Há uns anos atrás passei pelo IRC e foi nesse chat que o conheci, tanto quanto as palavras o permitem. Estranhamente, sabia escrever sem erros ortográficos e passámos a encontrar-nos na mesa do costume, a aviar como pão para a boca o desejo de companhia e de carinho que lhe fervilhava nas teclas ao ponto de rapidamente relatar que dezasseis anos de uma relação não tinham sido bastante para a parceira alguma vez entender a oralidade do sexo como mais do que um fugaz preliminar, sem nunca ter engolido a sua espuma, aquela que deve orgulhar todo o que a possui.
Qualquer conversa sobre essa questão era imediatamente descartada como coisa de somenos e esta era uma memória inconfessável junto dos amigos, cara a cara, não o fossem julgar menos padeiro por isso e eu sempre dava o conforto de cestinho com paninho para se deixarem as côdeas.
Na contínua partilha de tantas migalhas avançou para relatar o bolor da vigilância sobre as contas conjuntas que outra não lhe era permitida e em qualquer telefonema recebido, das constantes homilias nas raras frases que trocavam e quando havia visitas, sobre o seu falhanço profissional que depois de despedido por remodelação da empresa apenas se agarrara ao que encontrara sem ambição nenhuma, de ter sido encafuado num beliche do quarto do filho para a dona da casa paga em prestações iguais pelos dois usufruir da cama de casal e o convidar a sair aos fins-de-semana com o rebento adolescente se não queria que suspiros verdadeiramente lascivos lhe incomodassem os ouvidos.
Sãozinha,nem o pai natal nem o totoloto, dariam aquele homem a chave para rodar na porta da sua vida e como nunca, senti que não tinha mãos para amassar aquela farinha.
20 fevereiro 2006
Quem quer levar tautau no bumbum?
A malta que organiza a Gathering Party avisa que a 9ª edição é já no próximo dia 13 de Maio (se esta data foi marcada por acaso... é milagre).
Será na Rua Voz (ou Gritos?) do Operário, poucas portas antes do nº 69, do outro lado da rua.
Se alguém quiser ir lá e contar, prometo que darei uma chicotada psicológica.
19 fevereiro 2006
Da espera
Meu querido
Quero que venhas depressa e chegues cansado de subir escadas, porque a pressa é tanta que o elevador é lento e não suportas esperas e corres e sobes e abres a porta e vens até mim, e eu dormindo sem saber que vinhas, sem ver a roupa que despes e deixas no chão, sem ver o teu corpo nu escorrendo pressa, sem ver os teus olhos que me procuram no escuro, sem ver a tua boca quando me murmuras nem as tuas mãos quando me destapam de lençóis e sono e sonhos que não tu, e como uma sombra mais escura que a noite como um contorno de um corpo que sei deitaste no meu e eu tão indefesa e eu tão surpresa de te ver ali, e só ouço de ti aquilo que respiras e o que a tua língua diz dentro do meu ouvido tão dentro a tua língua que me dá palavras que me molha o rosto quando as respiras, e as tuas mãos… ai as tuas mãos… que me apertam os ombros que me marcam o corpo e eu tão indefesa o rosto molhado com as tuas palavras e o que respiras, e as tuas pernas húmidas de escadas húmidas de pressa e urgência de mim que afastam as minhas procurando espaço, e a tua mão que me larga o ombro e te agarra o sexo e procura o meu, e eu…
Meu querido, ai como eu te espero.
Foto: José Gama
Dois homens - por Vilani Vilá
(crica aqui para ampliares)
Explica-nos a autora: "Desta vez são dois homens, pois estou numa de homossexualidade («Brokeback Mountain» é sem duvida um filme inspirador)".
A Vilani Vilá faz trabalhos por encomenda. Tens os detalhes aqui.
Fornicação
É o pecado, que comprometem duas pessoas de diferente sexo, não estando ligadas nem por parentesco, nem por voto, nem por Matrimónio: Copula carnalis soluti cum soluta. Quando este pecado se compromete com uma pessoa virgem, chama-se Estupro, e é mais grave por estas razões. 1.ª Rouba-se a uma donzela a sua virgindade, e o seu pejo (pudor), ou aquela vergonha do pecado, que se lhe faz perder. 2.ª Porque se lhe tira a sua honra, e se lhe faz um prejuízo à sua reputação, e á dos seus parentes, o que se lhe não pode restituir senão casando com ela. (…)A fornicação em geral é pecado gravíssimo. A Escritura declara, que ela priva do Reino dos Céus aqueles, que o cometem (…) O Direito Canónico põe este pecado no número dos crimes (…).
