Leonor usava saia travada, apertada e requebros no andar e Manuel penava nas calças cada vez que Leonor passava saia travada, nádegas apertadas requebrando, acenando, como que chamando: Manuel… Manuel…
Manuel travado nas calças e na cadeira da sala apertada onde trabalhava quebrava-se e requebrava-se em gemidos e suspiros inalando nádegas e perfumes: Ai Leonor, Leonor…
Célia inodora, insonsa, transparente, invisível entre a gente, quase não gente, apertada em fantasias violentas, eróticas e intensas, travava o desejo indecente que sentia por Manuel e cada vez que o via despia-o de calças, assaltava-o em pensamentos, tornava suas e públicas as partes íntimas e púdicas, as dele, e suspirava quebrando-se apertada, nádegas travadas na cadeira: Ai Manuel… Se te apanho, Manuel…
Célia só tinha olhos para Manuel, que só tinha olhos para Leonor, que só tinha olhos e perfumes e nádegas que levaram Manuel a procurar alívio temporário, solitário, entre perfumes amoniacais e outros que tais, na sala de fotocópias onde Célia o encontrou apertando na mão o desejo travado de Leonor e assim que o viu logo se ajoelhou e entre as pernas dele se aninhou e no sexo lhe murmurou: É hoje, Manuel…
Manuel logo a repeliu, não querendo em oração outra boca que não a sua, travada, apertada nas nádegas de Leonor e célere saiu, envergonhado e descomposto, procurando recompor-se. Dirigiu-se ao wc onde vê, mais belas que as esculturas de Rodin, que as pinturas de Rembrandt, as nádegas de Leonor, requebrando-se, remexendo-se apertadas e travadas entre as mãos de Odete, a chefe do gabinete…
Moral da história:
Mais vale uma Célia insonsa na mão que uma Leonor e uma Odete a voarem...
Foto: Calvato