui o programa, quem está inscrito (somos 46) e as transferências que já foram recebidas.
Entretanto, aproveito para agradecer o apoio de:

Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha



Café-Bar «O Barrote»

(não confundir com «o Rabote»)


Gisela Cañamero

Criadora de espectáculos, encenadora e dramaturga


Scapetur

Animação turística e eventos

Praça da República em Beja
o blog do Nikonman

Aliciante
o blog da Mad

Publicidade bem subtil ao «comprimido azul»

Quando disse que esta publicidade é subtil, o que eu imaginei era o pensamento de um homem que visse aquilo: "Tão feia! Só a consigo comer se tomar um Viagra!"
Sou mesmo tolita! O Tiko Woods (a falta que ele cá fazia...) fez-me ver a luz: "Claro que o sono é derivado do «azulinho». A boa velhota ficou completamente derreada após a actuação do velhote fortalecido! Já não lhe acontecia há mais de 50 anos!"
BINGO! Aliás, a Gotinha ainda viu mais outro detalhe importantíssimo que corrobora (seja lá o que for que isso queira dizer) essa leitura: "já repararam nos joelhos esfolados?"
O 1313 é mais drástico: "Cá para mim a velha morreu. Repararam que ela também não respira"? É um facto! Mas a Matahary conforta-nos: "A verdadeira pubicidade está aí! Morreu feliz!"
O Mano 69 ainda nos dá alguma réstea de Esperança (sim, sim, pode bem ser o nome da senhora): "A velha está é em cona profunda!"

O café - por Charlie

Entrou no café sem quase olhar para ela. Na mente passam-se coisas estranhas, as ideias correm em riachos juntando-se em cursos de ideias que se precipitam, ora em cascatas para grandes lagos, ora se diluem em gotas, absorvidos pelas margens escuras correndo subterrâneas para reaparecer noutros contextos em nascentes que nos deixam a sensação de experiências novas, mas de sabores anteriormente vividos.
Aproximou-se do balcão e mirou-a.
Desta vez os olhos pousaram no discreto decote que se prolongava em sonhos e formas correntes debaixo da roupa. Atravessando galerias escondidas na mente, espreitando aqui e ali à superfície e surgindo em fontanários de brilhos de lascívia e gostos que se descobrem na saliva e que saboreamos na nossa boca num beijo sonhado.
Deteve o olhar perdido e desfocado vendo através dela a nudez que lhe brotava num borbulhar de fontanários escorrendo-lhe por dentro.
Os olhos já não viam. Era todo o seu corpo que absorvia o reflexo da luz que o corpo dela emanava.
Acordou de repente.
- Um café, por favor.
Ela olhou para ele. Aproximou-se da máquina e os seus olhos ao abaixar-se detiveram-se-lhe por um instante na confluência das pernas das calças.
Colocou a pega no moinho e retirou a dose do veneno preto com que nos habituamos a drogar os neurónios. Pensava nele em poesia e afecto. Um abraço terno e umas palavras que fazem estremecer uma mulher por dentro. Fazendo correr o sangue a ferver pelas tubagens e válvulas do querer, e explodindo em vapores escaldantes no meio de braços, pernas e sensações tão sublimes como intensas...
Desligou o manípulo e algumas gotas mais caíram ainda em metáfora de êxtase para dentro da chávena.
- Está aqui o café. Quer açúcar ou prefere adoçante?
Ficou calado.
Pensando.
- Comia-te toda, mesmo sem açúcar. Entrava-te nessa boca em língua de fogo. Despia-te essa blusa. Levantava-te a saia, puxava-te as cuecas e enfiava-to todo, enquanto te mordia o pescoço e descia para as mamas... - Acordou do breve sonho e, focando a vista nos olhos dela, reparou como eram lindos. Como os lábios eram sensuais e brilhantes e como o peito subia ao ritmo da respiração.
- Pode ser açúcar.
Olharam-se mais uma vez.
Ela pensando numas palavras doces, num beijo terno, num abraço quente como o toque do café nos lábios e os ouvidos a mergulhar num poema dito em voz baixa, a fazer vibrar a alma.
Ele em como a violaria em qualquer cantinho que se proporcionasse...
Bebeu o café, pagou e foi-se embora.
Enquanto abalava ia murmurando para si.
- É o que todas querem. Pau! Bem aviadas e fodidas....
Ela ficou olhando para ele que se afastava. Abraçou-se e sentiu nas mãos, que tão bem conhecia, o calor de um poema que se diluía lentamente na luz do dia que entrava pela porta...