DICIONARIO TEOLOGICO / Trad. Prospero ab Aquila e José do Espirito Santo Monte. Lisboa: Na Regia Offic. Typografica, 1795. - 2 vol ; p. 141-142
O Animal dos Marretas admira-se: "mas... acabei de receber o registo criminal e lá não consta nada! É o que dá não haver cruzamento de dados entre o estado laico e o reyno dos céus. Tá mal". Então não sabes as diferenças, Animal? No reyno dos céus fornica o demo, enquanto no estado laico fodem-se os contribuintes!
DICIONARIO TEOLOGICO / Trad. Prospero ab Aquila e José do Espirito Santo Monte. Lisboa: Na Regia Offic. Typografica, 1795. - 2 vol ; p. 141-142
O Animal dos Marretas admira-se: "mas... acabei de receber o registo criminal e lá não consta nada! É o que dá não haver cruzamento de dados entre o estado laico e o reyno dos céus. Tá mal". Então não sabes as diferenças, Animal? No reyno dos céus fornica o demo, enquanto no estado laico fodem-se os contribuintes!
Constrói um video promocional à tua maneira
A Old Spice promove um seu produto com um video, permitindo que faças tu uma montagem personalizada do mesmo. Depois de arrastares as sequências de filme, os excertos de música e as batidas para as respectivas linhas em baixo, basta fazeres «preview» para apreciares o resultado:
«If she's hot, its sexy.
If you're hot... you stink»
Eça é que é Eça...
«If she's hot, its sexy.
If you're hot... you stink»
Eça é que é Eça...
CISTERNA da Gotinha
Dolgova Elena - erotismo.
A Mecânica do mês.
Klingel - Lubrificante íntimo e Wonderbra numa publicidade só para inteligentes.(sugestões da MataHary)
Meus amigos, enfiar um lápis no pénis para prolongar a erecção não é, repito, NÃO É, uma boa ideia!
Karima Adebibe é a nova Lara Croft.
Jogo: Goalpoker Penalty Strip
A Mecânica do mês.
Klingel - Lubrificante íntimo e Wonderbra numa publicidade só para inteligentes.(sugestões da MataHary)
Meus amigos, enfiar um lápis no pénis para prolongar a erecção não é, repito, NÃO É, uma boa ideia!
Karima Adebibe é a nova Lara Croft.
Jogo: Goalpoker Penalty Strip
Ode o Dom OrCa ao lubrificante...
para untar partes boas que eu penetro
pois assim mesmo em arame eu faço ninho
e em postura de oração eu vade retro..."
e ao rapaz do lápis enfiado na pila:
um mancebo introduziu adentro pénis
- oh ingénua parvoeira de criança -
a dureza firme e hirta de um lápis...
pénis-lápis, lápis-pénis, má-cagança
p'ra fazer assim o amor durar feliz
acabou no hospital a contradança
num desenho feito a pénis que não quis!"
18 fevereiro 2006
Ópera sem bufa
Os comentários são um autêntico blog dentro do blog. Desta vez, o mote foi um rapagão com abdominais bem marcados que a Gotinha exibiu à malta (o malto, como sempre, reagiu sem desportivismo):
Dina -
Gotinha, esse é demais!
Eu adoro desportistas.
Ai, aqueles abdominais...
Até fazem mal às vistas!
Alcaide -
Ajuda-me a perceber
Do que se deve gostar
Do meu peito e mais que houver
Ou de um ginasta... a rezar?
Dina -
Seja a rezar ou não
isso não interessa nada!
A ginástica de manutenção
é que me deixa babada.
Alcaide -
Adoro manutenção
Ginástica complicada
Flic-flac no colchão
Tomates na almofada
São Rosas -
Fazes bem acrobacias
Mas Alcaide, tem cuidado
Não vás tu pensar que enfias
E afinal és enfiado
Alcaide -
Penso em manutenção
Ginástica a que souber
«enfiado»... nem p´la São
nem por homem... ou mulher!
