05 março 2006

Imunidade


Ai São, estou fartinha de receber no telefone fixo aquelas chamadas para venderem qualquer coisa ao nome que a lista telefónica ostenta e que numa voz monocórdica, de quem está a ler a lição, nos despeja a treta de quererem fazer umas perguntinhas, de quererem ajudar a ter oportunidades únicas e mais um conjunto de tangas que mais valia colarem-me na testa o rótulo «parva sem espinhas».

Depois há os outdoors, em plena rua está bem de ver, em que um iogurte nos desafia a mostrar o umbigo mesmo no inverno, um outro que em voz colocada e macia na rádio garante que sacia mais e como não podia deixar de ser, a caixinha que mudou o mundo, para publicitar pacotes de chamadas, repete até à exaustão os anúncios de que estava toda a tarde naquilo, ou de manhã é que é bom, para já não falar da crueldade do azeite que garante que quem boa cama faz, nela assa.

Não me admira assim que tanta gente desligue os aparelhos noticiosos que possui dentro de portas ou se refugie na comunicação do MSN, onde garantidamente ninguém corre o risco de ficar surdo.

Mas preocupa-me que todas estas imagens e sons publicitários que invadem o nosso quotidiano nos tornem impotentes, ou melhor dizendo, Sãozinha, que as nossas orelhas acabem por ficar geneticamente imunes aos apelos eróticos.

Anúncio da Dina - o teatro continua

"Gostava de ter um vizinho que comesse animais de estimação.
Deixo aqui o meu pedido: se alguém gostar de comer gatas, ratas, etc., por favor, deixe aqui o seu contacto. Não há meio de me livrar de tal bicharada.
Dina"


Alcaide
Quero ir p´ra teu vizinho
Se a renda for barata
Fica assim tudo limpinho!
Começo por uma "rata"...

Acordei com apetite
Tudo como, te prometo
Acendemos dina... mite
abro um buraco... e meto!

Ratas e ratos lá vão
Gatas e gatos também
Devagar faz-se ilusão
que a limpeza está bem

A explosão foi bem forte
o ruído foi bem grosso
Fiquei nu... quase sem porte
E pele de gato ao pescoço!

Tu também sem nada em cima
Ficaste bem descomposta...
Façamos coisa que anima...
Lembro-te... a tal lagosta!

Dina
Alcaide, tu não me tentes...
que eu ando numa aflição.
Tu dizes que vens, mas mentes
Fico sem manutenção.

Esta gata é malvada...
é mesmo uma perdição!
Todos os dias é lavada
mas ninguém lhe põe a mão.

Nunca a chego a perceber!
Assusta... e não arranha.
Anda sempre a foder...
mas a gata não emprenha!

Se matares a felina,
então força, vem cá ter.
Ficas a conhecer a Dina
e depois é que vai ser.

Alcaide
Faço à gata com mais calma...
Um tratamento com mimo
Lavada, cheirosa, a estimo
E um tratamento na alma!

E tu vais ver que depois
ela emite um som
além de fazer rom-rom
Temos suspiros... os dois...

Dina
Ó Alcaide, alma minha
serás tu uma miragem?
Anda ajudar a vizinha
que a gata está na garagem.

Alcaide
Eu ajudo, de certeza
e não fiquemos parados
Para ter certa beleza...
Vai correndo os cortinados!

Está a gata nessa garagem
A descansar com amor
Nós com lareira e miragem...
quadras no computador!

Dina
Assim é que é rimar!
Alcaide, até mais ver.
Agora vou almoçar,
que preciso de comer.

Alcaide
Também vou à papa e já
Se quiseres manda mensagem
Comemos tudo por lá...
Deixamos de ser miragem!

(a move montanhas)

Alcaide
Vê como as coisas São
Nada disto compromete
Havendo compreenSão...
Se a fé move montanhas
E brejeirice promete
Brincadeiras tamanhas
Em verso, sobem... e vão!
Talvez falar facilite!
Não vejo qualquer Dina... mite!
Nem alguma Dina... mete,
Se desafio aqui emite,
Ideias em Alcaide... Ilusão!
Para que mais ninguém grite
Confunda quem não reflecte
Pára essa confuSão!

Dina... dá-me a tua direcção!

(a direcção já ela ta deu. É esta)

crica para visitares a página John & John de d!o

04 março 2006

"A Freira: Ralo, Roda e Grade"

Alto: vou-me meter Frade
Na ordem de Fr. Tomás,
Serei perpétuo lambaz
Do ralo, da roda, e grade:
Mamarei paternidade,
Deo gratias se me dará,
E apenas se me ouvirá
O estrondo do meu tamanco,
Quando a freira sobre o banco
No ralo me aguardará.
Daí para a grade iremos,
E apenas terei entrado,
Quando o braço arregaçado
Aos ofícios nos poremos:
E quando nos não cheguemos
(porque o não consentirá a grade, que longe está)
o seu, e o meu coração,
porque vá de mão em mão,
irá na barca pá.

Poema de Gregório de Matos

(Pode ser consultado aqui)


CISTERNA da Gotinha

Aubade: a lingerie favorita da São Rosas.

Isto até
arrepia...

Ofereçam
flores às vossas amadas com regularidade.

Bicicletas
eróticas.

Carmen Electra: striptease vídeo.

Cock-a-Doodle um local bem divertido que nos dá a hipótese de rabiscar um pénis e de o submeter à votação de todos. O meu já está na galeria. (Sugestão do Jumento)

Nem tudo o que nos fode é erótico...

image of Lisa Anne kindly authorised by Flying Rabbits -  http://flyingrabbits.tv/O paulo2006 visitou-nos e eu disse-lhe para ir passando...