Charlie

A LolaViola revela-nos o final na perspectiva do lado de trás do balcão:
"Ao vê-lo afastar-se mais uma vez penso:
– Gostava de ser mágica para te deitar no café os sonhos com que povoas as minhas noites. Gostava que me visses por detrás dos aromas dos cafés das manhãs. Gostava que agora olhasses para trás e me sorrisses. Gostava que corresses para mim e me dissesses no fundo dos meus olhos «Quero-te toda, nua, minha...».
Ele não se virou para trás. Ela suspirou. Tinha bicas para tirar, o balcão para limpar. Guardou o sonho no bolso do avental. Tornou-se invisível e anónima como uma miragem".


O Charlie não se podia ficar sem se vir de novo:
"Ele à porta acendeu um cigarro. Olhou para o céu e para o dia claro, que se ia tornando frio, com uma luz difusa como as ideias que o povoavam.
Deu dois passos e tossiu.
- Qualquer dia - pensou - entro ali quando não estiver ninguém e atiro-me a ela. Abraço-a e digo-lhe ao ouvido o quanto penso nela todo o tempo. Como a desejo... Já pensei nisto várias vezes e calo-me, mas a próxima vez é que vai ser...
Sorriu e atravessou a rua. Ainda antes de chegar ao lado oposto olhou para trás.
Lá ao fundo estava ela. Bolso no avental, olhando para o mesmo vazio que cruzava com o seu olhar..."


O Mano 69 acha que faz falta um final feliz:
"Quando acabou de sorver o café notou que algo se passava no seu corpo, uma sensação de absorção mas ao contrário. Olhou lívido para ela, como que a pedir ajuda, sabendo no seu íntimo que só uma larada podia obviar as consequências que já se faziam sentir. Agora sabia como é que o magma ardente subia, subia sempre até à boca do vulcão para depois ser expelido com força, quase ejectado, descendo posteriormente a encosta a rebolar até perder a força cinética.
Acabou-se o tempo, acabaram-se as lucubrações infinitesimais. Quando se moveu sentiu que os pés se moviam mais rápido que o corpo e um odor, um cheiro nauseabundo vindo das suas entranhas, levou-o a cambalear de encontro ao balcão. Olhou para ela, lançando-lhe um SOS pestanejado. No entanto, do outro lado do balcão a resposta foi apresentada na forma de uma esfregona e um balde de água tépida".


A Encandescente propõe um final alternativo:
"Parou à porta, olhou-a através do fumo... Ela parada e ele pensando «querem todas o mesmo, como a Lisete» e ela pensando «ele não me diz nada» e ele vendo a Lisete, aquela cabra, e sabia que se penetrasse esta seria a Lisete que penetraria, a cabra que conhecera também num café e tinha os mesmos olhos doces mas que não eram doces, ele é que os via assim e uma noite depois do café fechar ele deu-lhe, ou queria dar-lhe, porque ela nem o deixou mexer-se com a pressa que tinha de sexo, a cabra, e agarrou-o por um braço e encostou-o ao balcão e a mão foi directa ao manípulo, o dele, não o da máquina de café, e ele duro e ela a despir as cuecas a dizer-lhe penetra-me e ele a baixar as calças à pressa e ela a dizer «penetra-me» e ele a já a tinha penetrado e ela «penetra-me» e ele já no orgasmo e ela impaciente a baixar-se e ele ali nu diante dela e ela a rir, a cabra, a rir dele e do sexo dele... «Um dia entro quando não estiver ninguém e violo esta gaja como fiz com a Lisete», pensou..."

09 novembro 2005

Cisterna da Gotinha


A menina Nicole tem um corpinho jeitoso e esta umas mamocas que metem respeito!

Calendário 2006 de lavagem de automóveis.

As miúdas da
Reef.

Cláudia Costa: portuguesa ou brasileira?!

