dá-me tudo quanto anseio
esse tudo que é tão pouco
quase nada
- sentindo tão macio esse teu seio -
um olhar ao nascer de uma alvorada
- abres para mim as coxas que torneio -
fundeando esta nau numa enseada
II
vem liberta
mar de seda dos cabelos
vento alíseo
areal entre os meus dedos
enfuna ao de leve o meu velame
e eu singro corpo afora nos gemidos
que soltamos em lamentos de cordame
III
já a âncora de ti se desprendeu
na estridência acre das correntes
e descai num enleio de sargaço
deslizante pelo corpo tais serpentes
evanescente o abraço
tão humano
que me atrai já tão livre e tão dolente
ao azul mais profundo do oceano
IV
aproo ao teu ventre
navegante
e o corpo de tormentas
ofegante
solta amarras para além dos horizontes.
(pois, pois, que depois do S. Martinho é bom tê-lo no quentinho...)
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Uma por dia tira a azia