A Maria não é gaja para perder uma boa oportunidade:
"Se o Paulo quiser ir passando, tenho cá em casa 8 lençóis, 12 camiseiros tamanho 6 anos, 2 lençóis de banho, 4 toalhas de rosto, 8 toalhas de bidé, 5 camisolas, 4 camiseiros de senhora, 2 toalhasde mesa, 4 panos da loiça, 8 fronhas, 6 paninhos de renda, uma toalha com bordado da ilha da Madeira, 2 saias, 4 calças tamanho 6 anos, 3 calças de senhora, lingerie sortida (de senhora) e uma data de miudezas que já nem sei o que são... Eu vou aquecendo o ferro, sim, Paulo?"

Imagem: LisaAnneTastic em Flying Rabbits

TIRA

– Tira – disse ela, beijando-me o pescoço.
– Já tiro – respondi, tentando desajeitadamente pôr a mão esquerda dentro das suas cuecas.
Ela abriu-me a camisa, beijando e lambendo devagar cada parte do meu peito que ia ficando descoberto. Arrepiado, senti as mãos arrefecerem e passei a mão para fora das cuecas, para lhe sentir as nádegas, sob a protecção térmica do tecido, esfreguei-as, agarrei uma e outra e, rodando a mão, passei-a, esticada, entre as nádegas.
Desabotoada a camisa, ela pôs-me as mãos nos ombros, afastando-a e obrigando-me a despir. Enquanto despia a camisa e pensava no modo de aquecer as mãos, ela desapertou-me o cinto, abriu o botão das calças e o fecho. Deitei-me e pus as mãos debaixo do rabo, para as aquecer, mas também para o levantar quando ela me puxasse as calças. Foi o que fez a seguir.
– Tira – pediu novamente.
– Já tiro – voltei a responder, baixando os boxers quase até aos joelhos.
Ela sorriu, pôs as mãos no colchão e deu um pequeno salto para trás, mantendo-se de joelhos, e, de uma vez, puxou-me calças e boxers, que deixou cair aos pés da cama.
Fiquei nu, deitado. Ela debruçou-se na cama sobre mim, agarrou as suas calças que estavam caídas encostadas à mesa de cabeceira, tirou um elástico vermelho, prendeu-o ao cabelo com desenvoltura em duas voltas e voltou à posição inicial, de joelhos à minha frente, acariciando-me o sexo, que beijava quando, nos seus movimentos pela minha barriga e coxas, a sua boca se encontrava com ele.
Ajeitou-se na cama, empurrou-me o sexo, encostando-o ao corpo, e beijou e lambeu devagar, desde a base até à ponta, repetiu chegando aos testículos e ao períneo, utilizando o líquido seminal, que colhia com cuidado com a ponta da língua e com os lábios, para lhe lubrificar a boca e o meu corpo. Arrepiava-me, fazia-me tremer de desejo e quando, segurando-me no sexo, o beijou e engoliu, movendo a língua, usando os dentes e forçando os lábios, voltou a sussurrar:
– Tira.
– Agora? – perguntei, a custo.
– Sim, tira – repetiu.
Olhei para ela, que acenou ligeiramente com a cabeça para me encorajar, ergui as sobrancelhas dando sinal do meu acordo e logo ela se ajoelhou na cama, para me dar espaço para tirar a prótese da perna direita.
– Quero-te tal como és – e, beijando-me onde terminava a perna, acima do joelho, murmurou:
– És o meu coxo preferido.
– Perneta – corrigi.
– Perneta. És o meu perneta preferido – disse ela, com uma gargalhada.

Garfanho, para Chez Maria

Objectos malandrecos

Há pilhas mais espertas que as do coelhinho da Duracell, que desperdiça a energia em pancadas inúteis:

Refª 111011-90/PILHAS/99921415-00

03 março 2006

Bom fim de semana


fotógrafo - Isach Oslo

Disputado.


Sinto imensas saudades dos tempos em que estas coisas aconteciam por minha causa. Este revivalismo é um sentimento tão forte que por vezes dói-me o peito, e sinto os olhos lacrimejar. Depois disfarço, "Não é nada pessoal, foi um cisco trazido pelo vento...", e afogo-me em bebida, para esquecer.

Sim, porque um homem também sonha, não se limita a virar-se para o outro lado e ressonar como um insensível e animal que por vezes é.

Frente-a-frente!


foto: alexander

Folha e verso.
Capa e contra-capa.
Verso e reverso.
Face e contra-face.
Cara e coroa.


E que mais?

No nosso bairro existe um clube sócio-copofonico denominado O Delírio do Boi onde todos os sábados se realiza um grandioso baile abrilhantado por dois magníficos conjuntos, Os Filhos da Pauta que alterna (nada de confusões) com o Algo Maciço. Este é um diálogo verídico passado no referido baile entre a Déte Mil Homens, dançarina exímia e afamada, e Quintino Fino Filho que apesar de ser “rodas baixas” (pessoa de crescimento restrito, vulgo anão) contava já com a idade de vinte e dois outono/inverno.

Quintino Filho apertou o casaco, ajeitou a gravata de popelina e resoluto avançou a passo curto até junto de Déte Mil Homens. Quando se encontrava a meio metro do objectivo, pigarreou para chamar a sua atenção e na sua voz aflautada inquiriu «- A menina dança?»
Déte estremeceu, não só devido a uma cólica repentina e inoportuna, como também, pela desfaçatez do pequenote. Irritada e com vontade de se deslocar urgentemente à latrina retorquiu-lhe entre dentes « - Não danço com garotos!»
Resposta pronta e resoluta de Quintino «- Desculpe! Não sabia que estava grávida...»

Mano 69

PS.: Com estrondo cai o tampo da sanita e finaliza o soquete.

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Meganame
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