São Rosas -
Tu bem foges da panela
«Desta água não beberei»
Não conheces tu aquela:
- Filha, já te atravessei!
(como não há pano, caem os cortinados)
Dina -
Gotinha, esse é demais!
Eu adoro desportistas.
Ai, aqueles abdominais...
Até fazem mal às vistas!
Alcaide -
Ajuda-me a perceber
Do que se deve gostar
Do meu peito e mais que houver
Ou de um ginasta... a rezar?
Dina -
Seja a rezar ou não
isso não interessa nada!
A ginástica de manutenção
é que me deixa babada.
Alcaide -
Adoro manutenção
Ginástica complicada
Flic-flac no colchão
Tomates na almofada
São Rosas -
Fazes bem acrobacias
Mas Alcaide, tem cuidado
Não vás tu pensar que enfias
E afinal és enfiado
Alcaide -
Penso em manutenção
Ginástica a que souber
«enfiado»... nem p´la São
nem por homem... ou mulher!
São Rosas -
Tu bem foges da panela
«Desta água não beberei»
Não conheces tu aquela:
- Filha, já te atravessei!
(como não há pano, caem os cortinados)
17 fevereiro 2006
Bom fim de semana
Foto: Mircea Bezergheanu
Miolo e côdea - Take I
Nem sei como começou ou se calhar esse miolo ficou submerso, mas para memória futura fica o registo de que nos enrolámos. E o repetimos regularmente, comprimindo as carnes de um contra o outro naquela comunhão de fibras musculares ou adiposas, cabelos e paladares salgados que nos faz acreditar que nos transcendemos.
Reconheço mesmo o seu jeito de me fazer sentir um forno de aldeia onde habilmente centrava o seu pão até ao fundo para uma cozedura proporcional. E o gosto que me dava mordiscar o seu pescoço ou orelhas como vianinhas estaladiças enquanto me segurava os pãezinhos de deus a debicar o cocuruto de coco.
Mas como bem diz a sabedoria popular que não há bem que sempre dure e no final de cada fornada começavam a levedar as perguntas sobre onde tinha ido, o que tinha feito, com quem tinha falado, com a pitadinha escarninha sobre a amizade profunda dos meus colegas de trabalho, sobretudo os masculinos, salpicado ainda com a oratória da mediocridade das mulheres que ao longo da vida conheceram mais que um homem e creia-me, Senhor Doutor, que só se estivesse profundamente charrada seria possível não notar a cratera que nesses momentos se abria entre o meu nariz e o dele.
Sabes, Sãozinha, aquele cacete pronunciado à moda do Porto estava a comprimir-me o oxigénio que me alimenta o sorriso e a lucidez pelo que calmamente, num dia em que senti que ainda gostava de mim, contra-argumentei a constatação de que nunca lhe tinha perguntado quantas vezes por semana ia para a cama com a esposa e findo este leasing, soergui-me da cama e fui para o duche, que o ar da rua merece uma pele amaciada e um cheiro frutado nos cabelos.
Reconheço mesmo o seu jeito de me fazer sentir um forno de aldeia onde habilmente centrava o seu pão até ao fundo para uma cozedura proporcional. E o gosto que me dava mordiscar o seu pescoço ou orelhas como vianinhas estaladiças enquanto me segurava os pãezinhos de deus a debicar o cocuruto de coco.
Mas como bem diz a sabedoria popular que não há bem que sempre dure e no final de cada fornada começavam a levedar as perguntas sobre onde tinha ido, o que tinha feito, com quem tinha falado, com a pitadinha escarninha sobre a amizade profunda dos meus colegas de trabalho, sobretudo os masculinos, salpicado ainda com a oratória da mediocridade das mulheres que ao longo da vida conheceram mais que um homem e creia-me, Senhor Doutor, que só se estivesse profundamente charrada seria possível não notar a cratera que nesses momentos se abria entre o meu nariz e o dele.
Sabes, Sãozinha, aquele cacete pronunciado à moda do Porto estava a comprimir-me o oxigénio que me alimenta o sorriso e a lucidez pelo que calmamente, num dia em que senti que ainda gostava de mim, contra-argumentei a constatação de que nunca lhe tinha perguntado quantas vezes por semana ia para a cama com a esposa e findo este leasing, soergui-me da cama e fui para o duche, que o ar da rua merece uma pele amaciada e um cheiro frutado nos cabelos.
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