Bible Sex Quiz: palavras para quê?!

Cobra do Amor, por AdamastoR

Disponível em Grande
Eva [e a sua cobrinha]

Para comemorar o segundo aniversário do seu blog preferido, a Herzigova recriou o logotipo...

Mais tesão, só se fosse a São!

Revela São


O Nikonman começou cedo a gostar de fodografia

Carta

Oh, São, quando me convidaste a publicar aqui, disseste que querias erotismo. Erotismo. Que eu publicasse coisas eróticas. E eu fui publicando umas coisas, sempre achando que estavam um pouco deslocadas, algumas tinham graça, outras nem por isso, mas tu publicava-las, nunca me recusaste nenhuma, e até escrevi uma que, também achei, tinha qualquer coisa de erótico, ainda que embrulhada em filosofia barata (era o título, lembras-te?). Agora, dizes-me, e bem!, que fiz confusão, que propus um texto que já tinha publicado. Sinto-me culpado, como se tivesse abusado da tua simpatia e posto em causa a qualidade da tua Funda, São. Apetece-me penitenciar-me, mortificar-me, punir-me. A dor às vezes é erótica, não é? Mas eu não gosto. Prefiro confessar. Prefiro confessar-me. É o que faço:
Oh, São, se em poucos dias conheço uma mulher e logo nos envolvemos amorosamente (como se diria escolhendo as palavras) e as coisas não correm furiosamente, automaticamente, como costumam. Se não sentimos uma ânsia de chegar, uma fúria de entrar, de ser penetrada, mas antes tudo flui naturalmente, sem pressas, sem repentes, sem guião, mas sem paragens, sem tempos mortos, sem acabar cada um arfando para seu lado, como se acabássemos de correr os 110 metros barreiras. São, será que isto é que é
erótico?
Oh, São, só me lembro de a beijar nos lábios, suavemente enquanto lhe afagava o cabelo. Tinha o cabelo escuro, liso, forte e brilhante. Dava gosto fazer-lhe festas. Beijei-a nas pálpebras, primeiro na direita e depois na esquerda. Na face, na boca, no queixo, e agarrei-lhe o cabelo, sem a magoar. Agarrei-lhe o cabelo e fui-lhe fazendo festas no couro cabeludo. O cabelo movia-se entre os meus dedos fazendo-me cócegas, excitando-me. Beijei-lhe o pescoço, os lóbulos das orelhas, a base da nuca e cheirei o cabelo, cheirava bem e a boca e o corpo. Ela gemia baixinho, conforme os movimentos das minhas mãos e dos meus dedos no couro cabeludo e não tanto pelos beijos ou pelos movimentos que eu ia fazendo com a ponta da língua. Riu-se, quando lhe passei a língua nos lóbulos das orelhas, mas não continuei, pareceu-me que ainda que isso lhe desse prazer, a suavidade, o carinho e os gestos lentos e demorados tinham mais efeito. Era isso que eu queria: efeito, amor, paixão. O riso era apaixonado, não eram gargalhadas de graça, eram gargalhadas de prazer, nervosas que vêm da base do crânio, do cerebelo, me parece, mas pareciam apressar as coisas, ela mexia-se e procurava-me e eu já não estava só a senti-la. Fugi das orelhas e beijei-lhe os ombros, os braços, as mãos, as palmas das mãos e tornei a subir, lambendo-a, sentindo-lhe o gosto, provando-a, tirando prazer dos seus arrepios, sorrindo por cada pequeno gemido, sonhando sempre que a via também sorrir, sem nunca abrir os olhos. Beijei a curva dos seios, rodeando-os, e suportei-os à direita e à esquerda de modo a fazer uma espécie de ninho onde parei e repousei, beijando, lambendo. Os mamilos duros, espetados adaptavam-se aos lábios que os beijavam, chupavam, puxavam, e à língua que os circulava, e ainda os fazia crescer. Tornei a subir, porque ela me puxou, sem força, mas decidida e demos um longo beijo molhado, de línguas em fúria e lábios esquecidos. "Continua", disse ela, "assim devagar" e eu continuei.
Será isto erótico?
E se eu continuasse, seria pornográfico?

Garfanho